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Advogado é um profissional liberal, graduado em Direito e autorizado pelas instituições competentes de cada país a exercer o jus postulandi, ou seja, a representação dos legítimos interesses das pessoas físicas ou jurídicas em juízo ou fora dele, quer entre si, quer ante o Estado.
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A prescrição penal é um instituto essencial do Direito Penal brasileiro, e seu entendimento é fundamental para advogados, estudantes de Direito e concurseiros que atuam na área criminal. A prescrição penal se refere à perda do poder punitivo do Estado devido ao transcurso do tempo, o que impede a aplicação de uma sanção ou a execução de uma pena. Mas como exatamente funciona a prescrição penal, quais são seus prazos e exceções? Neste artigo, explicaremos esses aspectos, fornecendo um panorama completo sobre o tema.
1. O que é a Prescrição Penal?
A prescrição penal, em termos gerais, é a perda do direito de punir do Estado em razão do decurso do tempo. Isso significa que, após um determinado período, o Estado perde a capacidade de aplicar uma pena ou de continuar a execução de uma condenação. Esse instituto está relacionado ao princípio da segurança jurídica, que assegura que não haverá punição indefinida ou perpétua para crimes cometidos há muito tempo.
A prescrição penal é uma forma de extinção da punibilidade prevista no art. 107, IV, do Código Penal, e visa evitar que a pessoa acusada permaneça por tempo indeterminado sob a ameaça de uma sanção penal.
2. Fundamentação legal da Prescrição Penal no Brasil
A prescrição penal no Brasil encontra sua fundamentação principalmente no Capítulo III do Título VIII do Código Penal, que trata “Da Extinção da Punibilidade”. Os artigos 109 a 119 são os que detalham os prazos e circunstâncias relacionadas à prescrição penal, oferecendo um guia claro de como o instituto deve ser aplicado no sistema jurídico brasileiro.
Além disso, a prescrição penal está vinculada a princípios como o da dignidade da pessoa humana e da razoabilidade, garantindo que a pena não se prolongue de maneira desproporcional ao tempo que o delito foi cometido.
3. Diferença entre prescrição da pretensão punitiva e da pretensão executória
Dentro da prescrição penal, é necessário entender a distinção entre a prescrição da pretensão punitiva e da pretensão executória. Ambas tratam de momentos distintos do processo penal.
Prescrição da pretensão punitiva: refere-se ao prazo durante o qual o Estado pode aplicar uma sanção ao réu. Se esse prazo se esgota antes da condenação definitiva, o Estado perde o direito de condenar.
Prescrição da pretensão executória: ocorre após a condenação definitiva. Se o Estado não executar a pena dentro do prazo determinado, o direito de executar a pena é extinto.
4. Como calcular os prazos da prescrição penal?
Os prazos da prescrição penal variam de acordo com a pena máxima prevista para o crime. Conforme o art. 109 do Código Penal, quanto maior a pena cominada ao delito, maior será o prazo prescricional. Abaixo estão os prazos gerais:
20 anos, se a pena máxima for superior a 12 anos;
16 anos, se a pena máxima for superior a 8 e não exceder 12 anos;
12 anos, se a pena máxima for superior a 4 e não exceder 8 anos;
8 anos, se a pena máxima for superior a 2 e não exceder 4 anos;
4 anos, se a pena máxima for igual ou inferior a 2 anos.
Para calcular o prazo, é necessário verificar a pena em abstrato prevista para o crime no Código Penal e aplicar o prazo correspondente. Vale destacar que esses prazos podem ser alterados por eventos que causem a suspensão ou interrupção da prescrição.
5. Suspensão e interrupção da prescrição penal
Em certos casos, o prazo da prescrição penal pode ser suspenso ou interrompido. Isso significa que o tempo que resta para a prescrição pode parar de correr ou ser reiniciado, dependendo da situação.
Suspensão: ocorre quando o prazo prescricional é pausado temporariamente, mas não volta ao início. Um exemplo clássico é a suspensão do prazo enquanto o réu está foragido ou em caso de imunidade parlamentar temporária.
Interrupção: reinicia o prazo prescricional do zero. A interrupção ocorre, por exemplo, com o recebimento da denúncia ou da queixa.
É essencial que advogados estejam atentos a essas situações, já que um cálculo correto da prescrição pode impactar significativamente a defesa de seus clientes.
6. Prescrição penal e crimes imprescritíveis
Embora a maioria dos crimes esteja sujeita à prescrição penal, a Constituição Federal estabelece exceções para crimes considerados extremamente graves. De acordo com o art. 5º, XLII e XLIV, são imprescritíveis:
Racismo;
Ação de grupos armados, civis ou militares, contra a ordem constitucional e o Estado Democrático.
Esses crimes, pela sua gravidade, são considerados tão lesivos que o Estado não perde o direito de punir, independentemente do tempo transcorrido.
7. Exceções e peculiaridades da prescrição penal
Além dos crimes imprescritíveis, há outras exceções e peculiaridades que afetam a prescrição penal. Por exemplo, crimes cometidos contra a Administração Pública por agentes públicos em exercício de função possuem um tratamento diferenciado. Nesses casos, o prazo de prescrição só começa a correr após o agente deixar o cargo.
Outra peculiaridade é a prescrição etária. O art. 115 do Código Penal estabelece que, se o réu tiver menos de 21 anos na data do crime ou mais de 70 anos na data da sentença, o prazo prescricional é reduzido pela metade.
8. Consequências jurídicas da prescrição penal
Quando o crime prescreve, o processo é extinto, e o réu não pode mais ser punido. A prescrição penal tem efeitos imediatos e, uma vez declarada, interrompe o andamento de qualquer ação penal relacionada ao caso. É uma forma de garantir que o processo penal seja justo e proporcione segurança jurídica às partes envolvidas.
Em casos de prescrição da pretensão executória, a pena imposta não pode mais ser executada, independentemente do tempo transcorrido desde a condenação.
Conclusão
A prescrição penal é um dos institutos mais importantes no Direito Penal brasileiro. Ela assegura que o direito de punir do Estado não seja exercido de forma arbitrária e que os processos tenham um fim. No entanto, é essencial entender seus prazos, exceções e peculiaridades para uma aplicação correta. Estudantes de Direito, concurseiros e advogados devem estar sempre atentos às atualizações legislativas e jurisprudenciais sobre o tema para garantir a melhor prática jurídica.
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Até a próxima
Equipe JurisHand