A advocacia desempenha um papel fundamental na construção de instituições democráticas e livres em um estado de direito. Os advogados e as advogadas são defensores incansáveis da equidade e da verdade, em prol da lei como força unificadora
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Advogado é um profissional liberal, graduado em Direito e autorizado pelas instituições competentes de cada país a exercer o jus postulandi, ou seja, a representação dos legítimos interesses das pessoas físicas ou jurídicas em juízo ou fora dele, quer entre si, quer ante o Estado.
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Você sabia que segundo o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (CFOAB) o número de advogados no Brasil já supera 1,3 milhão? Em um mercado extremamente competitivo como esse, é mais do que necessário conhecer as características de um bom advogado e desenvolvê-las ao longo da trajetória profissional.
Se você imaginava que, para atuar como advogado, era preciso apenas se concentrar em conhecer de cor as premissas da Constituição ou do Código Penal do país, você precisa ler este artigo. Nele, abordaremos 8 características de um bom advogado para fidelizar clientes, conquistar espaço no mercado e construir uma reputação de respeito no meio jurídico.
Características de um bom advogado
Para ser um bom profissional de direito, é preciso unir algumas características-chave que vão além do conhecimento técnico. A seguir, você confere 8 características de um bom advogado.
1. Conhecimento aprofundado
Essa dica nós já demos logo na introdução: o conhecimento jurídico deve ir muito além das cadeiras acadêmicas. Conhecer leis e doutrinas é o requisito básico para exercer a profissão. Mas, para se destacar, é preciso ir além.
Por isso, se tem interesse na carreira, saiba que, depois da graduação, ainda haverá um longo caminho para percorrer. Neste caso, estamos falando de especializações, cursos livres, palestras e oportunidades de se aprofundar em assuntos de maior interesse. Você precisará continuar desenvolvendo as suas Hard Skills, ou seja, as habilidades técnicas básicas da profissão como intimidade com a lei, suas aplicações e excepcional capacidade comunicação verbal.
Outro ponto que merece atenção é o uso de dados no escritório de advocacia. Considerando a quantidade de dados que temos acesso hoje e, ainda, a capacidade da tecnologia de cruzá-lo para obtenção de respostas, seria desperdício não utilizá-los.
Para ressaltar de maneira ainda mais clara a vantagem competitiva proporcionada pelo uso de dados, iremos empregar um exemplo de uso de jurimetria ao compararmos sentenças proferidas pelo TRF1 e pelo TRF3.
Utilizando gráficos gerados a partir de uma análise jurisprudencial sobre um tópico tributário específico em nosso sistema, é perceptível que a postura do TRF1 demonstra maior inclinação em favor do contribuinte quando contrastada com a do TRF3:
Gráficos de Jurimetria comparando TRF1 e TRF3 – Fonte: Turivius
Fascinante apresentar esse resultado para um cliente, não é mesmo?
A partir da tradução desses dados em relatórios claros e acessíveis, é possível facilitar a compreensão do cliente, permitindo que eles acompanhem e participem de forma mais ativa em suas questões legais.
Veja também: Entenda como criar relatórios customizados de Jurimetria
2. Soft Skills: o que são e como desenvolvê-las?
“Se você trabalha como um robô, será substituído por um.”
Christopher O’Connor, da LexisNexis.
Para não trabalhar como um robô, você precisa desenvolver também os chamados soft skills, que são os atributos pessoais que te permitem comunicar e se relacionar com outras pessoas de forma eficaz e harmônica. Atualmente, são muito visados não só para o perfil do advogado, mas também para todas as demais profissões.
Características como empatia, resiliência, adaptabilidade, capacidade de comunicação, proatividade, dinamismo e otimismo frente às dificuldades são determinantes para o sucesso do advogado do futuro.
Comunicação fluida e efetiva
Além de garantir o êxito nos processos que acompanha, uma boa comunicação faz com que o advogado estabeleça uma relação de confiança e transparência com seus clientes.
Nessa dica, há também um “pulo do gato”: dominar o chamado juridiquês é importante, mas saber falar com clareza e expressar de forma simples aquilo que quer dizer é ainda mais.
Entretanto, se você não tem o dom da comunicação fluida, mas deseja seguir os caminhos do Direito, não se preocupe. O mercado oferece uma série de cursos e treinamentos focados no desenvolvimento da oratória e expressão corporal, alguns deles voltados exclusivamente para o ambiente jurídico, como os de técnicas de negociação para advogados.
Empatia
O trabalho da área jurídica requer o desenvolvimento de uma capacidade muitas vezes subjugada: a empatia. Em linhas gerais, ter empatia é ser capaz de colocar-se no lugar do outro, entendendo dores e motivações e enxergando muito além da simples história contada.
