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Advogado é um profissional liberal, graduado em Direito e autorizado pelas instituições competentes de cada país a exercer o jus postulandi, ou seja, a representação dos legítimos interesses das pessoas físicas ou jurídicas em juízo ou fora dele, quer entre si, quer ante o Estado.
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A ação de extinção de condomínio é uma medida jurídica que pode ser utilizada por coproprietários de um bem para colocar fim à propriedade comum. Quando os coproprietários são irmãos, a situação pode ser ainda mais delicada, pois envolve questões familiares que podem intensificar conflitos. Este artigo busca esclarecer os principais aspectos da ação de extinção de condomínio, com enfoque em situações entre irmãos, explicando conceitos, requisitos, procedimentos e direitos de cada parte envolvida.
O que é o condomínio de bens
O condomínio de bens ocorre quando duas ou mais pessoas possuem direitos sobre o mesmo bem, seja ele móvel ou imóvel. Esse regime de copropriedade pode surgir de diversas formas, como herança, compra em conjunto ou doação. No caso específico de herança, é comum que irmãos se tornem coproprietários de imóveis deixados pelos pais, configurando um condomínio.
O Código Civil Brasileiro, em seus artigos 1.314 a 1.326, regula as relações de condomínio. Ele estabelece que cada coproprietário tem o direito de usar, fruir e dispor do bem conforme sua fração ideal, respeitando os direitos dos demais. Contudo, essa convivência na copropriedade nem sempre é harmoniosa, e, em muitos casos, um ou mais coproprietários desejam encerrar o vínculo.
Quando cabe a ação de extinção de condomínio
A ação de extinção de condomínio é cabível sempre que um ou mais coproprietários desejarem pôr fim à propriedade comum. Essa medida não depende de concordância de todos os envolvidos, pois o direito à extinção do condomínio é reconhecido por lei. O artigo 1.320 do Código Civil prevê que qualquer condômino pode pedir a divisão do bem comum, salvo se houver cláusula de indivisibilidade ou acordo entre as partes que impeça essa divisão.
Entre irmãos, a necessidade de extinguir o condomínio pode surgir em diversas situações, como desentendimentos sobre o uso ou a administração do bem, dificuldade em arcar com custos de manutenção, ou mesmo quando um dos irmãos deseja transformar sua parte em dinheiro.
Formas de extinção do condomínio
A extinção do condomínio pode ocorrer de forma consensual ou judicial, dependendo da existência de acordo entre os coproprietários.
Extinção consensual
Na extinção consensual, os coproprietários entram em um acordo sobre como será realizada a partilha do bem. Esse acordo pode incluir a venda do imóvel e a divisão do valor obtido, a adjudicação do bem por um dos coproprietários mediante pagamento aos demais, ou até a divisão física do imóvel, caso seja possível. Esse procedimento é mais célere, econômico e evita conflitos prolongados.
O acordo deve ser formalizado por meio de escritura pública ou contrato particular, dependendo do caso, e registrado no cartório de imóveis para que tenha validade legal.
Extinção judicial
Quando não há acordo entre os coproprietários, é necessário recorrer à via judicial. Nesse caso, um dos irmãos pode ingressar com a ação de extinção de condomínio para solicitar que o Poder Judiciário determine a dissolução da copropriedade.
O juiz pode decidir pela venda judicial do bem, geralmente por meio de leilão, e posterior divisão do valor entre os coproprietários, proporcionalmente às suas quotas. Se o bem for indivisível e um dos irmãos manifestar interesse em adquirir a parte dos outros, o juiz pode autorizar a adjudicação mediante o pagamento do valor correspondente.
Etapas da ação de extinção de condomínio
O processo de extinção de condomínio segue etapas bem definidas, que envolvem desde a petição inicial até a liquidação e partilha do valor obtido com a venda do bem. A seguir, explicamos cada etapa detalhadamente.
Petição inicial
O processo se inicia com a apresentação de uma petição inicial ao Poder Judiciário, na qual o autor da ação deve relatar os fatos que justificam a necessidade de extinguir o condomínio. É importante anexar documentos comprobatórios, como a matrícula do imóvel, comprovantes de copropriedade e, se houver, provas de desentendimentos entre os coproprietários.
A petição deve ser elaborada por um advogado, que indicará o pedido de extinção do condomínio, a avaliação do bem e a forma de liquidação mais adequada.
