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Medida Provisória nº 1.267/2024: Ação Emergencial para Micro e Pequenas Empresas da Região Metropolitana de São Paulo

No contexto de uma série de desafios econômicos e sociais enfrentados pelas empresas brasileiras, especialmente as microempresas e empresas de pequeno porte, a Medida Provisória nº 1.267, de 19 de outubro de 2024, surge como uma resposta do governo para mitigar os prejuízos causados pela interrupção de energia elétrica na Região Metropolitana de São Paulo. A MP visa oferecer suporte através do Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe), permitindo acesso a créditos e ajustes nos prazos de pagamento de forma emergencial e adaptada.

Pronampe e a Medida Provisória 1.267/2024: Objetivo e Escopo da Ação

A MP nº 1.267/2024 tem como principal objetivo disponibilizar recursos financeiros para empresas que sofreram perdas em razão da interrupção do fornecimento de energia elétrica no mês de outubro de 2024, afetando principalmente a Região Metropolitana de São Paulo. O Pronampe, criado pela Lei nº 13.999, de 2020, já havia se mostrado uma ferramenta eficaz para o apoio financeiro às micro e pequenas empresas durante a pandemia de COVID-19. Agora, a Medida Provisória adiciona uma nova camada de suporte, focando especificamente em danos causados por essa interrupção.

Alterações na Lei nº 13.999/2020

A nova MP introduz modificações importantes no artigo 6º da Lei nº 13.999/2020, que regula o Pronampe. Em especial, o artigo 6º-E autoriza a utilização de até R$ 150 milhões de recursos não utilizados para a garantia de operações de crédito voltadas para as empresas afetadas. Esses recursos serão destinados a um patrimônio segregado, usado exclusivamente para cobrir as operações contratadas até o final de 2024.

Além disso, o § 1º do artigo 6º-E destaca que a elegibilidade para essas operações está vinculada a perdas materiais comprovadas, decorrentes diretamente da interrupção de energia elétrica. Isso garante que o suporte será direcionado especificamente para quem mais sofreu com a crise.

Flexibilidade nos Prazos de Pagamento e Suspensão de Parcelas

Outra alteração significativa é a introdução do artigo 6º-F, que permite a prorrogação de prazos de pagamento e a suspensão de parcelas por até dois meses, uma medida crucial para aliviar a pressão financeira sobre as empresas enquanto se recuperam dos prejuízos. Essa flexibilidade é fundamental para a manutenção das operações de muitas micro e pequenas empresas, permitindo um respiro necessário para reorganizar suas finanças.

Legislações Relacionadas: Uma Interconexão com o Pronampe e Outras Normas de Apoio

A Medida Provisória nº 1.267/2024 não surge de forma isolada no ordenamento jurídico brasileiro. Ela se articula com diversas leis que têm como foco o apoio às micro e pequenas empresas. Entre elas, a própria Lei nº 13.999/2020, que institui o Pronampe, é central. No entanto, também é relevante mencionar outras legislações, como a Lei Complementar nº 123/2006, conhecida como Estatuto Nacional da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte, que estabelece uma série de benefícios fiscais e creditícios para esses negócios.

Além disso, as medidas de apoio financeiro implementadas durante a pandemia de COVID-19, como a Lei nº 14.161/2021, que tratou da prorrogação de prazos do Pronampe, são exemplos de como o legislador brasileiro tem buscado criar um ambiente de resiliência para esse setor crucial da economia. Assim, a MP nº 1.267/2024 se insere nesse contexto de continuidade e adaptação das políticas públicas voltadas para enfrentar crises emergenciais.

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Princípios Jurídicos que Fundamentam a MP nº 1.267/2024

Diversos princípios fundamentais do direito brasileiro sustentam a edição da Medida Provisória nº 1.267/2024. O princípio da dignidade da pessoa humana, previsto no art. 1º, III, da Constituição Federal, é um deles, pois garantir a sobrevivência de micro e pequenas empresas significa também proteger os empregos e o sustento de milhares de famílias. O princípio da livre iniciativa, também disposto na Constituição, é outro alicerce, pois incentiva a criação de condições para que essas empresas possam continuar atuando e contribuindo para a economia local.