Dessa forma, e não à toa, a empatia é o primeiro item mencionado pelos autores Douglas Linder e Nancy Levit em sua obra “The Good Lawyer: Seeking Quality in the Practice of Law”, publicada pela Oxford University Press, na qual citam 7 qualidades do bom advogado.
Segundo os autores, a empatia permite entender os interesses dos clientes e contar histórias de forma mais convincente e poderosa, ganhando sua apreciação e fazendo com que se sintam verdadeiramente valorizados.
Ser empático, portanto, pode sanar uma das maiores sensibilidades do relacionamento entre advogado e cliente: a sensação de frieza transmitida pelos profissionais. Tal sensação pode gerar, nos clientes, o sentimento de desvalorização e de que o profissional “não se importa” verdadeiramente com o problema alheio.
É essencial, entretanto, que o exercício da empatia jamais seja tomado como verdade absoluta, para que não interfira no julgamento lógico do profissional e em sua tomada de decisão.
Por fim, cabe salientar que o bom advogado precisa desenvolver um mindset de solucionador de problemas. Ter um perfil analítico, empreendedor e comunicativo é essencial para se destacar na profissão.
3. Visão estratégica
O trabalho de um bom advogado nunca se concentra apenas no caso atendido. Além disso, é preciso considerar inúmeros fatores externos para exercer a profissão com visão estratégica e capacidade de planejamento lógico.
Se o seu objetivo for empreender e abrir um escritório, por exemplo, a visão estratégica ganha um ar ainda mais essencial. Nesse caso, é preciso incluir uma profunda pesquisa de mercado, com:
1. Análise da concorrência;
2. Avaliação do comportamento do consumidor;
3. Estudo dos fatores de influência no sucesso ou insucesso de iniciativas semelhantes.
Um ponto importante para ter em mente aqui é que, independentemente de sua escolha profissional como advogado, é essencial trabalhar com metas e objetivos atingíveis e alinhados à realidade. E isso só é possível com a construção de uma estratégia eficiente.
4. Comportamento ético
Em consonância com o que diz o advogado americano Henry Drinker em seu artigo “The Ethical Lawyer”, publicado em 1954, um advogado não tem comportamento ético por simplesmente obedecer às leis. Tampouco isso ocorre simplesmente por deixar de adotar comportamentos pelos quais ele poderia ser repreendido pela Corte ou por uma comissão de ética.
Na verdade, um advogado deve ser considerado ético justamente quando sua boa conduta vai além do que dita as regras, se tornando intrínseca ao seu preparo profissional e ao seu caráter.
5. Paixão pelo que faz
A carreira jurídica, ainda mais do que outras no mercado, exige uma grande identificação entre o profissional e as atividades realizadas.
Por isso, se seu objetivo é pura e simplesmente ganhar dinheiro, nossa recomendação é de que repense seus passos profissionais. Gentileza, atenção e prazer em ajudar são algumas das características de um bom advogado que só vêm quando o trabalho é feito com verdadeira paixão.
6. Capacidade de se reinventar
Ter um trabalho dinâmico exige a capacidade de reinvenção. Encarar situações que não correrão conforme o planejado será algo natural e, para lidar com isso de forma simples, é preciso saber mudar a rota e traçar rapidamente outro plano de ação.
É muito importante que o advogado consiga criar diferentes cenários e maneiras de estar próximo do dia a dia dos clientes e dos casos atendidos, conduzindo a tempo estas pequenas mudanças de percursos.
Afinal, novas estratégias e novos métodos de trabalho aparecem de repente e o tempo todo. É fundamental ter flexibilidade para dialogar com todas as mudanças e filtrar o que realmente impacta no trabalho.
Técnicas de design thinking, largamente usadas nas empresas de tecnologia, estão começando a entrar no setor jurídico e devem estar no radar. Destaque para o Legal Design, que tem como objetivo central tornar o negócio jurídico mais atrativo, funcional e acessível como um todo.
Nesse contexto, destaca-se a ideia do Visual Law que nada mais é do colocar em prática essa acessibilidade proposta pelo Legal Design.
Por exemplo: você já leu um contrato no qual era parte e não entendeu muito bem suas obrigações? Ou existiam palavras que sequer tinha conhecimento do seu significado? Se você respondeu que sim, imagine então o seu cliente, que não tem formação jurídica.
Pois bem, a partir das ferramentas de Design Thinking e do conceito de Visual Law, esse contrato passaria a ser mais didático, com um vocabulário mais acessível, num formato mais intuitivo, com ícones representativos de cada tópico, com destaques do seriam as informações mais relevantes sem deixar de lado a fundamentação jurídica que o guia.
