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Um profissional autônomo pode emitir um recibo referente a um serviço prestado para uma pessoa física ou jurídica, mesmo sem abrir um CNPJ — não podendo, portanto, gerar nota fiscal? Sim, isso já é possível! E é exatamente por esse motivo foi criado o RPA, Recibo de Pagamento Autônomo.
O documento é um mecanismo de segurança tanto para os profissionais, que formalizam o recebimento do pagamento, quanto para as empresas ou pessoas para as quais os serviços são prestados, que têm um registro formal do pagamento realizado.
No artigo de hoje, você vai aprender tudo o que você precisa saber sobre o RPA e entender como um profissional autônomo pode emitir um recibo de pagamento. Acompanhe!
O que é RPA?
Basicamente, o RPA é um documento fiscal que formaliza o pagamento de um serviço prestado por uma pessoa física para outra pessoa física ou para uma pessoa jurídica. Ele possui um papel semelhante ao de uma nota fiscal e contém informações como o tipo do serviço prestado, o valor referente à prestação e os impostos envolvidos na transação.
Vale ressaltar que o Recibo de Pagamento Autônomo é emitido em casos de prestação de serviços esporádicos, nos quais o profissional não possui nenhum tipo de vínculo empregatício com a empresa para a qual ele prestou o serviço.
Não confunda o RPA com Robotic Process Automation!
Ao pesquisar sobre o tema na internet, é possível que os resultados da busca façam referência a outra aplicação que leva a mesma sigla – RPA -, o Robotic Process Automation, ou Automação Robótica de Processos, em português.
Fique atento para não confundir os termos e se atrapalhar na hora de emitir ou solicitar o comprovante.
Enquanto o Recibo de Pagamento Autônomo é um documento que apresenta a relação e o valor dos serviços prestados por um profissional, o Robotic Process Automation é uma ferramenta tecnológica de gestão usada para automatizar processos corporativos.
Como o RPA funciona?
Outra diferença muito importante entre a nota fiscal e o RPA é que, no caso do Recibo de Pagamento Autônomo, a responsabilidade pela emissão do recibo é da empresa ou da pessoa contratante. Ou seja, o recibo não é gerado pelo profissional que prestou o serviço.
Isso significa que o contratante é quem fica responsável por incluir as informações sobre o serviço prestado no documento, bem como pelo recolhimento correto de impostos envolvidos na transação.
De toda forma, é importante que o profissional autônomo entenda sobre o RPA e saiba que ele é uma possibilidade para que profissionais que não possuem CNPJ consigam emitir um recibo de prestação de serviço.
Quais impostos estão presentes no RPA?
Assim como acontece no processo de emissão de notas fiscais, a emissão de Recibo de Pagamento Autônomo também envolve alguns impostos e a empresa ou pessoa contratante precisa ficar de olho para manter sua situação tributária em dia. Confira quais são eles.
INSS
Mesmo sem vínculo empregatício com nenhuma empresa, o profissional autônomo pode garantir seus direitos como contribuinte da Previdência Social e ter acesso a benefícios trabalhistas como aposentadoria e auxílio-doença. E um dos mecanismos para garantir isso é, exatamente, o INSS recolhido nos Recibos de Pagamento Autônomo.
O imposto a ser recolhido na emissão do recibo referente a um serviço prestado por um profissional autônomo é de 11% do valor total do serviço prestado. Mas, é preciso ter atenção: a tabela de contribuição do INSS muda anualmente e é importante sempre verificar se houve alteração nesse percentual.
IRPF
Outro tributo envolvido na emissão de um RPA é o Imposto de Renda de Pessoa Física (IRPF), que é calculado de acordo com todos os valores recebidos pelo profissional no mês. O valor retido na fonte precisa ser declarado pelo profissional autônomo na sua declaração do imposto de renda.
A alíquota pode chegar a até 27,5% e o valor a ser deduzido é definido conforme a faixa do valor total do serviço prestado. Atualmente, essa é a tabela da Receita Federal referente ao IRPF:
Rendimento | Alíquota | Dedução |
---|---|---|
Até R$ 2.112,00 | Isento | 0,00 |
De R$ 2.112,00 a R$ 2.826,65 | 7,5% | R$ 158,40 |
De R$ 2.826,66 a R$ 3.751,05 | 15% | R$ 370,40 |
De R$ 3.751,06 a R$ 4.664,68 | 22,5% | R$ 651,73 |
Acima de R$ 4.664,68 | 27,5% | R$ 884,96 |
ISS
O último imposto geralmente envolvido na emissão do RPA é o Imposto sobre Serviços, que é um tributo municipal e, por isso, é definido com base nas regras estabelecidas por cada prefeitura. O imposto varia de 2% a 5% do valor total do serviço prestado e, em alguns casos, pode não ser exigido pelo órgão municipal da cidade em questão.