Citação dos coproprietários
Após a distribuição da ação, o juiz determinará a citação de todos os coproprietários para que possam apresentar defesa. Cada irmão terá oportunidade de expor sua versão dos fatos, contestar os pedidos ou sugerir alternativas para a extinção do condomínio.
Avaliação do bem
Caso a extinção do condomínio implique na venda do imóvel, o juiz nomeará um perito para realizar a avaliação do bem. O objetivo é determinar o valor de mercado do imóvel, garantindo que a venda seja realizada por um preço justo.
Decisão judicial
Concluída a fase de instrução, o juiz proferirá a sentença determinando a forma de extinção do condomínio. Se a venda do bem for a solução adotada, o juiz indicará os procedimentos para a alienação, que pode ocorrer por meio de leilão judicial ou venda particular, dependendo do caso.
Liquidação e partilha
Após a venda do bem, o valor obtido será partilhado entre os coproprietários de acordo com suas quotas. O juiz poderá determinar descontos para cobrir custos processuais, taxas e eventuais despesas com manutenção ou dívidas relacionadas ao imóvel.
Direito de preferência na extinção de condomínio
No processo de extinção de condomínio, os coproprietários possuem direito de preferência na aquisição do bem, conforme previsto no artigo 504 do Código Civil. Isso significa que, caso um dos irmãos deseje vender sua parte a terceiros, os demais terão prioridade para adquiri-la, nas mesmas condições de preço e pagamento.
O direito de preferência visa proteger os interesses dos coproprietários e evitar que terceiros estranhos ingressem na copropriedade.
Conflitos comuns na extinção de condomínio entre irmãos
A extinção de condomínio entre irmãos pode gerar conflitos emocionais e jurídicos. Alguns dos problemas mais comuns incluem:
- Divergência sobre o valor de venda do bem.
- Discordância sobre quem deve adquirir o imóvel.
- Resistência de um dos coproprietários em aceitar a dissolução.
- Dificuldade em repartir custos e despesas do processo.
A mediação pode ser uma alternativa eficaz para reduzir conflitos e facilitar a solução consensual do litígio. Em muitos casos, o auxílio de um mediador imparcial contribui para o diálogo entre os irmãos.
Custos e prazos da ação de extinção de condomínio
Os custos de uma ação de extinção de condomínio incluem honorários advocatícios, taxas judiciais, custos com avaliação do bem e despesas com leilão, caso necessário. Esses valores podem variar conforme a complexidade do caso e a localização do imóvel.
O prazo para conclusão do processo também é variável, dependendo do volume de processos no tribunal, da existência de acordo entre as partes e da necessidade de recursos. Em média, uma ação de extinção de condomínio pode levar de 6 meses a 2 anos para ser finalizada.
Perguntas e respostas sobre a ação de extinção de condomínio
Todos os coproprietários precisam concordar com a extinção do condomínio?
Não. Qualquer coproprietário pode solicitar a extinção do condomínio, mesmo que os demais sejam contrários. Esse direito é garantido por lei.
É possível extinguir o condomínio sem vender o imóvel?
Sim, caso um dos coproprietários manifeste interesse em adquirir a parte dos outros e todos concordem com o valor, o imóvel pode ser adjudicado sem necessidade de venda a terceiros.
O que acontece se o imóvel não for vendido no leilão?
Se o bem não for arrematado no leilão, o juiz pode determinar novos leilões com redução do preço ou buscar alternativas para alienação do imóvel.
Preciso de um advogado para entrar com a ação?
Sim, a presença de um advogado é obrigatória, pois ele será responsável por apresentar a petição inicial e acompanhar o processo judicial.
Quais documentos são necessários para a ação?
Os principais documentos incluem a matrícula do imóvel, comprovantes de copropriedade, eventuais acordos ou cláusulas relacionadas à indivisibilidade e provas de conflitos, se houver.
Conclusão
A ação de extinção de condomínio é um instrumento jurídico que garante a solução de conflitos envolvendo a propriedade comum de bens. Entre irmãos, sua condução requer não apenas atenção aos aspectos legais, mas também sensibilidade para lidar com as questões familiares. Seja por meio de um acordo consensual ou pela via judicial, é essencial contar com o suporte de um advogado experiente para garantir que os direitos de todas as partes sejam respeitados e que a dissolução da copropriedade ocorra de forma justa e eficiente.