A advocacia desempenha um papel fundamental na construção de instituições democráticas e livres em um estado de direito. Os advogados e as advogadas são defensores incansáveis da equidade e da verdade, em prol da lei como força unificadora
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Advogado é um profissional liberal, graduado em Direito e autorizado pelas instituições competentes de cada país a exercer o jus postulandi, ou seja, a representação dos legítimos interesses das pessoas físicas ou jurídicas em juízo ou fora dele, quer entre si, quer ante o Estado.
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A possibilidade de recorrer de multas de trânsito é um direito assegurado a todo condutor ou proprietário de veículo que se sinta prejudicado ou identifique falhas no processo de autuação. No entanto, para que o recurso seja analisado, é essencial observar os prazos previstos na legislação. Este artigo aborda as etapas do recurso, os prazos aplicáveis e como garantir que seu direito seja exercido de forma adequada.
O processo administrativo para contestação de multas
Quando ocorre uma infração de trânsito, um processo administrativo é iniciado para avaliar e, possivelmente, aplicar penalidades ao condutor ou ao proprietário do veículo. Caso a autuação seja contestada, o recurso é o meio apropriado para questionar a multa. O procedimento é dividido em etapas específicas, cada uma com prazos determinados que precisam ser respeitados para a continuidade do processo.
Prazo para apresentar a defesa inicial
A defesa inicial, também chamada de defesa prévia, é a primeira chance que o autuado tem para questionar a infração antes que ela se transforme em uma penalidade. Esse prazo, conforme estipulado no Código de Trânsito Brasileiro (CTB), deve ser de no mínimo 15 dias a partir do recebimento da notificação de autuação. A notificação informa o condutor sobre a infração registrada e fornece detalhes sobre como e quando apresentar sua defesa.
Nesta etapa, é possível contestar erros formais ou inconsistências no auto de infração, como dados incorretos sobre o veículo, local ou horário do ocorrido.
Prazo para recorrer à JARI
Se a defesa inicial for indeferida ou não apresentada, o próximo passo é recorrer à Junta Administrativa de Recursos de Infrações (JARI). O prazo para apresentar esse recurso geralmente é de 30 dias, contados a partir da data em que o proprietário ou condutor do veículo recebe a notificação de penalidade.
O recurso à JARI permite uma argumentação mais detalhada, incluindo provas que demonstrem a improcedência da infração ou irregularidades no procedimento administrativo.
Prazo para recorrer em instância superior
Caso o recurso à JARI não seja aceito, ainda é possível recorrer em instância superior, normalmente no Conselho Estadual de Trânsito (CETRAN) ou órgão equivalente. O prazo para essa etapa também é de 30 dias, contados a partir da ciência do indeferimento pela JARI.
Essa é a última oportunidade no âmbito administrativo para contestar a multa, sendo fundamental que o recurso seja bem estruturado, com documentos e argumentos sólidos.
Como calcular os prazos corretamente
Os prazos para recorrer de multas de trânsito são contados em dias corridos, o que inclui finais de semana e feriados, a menos que a notificação ou a regulamentação local determine o contrário. O início da contagem ocorre no dia seguinte ao recebimento da notificação, que geralmente é comprovado pelo aviso de recebimento (AR) dos Correios ou outro método oficial.
Manter-se atento às datas indicadas na notificação é indispensável para evitar a perda do direito de defesa.
O que acontece ao perder os prazos
A perda do prazo para contestação administrativa implica na aceitação tácita da multa, resultando na aplicação da penalidade sem possibilidade de recurso. Além disso, a não quitação da multa pode acarretar consequências adicionais, como:
- Inserção de pontos na Carteira Nacional de Habilitação (CNH).
- Bloqueio no licenciamento do veículo.
- Acréscimos por multas em atraso.
Por isso, respeitar os prazos é crucial para evitar complicações futuras.
Documentos importantes para o recurso
Para garantir que o recurso seja analisado de forma adequada, é essencial reunir os documentos necessários, que podem incluir:
- Cópia do auto de infração e das notificações recebidas.
- Fotografias ou vídeos que comprovem falhas no local ou na situação descrita.
- Declarações de testemunhas que sustentem a versão apresentada.
- Documentos técnicos ou laudos que demonstrem a improcedência da infração.
Esses materiais fortalecem a defesa e aumentam as chances de sucesso.
Vantagens de contar com um advogado
Embora não seja obrigatório, contar com um advogado especializado em direito de trânsito pode trazer mais segurança e eficácia ao processo de recurso. Um advogado pode:
- Analisar tecnicamente o auto de infração e identificar possíveis falhas.
- Elaborar uma defesa bem fundamentada, com base na legislação vigente.
- Acompanhar todas as etapas administrativas e, se necessário, judiciais.
O suporte jurídico é especialmente valioso em situações complexas ou que envolvam multas de alto valor.
Quando buscar a via judicial
Se todos os recursos administrativos forem indeferidos, ainda é possível contestar a multa judicialmente. O Juizado Especial da Fazenda Pública é o local apropriado para ingressar com esse tipo de ação. O juiz avaliará as provas e determinará se a penalidade foi aplicada de forma legal ou se deve ser anulada.
Essa via é recomendada para casos em que existem falhas evidentes ou impactos significativos para o infrator.
Conclusão
Os prazos para recorrer de multas de trânsito são determinantes para garantir que o recurso seja aceito e analisado. Estar atento às notificações, reunir a documentação adequada e cumprir os prazos são passos essenciais para assegurar a defesa.
Se você acredita que foi multado de maneira indevida ou identificou erros no processo, considere buscar orientação jurídica para aumentar suas chances de sucesso. Com conhecimento e organização, é possível reverter penalidades injustas e proteger seus direitos.