O futuro da indústria automobilística no Brasil aponta para os carros elétricos, mas sem data certa para chegar e se espalhar pelas ruas do país.

Em 2018, brasileiros foram vítimas de uma paralisação dos caminhoneiros e muitos municípios entraram em estado de calamidade, com falta de alimentos, remédios e outros itens básicos, tudo porque não havia combustível nos postos.

Quem passou por isso se lembra do clima de desespero e das filas imensas (que podiam durar horas) para abastecer. O trauma foi tanto que, basta o menor sinal de que vai faltar álcool ou gasolina, que saímos correndo para encher o tanque.

Se o Brasil tivesse expandido a oferta de carros elétricos acessíveis à população, grande parte deste sofrimento poderia ser evitado. Confira só como é o quadro em outros países.

No mundo, a quantidade de carros elétricos vendidos não para de crescer:

Em 2015, foram vendidas 1 milhão de unidades;
Em 2016 foram vendidas 2 milhões de unidades;
Em 2017 foram vendidas 3,1 milhões de unidades.

Os dados são da Agência Internacional de Energia. Os números de 2018 ainda estão imprecisos. Outros órgãos apresentam dados interessantes também.

Segundo a Bloomberg New Energy Finance, até 2040, serão 56 milhões de unidades de carros elétricos no mundo. Na Noruega, mais de 48% dos carros vendidos em 2019 são movidos à eletricidade.

Se os números não param de crescer no mundo inteiro, por que no Brasil ainda é tão distante ter um carro elétrico na garagem? Vamos conhecer as explicações dos principais especialistas na área!

No Brasil, existem pouco mais de 10 mil carros elétricos circulando. Isso representa algo em torno de 0,02% da frota, é um número quase imperceptível.

Plano de governo para estimular a indústria

Na China, o governo adotou medidas de incentivo à indústria de carros elétricos. A União Europeia implantou metas de redução de até 15% da emissão de gás carbono nas frotas das fabricantes até 2025 e quem não cumprir é duramente multado.

No Brasil não existe uma política governamental com foco nos carros elétricos, tanto na economia verde como para facilitar a chegada do produto aos consumidores. O país ainda não faz parte do Energy Vehicle Initiative, onde as nações mais desenvolvidas discutem e traçam estratégias.

Outra justificativa, segundo especialistas, é que os eletropostos conseguem ser implantados com muita facilidade em países que possuem um microssistema, ou seja, que são menores. Portanto, em nações com dimensões continentais como o Brasil, os esforços precisam ser maiores e levam mais tempo.

Com relação ao abastecimento dos carros, alguns defendem a iniciativa privada, como deixar o carro abastecendo no próprio condomínio, durante a noite, ou na empresa onde trabalha. Os eletropostos em pontos comerciais já são uma realidade em parte do Brasil, mas como não existe uma regulamentação da atividade, dificilmente as grandes empresas vão investir pesado neste tipo de energia.

Atualmente, as poucas companhias que implantam eletropostos fazem isso para associar sua imagem à preservação do meio ambiente, por uma questão de publicidade.

Preço dos carros elétricos, um grande problema no Brasil

Os carros elétricos possuem IPI com alíquota de 25%, o que encarece o produto, ainda mais quando é comparado com os modelos híbridos, com alíquota bem menor, de 13%.

Em outros lugares do mundo, os veículos que reduzem o impacto no meio ambiente, principalmente por causa da redução da emissão de gás carbono, possuem menor taxa de impostos agregada.

Em 2018, pelo menos 7 modelos de carros elétricos estavam disponíveis no Brasil. O mais acessível era o Toyota Prius, por mais de R$ 120 mil.

O preço e a dificuldade para abastecer afastam os consumidores, mas a tendência é que o mercado se fortaleça nos próximos anos, ainda mais se houver medidas governamentais de apoio. Mas será?

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