7. Estar adequado à Lei Geral de Proteção de Dados
Que a Internet democratizou o acesso à informação, todo mundo sabe. Mas a propagação instantânea dos dados teve seus reflexos negativos, principalmente no que tange à preservação da intimidade e da privacidade.
Inspirada na legislação vigente na Europa desde Maio de 2018, a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) brasileira, publicada em 14 de agosto de 2018, prevê, dentre outras punições, multa de até 2% do lucro das empresas que desrespeitarem suas determinações.
A divulgação ou disseminação de dados pessoais deve atender às particularidades e preferências do indivíduo que os detém e não da pessoa, seja pessoa física ou jurídica, para quem ele os revela.
Garantir que ninguém seja exposto em um contexto de pulverização de dados é um desafio, mas também um dever de quem zela pela aplicabilidade da Lei.
A LGPD é um ótimo exemplo de uma das transformações na lei que o Fórum Econômico Mundial citou como consequência da 4ª Revolução Industrial. O bom advogado deve estar atento ao cumprimento deste regramento não só por parte dos seus clientes mas também no seu escritório.
8. Atenção às novas tecnologias
Estar atento à evolução das ferramentas digitais vai, aos poucos, se tornando uma obrigação do profissional que busca diferenciação, seja qual for o setor em que atua.
No Direito, as soluções tecnológicas disponíveis integram etapas do trabalho, facilitam a gestão do conhecimento por todos os envolvidos em um processo e fornecem informações jurisprudenciais que podem auxiliar no encaminhamento de diversas questões.
Entenda como a inteligência artificial pode ser aplicada ao Direito:
Um exemplo de uso de tecnologia jurídica é a jurimetria, mencionada anteriormente, que é a aplicação de técnicas de análise quantitativa ao Direito. A jurimetria complementa sua expertise e conhecimento tradicional com análise quantitativa rigorosa e te dá novas perspectiva em temas que você já domina bem. E mais: a jurimetria te poupa tempo pois com ela você consegue fazer análise de um grande volume de informações em poucos segundos.
O bom advogado precisará incorporar esse tipo de análise em sua rotina profissional para se manter competitivo. Cada vez mais os seus clientes terão a expectativa que suas orientações jurídicas serão complementadas com análises quantitativas rigorosas.
A plataforma da Turivius, por exemplo, integra soluções de pesquisa jurisprudencial inteligente, jurimetria e gestão do conhecimento jurídico em uma única ferramenta.
Nossa tecnologia te permite investir seu tempo no que realmente importa: estudar teses jurídicas novas e atender melhor o seu cliente. É ideal como uma introdução ao mundo jurídico digital e pode te ajudar a desenvolver algumas importantes características de um bom advogado ou advogada.
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O advogado do futuro, de acordo com o Modelo Delta
Quais habilidades e competências um advogado deve dominar para ser bem sucedido no futuro da advocacia? Além de saber como ser um bom advogado, é importante pensar no futuro e para isso, trouxemos uma dica extra abordando o Modelo Delta.
A professora Alysson Carrel, ex-Vice Decana de Direito e Tecnologia na Northwestern School of Law, em Chicago, criou uma abordagem simples sobre como pensar o futuro da profissão.
O Modelo Delta consiste em três áreas de competências que o advogado do futuro deve dominar:
A Lei: expertise em práticas específicas do direito, alta capacidade de análise e argumentação jurídica;
Negócios e Operações: entender os fundamentos de administração de negócios, gestão de projetos e análise de dados;
Habilidades Interpessoais: ser capaz de gerir relacionamentos profissionais de forma harmônica, mentalidade empreendedora, excelente capacidade de comunicação.
Obviamente, o Direito do futuro continuará exigindo conhecimento profundo da Lei. Mas o advogado do futuro deve também entender o impacto da tecnologia nos seus clientes e na sua capacidade de entregar serviços jurídicos – reconhecendo o poder da ciência de dados, tecnologia e otimização de processos.
Mas com o aumento do uso de tecnologias como machine learning, que conseguem processar e interpretar um volume gigantesco de informação, o futuro do direito também exigirá ir além de só conhecer lei e jurisprudência.
O desenvolvimento de habilidades como inteligência emocional, comunicação efetiva e habilidades interpessoais para trabalhar com seus clientes com eficácia, que já são importantes hoje, serão ainda mais fundamentais no futuro. Afinal, é esse último grupo de habilidades que o diferencia de uma máquina e o fará ser um bom advogado, hoje e no futuro.
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