Mudanças climáticas: quais são as causas e os efeitos para a agricultura?

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Não há como negar: estamos vivenciando – e sentindo na pele – os efeitos das mudanças climáticas. Temos visto as camadas de gelo e neve diminuírem e o nível dos oceanos subir. E se essas transformações afetam nossas vidas, sem dúvidas, elas também têm impacto direto na agricultura. Fique conosco e entenda melhor esse cenário!

Entendendo as mudanças climáticas: o que são?

As mudanças climáticas referem-se a alterações significativas e duradouras nas condições do clima da Terra. Isso pode incluir mudanças na temperatura, nos padrões de precipitação (chuva e neve), nos ventos e em outros fenômenos meteorológicos.

Quais são as principais causas das mudanças climáticas?

As mudanças climáticas podem ocorrer naturalmente ou ser provocadas por atividades humanas. Vamos dar alguns exemplos.

Causas naturais

Variações solares: mudanças na energia que recebemos do sol.

Erupções vulcânicas: vulcões emitem grandes quantidades de poeira e gases na atmosfera, que podem influenciar o clima.

Ciclos climáticos: eventos naturais como El Niño e La Niña afetam o clima de curto prazo.

Causas humanas

Emissão de gases de efeito estufa (GEE): atividades como queima de combustíveis fósseis (carvão, petróleo e gás natural), desmatamento e agricultura intensiva aumentam a concentração de GEE na atmosfera.

Desmatamento: remover árvores reduz a quantidade de dióxido de carbono (CO₂) que é absorvido pelas plantas.

Indústria e transporte: a fabricação de produtos e o transporte de pessoas e mercadorias gera emissões significativas de CO₂ e outros GEE.

Os efeitos das mudanças climáticas no meio ambiente

As mudanças climáticas geram transformações em diversos aspectos no meio ambiente. Alguns dos maiores impactos são os seguintes:

Aquecimento global

O aumento da temperatura média da Terra é um dos efeitos mais conhecidos. Isso acontece porque gases como o dióxido de carbono (CO₂) e o metano (CH₄) aprisionam o calor na atmosfera, causando o “efeito estufa”. 

Como resultado, temos o aumento da temperatura média, que causa verões mais longos e quentes, e ondas de calor extremo mais frequentes.

Derretimento das calotas polares e glaciares

O aquecimento global faz com que o gelo nas regiões polares e em glaciares derreta. Isso leva ao aumento do nível do mar, pois o gelo derretido aumenta o volume de água dos oceanos, ameaçando áreas costeiras. Por consequência, animais como ursos polares e pinguins perdem seu habitat natural.

Eventos climáticos extremos

As mudanças climáticas aumentam a frequência e a intensidade de eventos climáticos extremos, como:

Furacões e tempestades: tornam-se mais intensos e destrutivos.

Secas prolongadas: áreas que antes tinham chuva regular enfrentam longos períodos de seca, como a vista na região do Pantanal.

Chuvas intensas: chuvas pesadas em curtos períodos de tempo, levando a inundações, como, por exemplo, as ocorridas no Rio Grande do Sul no primeiro semestre de 2024.

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Mudanças nos ecossistemas

Os ecossistemas, que são as comunidades de plantas, animais e outros organismos, são fortemente afetados pela migração de espécies, já que animais e plantas mudam de localização em busca de condições climáticas adequadas. Nos piores casos, há a extinção de espécies que não conseguem se adaptar.

Outra consequência possível é a mudança de estações, quando os padrões de floração das plantas e migração dos animais mudam, afetando todo o ecossistema.

Acidificação dos oceanos

O aumento de CO₂ na atmosfera também leva à absorção de mais CO₂ pelos oceanos, tornando-os mais ácidos. 

Isso pode causar impacto na vida marinha, já que a acidificação afeta a capacidade de organismos marinhos, como corais e moluscos, de formar suas conchas e esqueletos. 

A acidificação também pode levar à destruição de recifes de corais, que são ecossistemas ricos e diversos, vulneráveis também ao aumento da temperatura. 

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Quais os maiores impactos das mudanças climáticas na agricultura?

As mudanças climáticas, claramente, têm um impacto significativo na agricultura, afetando desde a forma como as culturas crescem até a quantidade de alimentos produzidos.

Isso porque algumas regiões podem enfrentar longos períodos sem chuva, prejudicando o crescimento das plantas que precisam de água para se desenvolver. Enquanto isso, outras áreas podem ter chuvas muito fortes em curtos períodos de tempo, o que pode causar inundações e prejudicar as plantações. 

Essa distribuição irregular de chuvas dificulta o planejamento agrícola, pois os agricultores não conseguem prever quando e quanto vai chover.

O clima mais quente e as mudanças nos padrões de precipitação criam condições favoráveis para o aumento de pragas e doenças que afetam as plantas. Assim, insetos e outros organismos nocivos podem se proliferar mais rapidamente em climas mais quentes, atacando as culturas e reduzindo a produtividade.

Plantas que estão sob estresse climático, como calor excessivo ou falta de água, também se tornam mais vulneráveis a pragas e doenças.

