The Last of Us e Days Gone são dois jogos que, à primeira vista, compartilham algumas semelhanças óbvias: ambos são títulos da Sony ambientados em cenários pós-apocalípticos onde os personagens lutam para sobreviver em meio a hordas de infectados.

No entanto, um olhar mais atento sugere que a relação entre essas duas franquias pode ser ainda mais estreita do que se imagina. Seria Days Gone um protótipo inicial de The Last of Us?

Semelhanças e diferenças entre The Last of Us e Days Gone

Ambos os jogos se passam em um mundo devastado por uma praga que transformou grande parte da humanidade em monstros. Os protagonistas de cada jogo – Joel e Ellie em The Last of Us e Deacon St. John em Days Gone – devem buscar recursos, completar missões e lutar para sobreviver.

No entanto, enquanto The Last of Us se foca em uma narrativa linear e emocional, Days Gone oferece um mundo aberto, onde os jogadores podem pilotar motocicletas e explorar livremente.

Uma diferença importante entre os dois jogos é que os infectados de The Last of Us não são exatamente zumbis, mas sim vítimas de uma infecção fúngica que altera o comportamento humano. Em Days Gone, os inimigos são zumbis mais tradicionais, conhecidos como “Freakers”, que agem em massa e podem ser extremamente perigosos.

A conexão entre The Last of Us e Days Gone

Recentemente, descobriu-se que, nos arquivos de atualização de The Last of Us, existe um patch chamado TLOU Patch 1.11, que contém scripts e sequências de eventos pré-programados usados durante o desenvolvimento do jogo.

Entre esses arquivos, há referências a cenários específicos de The Last of Us, como a cidade onde Joel e Ellie enfrentam os Caçadores e a represa onde encontram Tommy. Esses arquivos organizam os eventos de forma sequencial, indicando que, após o término de uma parte do jogo, outra sequência seria iniciada.

Intrigantemente, esses arquivos também fazem referência a elementos que mais tarde apareceriam em Days Gone, como um mapa de mundo aberto, a possibilidade de pilotar motocicletas e enfrentar inimigos como lobos em florestas densas.

Além disso, um dos arquivos sugere a presença de NPCs que ajudam a fazer upgrade nas armas, algo que é uma parte central da jogabilidade de Days Gone. Um detalhe curioso é que Days Gone permite que os jogadores utilizem uma lata de óleo como silenciador improvisado para suas pistolas – uma mecânica que só apareceu novamente na versão beta do primeiro The Last of Us.

A parceria entre Bend Studio e Naughty Dog

Outro ponto que fortalece a conexão entre The Last of Us e Days Gone é o histórico de colaboração entre a Bend Studio, desenvolvedora de Days Gone, e a Naughty Dog.

Antes de trabalhar em Days Gone, a Bend Studio participou do desenvolvimento de dois spin-offs da franquia Uncharted para o PlayStation Vita: Uncharted: Fight for Fortune e Uncharted: Golden Abyss. Esses jogos foram lançados pouco antes do primeiro The Last of Us e mostram que as duas empresas já tinham uma relação de trabalho próxima.

A teoria mais plausível é que, em algum ponto do desenvolvimento, a Bend Studio poderia ter trabalhado em conjunto com a Naughty Dog em um projeto pós-apocalíptico. No entanto, durante o processo, as visões para o jogo divergem, resultando na separação dos projetos.

Assim, a Naughty Dog continuou a desenvolver The Last of Us de forma independente, enquanto a Bend Studio seguiu com as ideias originais, que eventualmente se tornaram Days Gone.

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Um The Last of Us não-oficial?

É possível que Days Gone tenha sido originalmente pensado como um spin-off de The Last of Us ou até mesmo que elementos planejados para a sequência de The Last of Us tenham sido reaproveitados em Days Gone. Ainda que essa ligação não seja oficial, as semelhanças entre os dois jogos são difíceis de ignorar.

Curiosamente, Days Gone também apresenta conexões com outra franquia clássica da Bend Studio, Syphon Filter, sugerindo que o jogo é um verdadeiro caldeirão de influências de diferentes títulos da Sony. No final, Days Gone se posiciona como um The Last of Us não-oficial, oferecendo uma experiência pós-apocalíptica única que, embora inspirada em seu “irmão mais velho”, trilhou seu próprio caminho.

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