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No encerramento da Cúpula de Líderes do G20 Brasil, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva marcou as principais entregas da presidência brasileira do fórum, nesta terça-feira, 19/11, no Rio de Janeiro, e passou a presidência do G20 para Cyril Ramaphosa, presidente da África do Sul. Na ocasião, Lula reconheceu os valores históricos, culturais, políticos e econômicos que unem o continente e a América Latina. Como a partir de 2026 todos os países do grupo já teriam exercido a presciência pelo menos uma vez, o brasileiro disse que este é o momento “momento propício para avaliar o papel que desempenhamos até agora e como devemos atuar daqui em diante. Temos a responsabilidade de fazer melhor”, concluiu.
Entre as agendas, Lula destacou a realização da Cúpula do G20 Social, o roteiro para ao aprimoramento dos Bancos Multilaterais de Desenvolvimento (MDBs, na sigla em inglês) e os debates sobre África e a dívida externa; a instalação do Grupo de Trabalho Empoderamento das Mulheres e a inclusão do ODS 18 (Objetivo de Desenvolvimento Sustentável), sobre igualdade étnico-racial.
O presidente brasileiro também destacou a definição dos princípios sobre comércio e desenvolvimento sustentável e o compromisso pelo aumento da produção de energias renováveis até 2023. A Coalização para a Produção Local e Regional de Vacinas e Medicamentos e o estímulo ao investimento em políticas públicas para melhorar o acesso à água e ao saneamento também foram destacadas.
Após dois anos sem consenso no G20, a declaração do grupo, que se reuniu no Rio de Janeiro sob a presidência do Brasil na segunda-feira (18), tem sido considerada por especialistas como importante vitória da diplomacia brasileira ao unir, em um mesmo documento, países como Estados Unidos (EUA), Rússia, China, Argentina e Alemanha.
Além disso, analistas avaliam que o consenso em torno de 85 pontos na declaração oficial dos chefes do G20 em um mundo dividido por guerras e intensas disputas geopolíticas pode ser visto como uma vitória do multilateralismo, que é o princípio da cooperação entre países para promover interesses comuns. É um princípio oposto ao do unilateralismo, quando o país age por conta própria, ou do bilateralismo, quando há associação de apenas dois países.
Entre os destaques na agenda de inclusão social, combate à fome e à pobreza, a declaração destaca o lançamento da Aliança Global Contra a Fome e a Pobreza; o apoio à tributação progressiva e ao compromisso de assegurar tributação apropriada dos bilionários. Pela primeira vez na história do fórum, o grupo se compromete a mobilizar recursos para saneamento básico e acesso à água potável e compreende o enfrentamento ao racismo e a promoção da igualdade racial no contexto de combate às desigualdades.
Reforço nas ações pelo clima
Os líderes do G20 destacaram a urgência de uma mobilização global contra as mudanças climáticas, reafirmando compromissos com o Acordo de Paris e as metas de neutralidade de carbono. Salientam a importância de aumentar o financiamento verde público e privado, especialmente para países em desenvolvimento, e defendem que a reforma da arquitetura financeira internacional pode apoiar as ações pelo clima.
Além disso, eles apoiaram as negociações da COP 29, que está em andamento em Baku, no Azerbaijão, e a futura presidência da COP 30, que acontece em 2025 em Belém do Pará, no Brasil. O G20 também demonstra apoio por um Novo Objetivo Coletivo Quantificado de Financiamento Climático (NCQG).