Os mercados financeiros no Estados Unidos e no Brasil têm algumas semelhanças, no entanto algumas nomenclaturas são diferentes. Esse é o caso dos Stock Splits que no Brasil recebem o nome de desdobramento de ações.
Neste artigo vamos explicar em detalhes o que é um stock split, como funciona, exemplos reais que acontecem no mercado americano e vantagens e desvantagens para os investidores.
Continue a leitura para entender mais sobre os desdobramentos de ações.
O que é um Stock Split?
Este é o nome dado para o desdobramento de uma stock. Ele nada mais é do que dividir uma ação em partes menores
Dessa forma, o investidor ganha novas ações, mas o valor de cada ação é reduzido proporcionalmente ao stock split feito. Ou seja, cada investidor terá mais ações de determinada empresa a um preço menor.
Como funciona um Stock Split?
Imagine que determinado investidor se encontre na seguinte situação:
O investidor detém 10 ações de uma empresa hipotética chamada “X”;
Ao preço de US$ 1.000 por cada ação;
Totalizando um investimento de US$ 10.000
A empresa “X” anuncia a intenção de desdobrar suas ações e deve informar qual será a proporção do desdobramento – a empresa é livre para determinar a proporção que achar mais adequada.
Podem ser propostos desdobramentos, por exemplo, de 1 para 2, 1 para 5, 1 para 10 ou qualquer outra proporção que for conveniente para a companhia.
A proposta deve ser votada e aprovada pelo conselho de administração da companha – e, em alguns casos, o assunto também pode ser deliberado em assembleia de acionistas – para que seja levada adiante. Caso aprovada, a companhia determina uma data para que o desdobramento de fato aconteça.
Vamos supor que esse investidor que tenha essas 10 ações da empresa “X” ao preço de US$ 1.000 seja informado de um desdobramento de 1 para 10. O que aconteceria seria o seguinte:
Na data acordada, o número de ações detidas por ele seria multiplicado por 10, passando de 10 ações para 100 ações;
Ao mesmo tempo, o preço seria dividido por 10, passando de US$ 1.000 para US$ 100;
Finalizada a operação, o valor total investido continuaria sendo US$ 10.000.
Exemplo real de um stock split
Nos Estados Unidos, a Amazon convocou seus acionistas em 2022 para propor um stock split de 20 para 1. Ou seja, cada acionista detentor de uma ação “AMZN” seria dono de 20 ações ao final do processo, com a redução proporcional no preço de cada ação. A proposta foi colocada em votação em assembleia de acionistas no dia 25 de maio, sendo aprovada.
A operação funcionou do seguinte modo:
Foram considerados para o stock split acionistas que detinham a ação no fechamento do pregão do dia 27 de maio – mas quem compra a ação após esta data é contemplado no desdobramento, uma vez que, ao negociar o papel, os direitos e obrigações são transferidos de um investidor para outro;
Esses acionistas receberam ações adicionais em sua conta no fechamento do dia 3 de junho;
No próximo dia útil, em 6 de junho, as ações já abriram as negociações com o valor reduzido proporcionalmente.
Na prática:
No pregão de 03 de junho, a ação AMZN encerrou o dia cotada a US$ 2.447;
No dia 6 de junho a ação AMZN começou o dia negociada com um novo valor, de US$ 122,35.
Vale lembrar que esta não é uma recomendação de compra – este é apenas um exemplo ilustrativo. Cada investidor deve ter seu próprio planejamento financeiro, analisando sua situação pessoal, seus objetivos e seu perfil de investidor antes de realizar alguma operação.
Vantagens do stock split
Se o valor total do investimento continua o mesmo, você pode estar se perguntando: qual é a vantagem de realizar um stock split para as empresas?
Esta costuma ser uma alternativa que empresas adotam quando elas entendem que o preço de suas ações está caro. Portanto, ao colocar mais ações em circulação e reduzir o seu preço proporcionalmente, a ideia é que seja possível uma nova base de investidores que buscam ações com preços mais acessíveis, aumentando, assim, a liquidez.
Por outro lado, em algumas corretoras é possível ter acesso a um mercado fracionário, no qual o investidor pode comprar partes de uma ação, pelo preço que desejar. É assim que funciona na Avenue, por exemplo, onde você não precisa comprar uma ação inteira, diferentemente do que acontece no mercado no Brasil.
Desdobramentos de ação é bom para investidores?
Se pelo lado da empresa o objetivo é aumentar a liquidez de suas ações, quando analisamos pela ótica dos investidores o principal fator de destaque de um stock split é a possibilidade de investir em ações de empresas que, até então, podiam ser inacessíveis para seu poder de compra.
Ao poder adquirir ações por valores mais baixos do que seria possível antes do desdobramento, também pode-se argumentar que o stock split facilita a estratégia de diversificação dos investidores, uma vez que há mais alternativas acessíveis para montar a carteira.
No entanto, esta é uma estratégia que não resulta, necessariamente, em alguma mudança nos fundamentos da empresa ou em suas projeções de resultados.
Desdobramentos tornam a empresa mais valiosa?
Como explicado anteriormente, o desdobramento não tem relação com o investimento total, portanto este evento não interfere no valor de mercado.
A companhia adota este movimento com o objetivo de aumentar a liquidez, possibilitando que ainda mais acionistas comprem suas ações.
Mas vale lembrar: este fato, por si só, não significa que uma empresa se tornará mais valiosa. Antes de investir, é recomendável avaliar todos os fundamentos, além de seus objetivos e perfil de investidor.
Desdobramento vs Grupamento
Ao contrário do stock split, ou desdobramento de ações, também é possível que no mercado aconteça um movimento contrário, o de reagrupar ações. Esse processo é conhecido no mercado americano como Reverse Stock Split, ou Inplit. No Brasil, os investidores conhecem esse fenômeno por grupamento de ações.
A mecânica é invertida à do Stock Split: as ações são reagrupadas, portanto, diminuindo o número de ações em circulação, consequentemente aumentando o preço – e também mantendo o investimento total.
Podem existir diferentes motivações para um grupamento de ações. Entre alguns dos motivos, a companhia pode optar por essa estratégia:
Caso o preço de suas ações tenha se reduzido a ponto de correr o risco de ser deslistada de alguma Bolsa;
Caso atinja um nível abaixo do que fundos de investimento avaliem como valores mínimos para considerar uma compra;
Ou até mesmo por um fator psicológico: alguns investidores podem avaliar que ações a partir de determinado nível de preço são mais valiosas do que ações que custam centavos, por exemplo.
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