O princípio da proporcionalidade também pode ser identificado na medida, uma vez que a MP visa trazer uma resposta equilibrada e adequada à gravidade da situação enfrentada pelas empresas afetadas. Ao suspender temporariamente as obrigações de pagamento e oferecer linhas de crédito especiais, a medida busca atender às necessidades imediatas sem comprometer o longo prazo.

Impacto Socioeconômico da Interrupção de Energia Elétrica na Região Metropolitana de São Paulo

A interrupção de energia elétrica que ocorreu na Região Metropolitana de São Paulo no mês de outubro de 2024 causou impactos significativos em várias cadeias produtivas, com efeitos particularmente graves sobre as micro e pequenas empresas, que muitas vezes não dispõem de recursos suficientes para lidar com emergências dessa natureza. Entre os prejuízos, destacam-se a perda de estoques perecíveis, paralisação de máquinas, interrupção de serviços essenciais e redução no faturamento.

Segundo dados preliminares do governo, a interrupção de energia afetou mais de 100 mil empresas na região, com prejuízos estimados em centenas de milhões de reais. Nesse contexto, a Medida Provisória nº 1.267/2024 aparece como uma solução emergencial para evitar o fechamento em massa de negócios e a consequente perda de empregos.

A Importância do Pronampe para Micro e Pequenas Empresas

Desde sua criação em 2020, o Pronampe tem sido uma das principais ferramentas de acesso ao crédito para microempresas e empresas de pequeno porte. De acordo com o Ministério da Economia, mais de R$ 37 bilhões já foram disponibilizados em créditos por meio do programa até o final de 2023, ajudando a manter milhares de empresas ativas durante momentos de crise, como a pandemia de COVID-19.

Com a MP nº 1.267/2024, o governo reforça a importância desse programa, agora ampliado para enfrentar uma nova crise — os prejuízos causados pela interrupção do fornecimento de energia elétrica. A flexibilidade nas condições de pagamento e a garantia de crédito são pontos centrais para a continuidade das atividades dessas empresas.

Critérios para Elegibilidade: Como as Empresas Atingidas Podem Se Beneficiar

Para que as micro e pequenas empresas da Região Metropolitana de São Paulo possam se beneficiar das disposições da MP nº 1.267/2024, é necessário atender a alguns critérios estabelecidos pelo governo. Em primeiro lugar, a empresa precisa comprovar que sofreu perdas materiais decorrentes diretamente da interrupção de energia elétrica ocorrida em outubro de 2024. Essa comprovação deverá ser feita com base em critérios estabelecidos pelo Poder Executivo federal.

Adicionalmente, as empresas deverão estar ativas e regulares, tanto em termos fiscais quanto trabalhistas, e deverão contratar as operações de crédito até o dia 31 de dezembro de 2024, para que possam ter acesso ao patrimônio segregado e às demais facilidades oferecidas pela Medida Provisória.

Conclusão: A MP 1.267/2024 como Solução para Crises Emergenciais

A Medida Provisória nº 1.267/2024 demonstra o esforço do governo federal em adaptar políticas públicas já existentes, como o Pronampe, a crises emergenciais. Ao focar em um problema específico, como a interrupção de energia elétrica em uma das regiões mais industrializadas do país, o governo consegue, de forma ágil, mitigar os danos e promover a recuperação econômica de micro e pequenas empresas. O sucesso dessa iniciativa dependerá da implementação eficiente das medidas e da resposta das instituições financeiras e dos beneficiários.

Referências Bibliográficas

BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988.
BRASIL. Lei nº 13.999, de 18 de maio de 2020. Institui o Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe).
BRASIL. Lei Complementar nº 123, de 14 de dezembro de 2006. Estatuto Nacional da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte.
BRASIL. Medida Provisória nº 1.267, de 19 de outubro de 2024.

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