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O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, admitiu, pela primeira vez, que, após frequentes falhas no fornecimento de energia elétrica, a Enel pode perder a sua concessão em São Paulo. A concessão se vence em 2028 e, hoje, a empresa é alvo de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) na Assembleia Legislativa por má prestação de serviços.
O ministro de Minas e Energia afirmou, ainda, em entrevista à Globo News, que determinou hoje a abertura de um processo disciplinar contra a elétrica Enel e revelou que a empresa não pagou multas de R$ 300 milhões impostas por conta das interrupções no fornecimento de energia.
“Estamos tomando uma medida extremamente rigorosa e singular, é a primeira vez que o ministério, como formulador de políticas públicas do sistema elétrico brasileiro, toma uma medida com esse nível de rigor”, disse Alexandre Silveira, ao sentir que o descontentamento da população dos estados onde a Enel é responsável pela distribuição de energia pode afetar a imagem do Governo do Lula.
Segundo o Ministro, a Enel demonstra de forma reiterada que é uma empresa que está despreparada para prestar um serviço à altura do que a população brasileira exige. Ele definiu como doloroso o processo da Enel com os consumidores.
“É um processo extremamente importante, doloroso, mas a dor maior é a da população de São Paulo, com reiteradas interrupções de serviço”, observou o ministro, que acompanha o sofrimento da população de São Paulo com a freqüente falta de energia elétrica.
SOFRIMENTO NO CEARÁ
O sofrimento de quem depende da Enel não é apenas em São Paulo, mas atinge, também, moradores do Rio de Janeiro e, principalmente, do Estado do Ceará. A Enel é recordista de queixas nos órgãos de defesa do consumidor em função da constante oscilação da rede e da falta de energia.
As reclamações se acumulam e aumentaram ainda mais desde o Réveillon de 2024 quando moradores de diferentes cidades do Ceará enfrentaram verdadeiro apagão. A empresa alegou que, no caso da falta de energia no Porto das Dunas, em Aquiraz, o problema surgiu por conta do rouba de cabos.
A falta de energia voltou a atingir a mesma região, a exemplo do que aconteceu com outras cidades da Grande Fortaleza e do Interior do Estado, no período do carnaval. Dessa vez, a Enel culpou as chuvas. Mais queixas surgiram na Semana Santa, com a oscilação da rede e falta de energia na quinta-feira, ao longo do dia, em localidades da Região Metropolitana de Fortaleza.
O problema se estendeu a outras regiões do Ceará. Quem estava, por exemplo, em Guaramiranga, na Região do Maciço do Baturité, enfrentou mais de 24 horas sem energia elétrica porque a Enel demorou a atender ao chamado para remoção de galhos de bambu que caíram sobre a rede elétrica. Sem energia, as operadoras de internet e celular ficaram, também, sem funcionar.