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Advogado é um profissional liberal, graduado em Direito e autorizado pelas instituições competentes de cada país a exercer o jus postulandi, ou seja, a representação dos legítimos interesses das pessoas físicas ou jurídicas em juízo ou fora dele, quer entre si, quer ante o Estado.
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O artigo 175 do Código de Trânsito Brasileiro (CTB) define como infração gravíssima a conduta de utilizar-se de um veículo para demonstrar ou exibir manobra perigosa, mediante arrancada brusca, derrapagem ou frenagem com deslizamento ou arrastamento de pneus. A penalidade prevista inclui multa multiplicada por dez, suspensão do direito de dirigir e apreensão do veículo, além da remoção da habilitação do condutor.
A previsão legal busca coibir comportamentos arriscados que podem comprometer a segurança no trânsito. Contudo, o dispositivo é amplo e pode dar margem a interpretações equivocadas por parte dos agentes fiscalizadores, resultando em autuações questionáveis.
O que caracteriza uma manobra perigosa?
A infração prevista no artigo 175 do CTB está relacionada a manobras que envolvem riscos aos demais usuários da via. No entanto, o legislador definiu de forma genérica os elementos que caracterizam essa conduta, citando algumas situações como exemplos:
- Arrancada brusca: aceleração excessiva que pode fazer os pneus perderem a aderência e patinarem.
- Derrapagem: perda de controle do veículo por redução brusca da aderência dos pneus ao solo.
- Frenagem com deslizamento ou arrastamento de pneus: bloqueio abrupto das rodas que pode ocorrer por diversos motivos, como pista molhada ou freadas de emergência.
O problema na aplicação desse artigo está na subjetividade da interpretação de “exibir manobra perigosa”. O texto legal não distingue com clareza situações intencionais de outras circunstanciais, como freadas emergenciais ou pequenos deslizamentos involuntários.
Quando a multa por manobra perigosa pode ser injusta?
Há diversas situações em que um condutor pode ser autuado indevidamente com base no artigo 175 do CTB. Isso ocorre porque a definição de “manobra perigosa” pode ser interpretada de maneira errada pelo agente de trânsito, resultando em penalizações injustas.
Exemplos de situações que podem ser confundidas com manobra perigosa:
- Excesso de aceleração involuntária: em algumas situações, um carro pode patinar os pneus sem intenção do condutor, como ao sair de um aclive acentuado.
- Freada brusca em pista molhada: quando o solo está molhado, uma frenagem normal pode fazer o veículo deslizar por alguns metros, sem que isso signifique que o motorista quis se exibir.
- Passagem por lombadas ou buracos: ao transpor um obstáculo na via, pode ocorrer um breve arrastamento dos pneus, algo natural e sem intencionalidade.
- Manobra evasiva para evitar um acidente: em casos onde o condutor precisa desviar rapidamente para evitar uma colisão, a manobra pode ser mal interpretada pelo agente de trânsito.
A subjetividade da interpretação legal torna essencial o registro de provas caso o condutor seja autuado indevidamente.
Penalidades previstas para a infração de manobra perigosa
A infração de manobra perigosa é classificada como gravíssima e acarreta penalidades severas:
- Multa de R$ 2.934,70: o valor é alto porque a multa é multiplicada por 10, conforme previsto no CTB.
- Suspensão direta do direito de dirigir: diferentemente de outras infrações, a suspensão independe do acúmulo de pontos.
- Recolhimento do documento de habilitação: a CNH é retida até que o motorista cumpra o prazo de suspensão e realize o curso de reciclagem.
- Remoção do veículo: o carro ou moto pode ser removido ao pátio do Detran caso o condutor seja flagrado cometendo essa infração.
- Reincidência dentro de 12 meses: a multa é aplicada em dobro, podendo ultrapassar R$ 5.869,40.
Como recorrer da multa por manobra perigosa?
Se o motorista for multado por manobra perigosa, ele pode recorrer administrativamente. O recurso deve ser embasado na falta de provas concretas que demonstrem a intenção de se exibir com a manobra.
Os passos para recorrer são:
- Defesa prévia: é a primeira oportunidade de contestar a multa. Aqui, é possível questionar erros formais no auto de infração, como dados incorretos do veículo ou do local da ocorrência.
- Recurso na JARI (Junta Administrativa de Recursos de Infrações): caso a defesa prévia seja indeferida, o condutor pode recorrer junto à JARI.
- Recurso ao CETRAN (Conselho Estadual de Trânsito): se o recurso na JARI também for negado, o próximo passo é recorrer ao CETRAN, que tem a palavra final na esfera administrativa.
Provas são fundamentais para um recurso bem-sucedido. Registros de câmeras de segurança, testemunhas e até mesmo laudos técnicos podem ajudar a comprovar que a manobra não teve caráter exibicionista.
Perguntas e respostas
Se eu frear bruscamente para evitar um acidente, posso ser multado?
Não deveria, pois a infração só ocorre quando há intenção de se exibir. Caso seja autuado, é possível recorrer com provas que demonstrem a necessidade da manobra.
Se meu carro derrapar na chuva, posso ser penalizado?
Se a derrapagem ocorrer sem intenção, a multa não deveria ser aplicada. Caso ocorra, o recurso pode ser fundamentado com dados climáticos e testemunhas.
Como provar que a manobra perigosa foi involuntária?
Filmagens, testemunhas e registros periciais podem ajudar a demonstrar que a situação não teve intuito de exibição.
Conclusão
A infração de manobra perigosa tem previsão legal clara, mas sua aplicação pode gerar autuações indevidas. É essencial que os condutores conheçam seus direitos e saibam como recorrer de multas injustas. Como a punição é severa, todo caso deve ser analisado detalhadamente para garantir a defesa adequada do motorista.