Além disso, mudanças no clima podem afetar a qualidade dos alimentos, tornando-os menos nutritivos ou de menor valor comercial. Dessa forma, os agricultores podem precisar investir mais em irrigação, defensivos e outras medidas de controle para lidar com as novas condições climáticas, o que acaba aumentando os custos de produção.

Com a produção agrícola comprometida, pode haver falta de alimentos em algumas regiões, levando a aumentos nos preços e insegurança alimentar.

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Alguns exemplos que podemos citar de como as mudanças climáticas geram interferência direta em produtos da agricultura são:

Milho: em regiões onde o clima está se tornando mais seco, a produção de milho pode cair drasticamente, pois a planta necessita de água em abundância para crescer.

Trigo: excesso de calor pode afetar o período de crescimento do trigo, reduzindo o rendimento das colheitas.

Arroz: mudanças nos padrões de chuva podem prejudicar as plantações de arroz, que dependem de água abundante e constante.

Adaptação e mitigação das mudanças climáticas na agricultura

Há alguns recursos que podem ajudar a diminuir esse impacto negativo das mudanças climáticas.

Para enfrentar esses desafios na agricultura, é importante adotar estratégias que ajudem tanto na adaptação (ajustar práticas agrícolas para lidar com os novos desafios) quanto na mitigação (reduzir as causas das mudanças climáticas). 

Vamos começar com as ações que visam à adaptação às mudanças climáticas:

Diversificação de culturas

Reduz o risco de perda total de colheitas devido a condições climáticas adversas, pragas ou doenças. E, se alguma cultura falhar, outras ainda podem sobreviver e garantir alguma produção.

Melhoramento genético

Plantas mais resistentes têm maior chance de sobreviver e produzir bem, mesmo sob condições climáticas extremas.

Gestão da água

Ajuda a garantir que as plantas recebam a quantidade certa de água, mesmo em períodos de seca ou chuvas irregulares. Algumas medidas práticas para fazer essa gestão são: 

Preservação de nascentes;

Construção de cisternas para aproveitamento das águas das chuvas;

Para jardins, uso de sistemas de irrigação que direcionem a água diretamente às raízes das plantas;

Instalação de redutores de fluxo em torneiras e chuveiros;

Verificação regular de torneiras, chuveiros e canos para evitar desperdício.

Agricultura de conservação

Melhora a saúde do solo, aumenta a retenção de água e reduz a erosão, tornando a agricultura mais resiliente às mudanças climáticas. Para exemplificar como isso funciona, selecionamos algumas dicas de ações práticas: 

Manter o solo coberto com plantas ou resíduos vegetais (palha) o máximo possível;

Alternar os tipos de plantas cultivadas em uma mesma área;

Evitar revolver o solo com arados. Em vez disso, plantar diretamente na palha ou na vegetação existente;

Plantar culturas de cobertura, como leguminosas, que são incorporadas ao solo para adicionar matéria orgânica e nutrientes;

Usar combinações de métodos biológicos, culturais e químicos para controlar pragas e doenças de forma sustentável;

Em áreas inclinadas, criar terraços para reduzir a erosão e ajudar na retenção de água.

Planejamento de colheita

Plantar na época certa pode evitar que as culturas enfrentem as condições climáticas mais adversas durante seu crescimento.

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Agora, vamos falar do que pode ser feito para mitigar os impactos das mudanças climáticas no setor agro:

Redução de emissões de gases de Efeito Estufa

Adotar práticas que diminuam a emissão de CO₂, metano (CH₄) e óxido nitroso (N₂O). O Governo Federal publicou uma coletânea com detalhes sobre as emissões e alternativas para diminuí-las. A meta é reduzir a emissão de gases de efeito estufa em 48% até 2025. 

Uso de energias renováveis

Utilizar fontes de energia renovável, como painéis solares e energia eólica, para alimentar operações agrícolas. Isso diminui a dependência de combustíveis fósseis e reduz as emissões de CO₂. 

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Sistema agroflorestal

Combinar o cultivo de árvores com a produção agrícola. Árvores capturam CO₂ da atmosfera, ajudam a proteger o solo e podem fornecer renda adicional aos agricultores através da colheita de frutos, madeira ou outros produtos.

Gestão de resíduos agrícolas

Práticas como compostagem de resíduos de colheitas e esterco reduzem a emissão de metano dos resíduos agrícolas e melhoram a fertilidade do solo.

Rotação de culturas e uso de leguminosas

Alternar diferentes tipos de culturas em um mesmo campo e incluir leguminosas, que fixam nitrogênio no solo. Isso melhora a saúde do solo e reduz a necessidade de fertilizantes químicos, que podem emitir gases de efeito estufa.

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É possível tornar sua produção rural mais sustentável

Há diversas estratégias que ajudam os agricultores a lidar com as novas condições climáticas e a reduzir os impactos para a produção agrícola.

E, para isso, ter o apoio e o suporte de quem entende suas necessidades e está pronto para ajudar você a acessar o recurso necessário para investir na sua propriedade é essencial. É para isso que a Cresol existe!

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