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Qual é a importância do RPA?
O Recibo de Pagamento Autônomo é um documento legal, que garante que o profissional que atua de forma independente se mantenha em dia com suas obrigações tributárias. Além disso, o RPA aumenta a segurança na relação entre prestador de serviço e contratante, uma vez que ele é um recibo legítimo do serviço prestado.
Quando se deve emitir RPA?
Como vimos, o Recibo de Pagamento Autônomo é emitido para formalizar e comprovar a prestação de um serviço. Ele é um recurso prático e seguro e deve ser usado quando não há vínculo empregatício, sempre em situações de contratação temporária, de poucos dias.
Quando o trabalho ocorre por mais tempo, a orientação é optar por outras alternativas. O profissional autônomo pode realizar a abertura de uma empresa (ou microempresa) para a emissão de nota fiscal. Já os contratantes podem formalizar a atividade com a assinatura da carteira de trabalho.
Vale lembrar que as pessoas não precisam ter CNPJ para gerar o RPA. No entanto, em alguns casos, abrir um MEI pode ser uma solução mais vantajosa para os trabalhadores autônomos, possibilitando que a parceria se estenda por mais tempo.
Além disso, microempreendedores individuais pagam valores fixos de impostos e também têm acesso a benefícios previdenciários.
Como emitir o RPA?
Se você pensa que a emissão de um RPA deve ser complicada, saiba que é exatamente o oposto. O processo é bem simples e existem modelos de Recibos de Pagamento Autônomo disponíveis em papelarias ou na internet.
Basta, portanto, utilizar um desses modelos e preencher com os dados que precisam constar nesse tipo de documento. São eles:
- CPF ou CNPJ do contratante;
- Razão Social da empresa, caso seja uma pessoa jurídica a contratante;
- CPF e inscrição do INSS do profissional autônomo contratado;
- Valor líquido e bruto dos serviços prestados;
- Declaração dos descontos referentes aos impostos;
- Nome e assinatura do emissor.
Principais perguntas e respostas sobre o RPA
1. O que é um RPA?
O Recibo de Pagamento Autônomo (RPA) é um documento fiscal utilizado para formalizar o pagamento de um serviço prestado por uma pessoa física a outra pessoa física ou jurídica.
2. Como o RPA se diferencia de Robotic Process Automation (RPA)?
O termo “RPA” também pode se referir a “Robotic Process Automation” ou “Automação Robótica de Processos”, uma ferramenta tecnológica para automatizar processos corporativos. É importante não confundir os dois termos.
3. Qual é a função do RPA no pagamento de serviços prestados?
O RPA descreve detalhes do serviço prestado, como o tipo do serviço, o valor pago e os impostos envolvidos na transação. Ele é emitido em situações de prestação de serviços esporádicos sem vínculo empregatício.
4. Quem é responsável por emitir o RPA?
A responsabilidade pela emissão do RPA recai sobre a empresa ou a pessoa que contratou o serviço, não sobre o profissional autônomo que prestou o serviço.
5. Quais impostos estão relacionados ao RPA?
Os impostos envolvidos no RPA são o INSS (11% do valor total), IRPF (com alíquotas variando até 27,5%) e ISS (2% a 5% do valor total do serviço), cada um com suas regras específicas.
6. Qual é a importância do RPA?
O RPA é um documento legal que garante a regularidade tributária do profissional autônomo. Além disso, aumenta a segurança na relação entre prestador e contratante, servindo como comprovante legítimo do serviço prestado.
7. Em que situações deve-se emitir um RPA?
O RPA é utilizado para contratações temporárias e de curto prazo, onde não há vínculo empregatício. Em situações mais longas, outras opções, como MEI ou nota fiscal, podem ser mais adequadas.
8. Como emitir um RPA?
A empresa ou pessoa contratante é responsável pela emissão do RPA. Modelos de RPA podem ser encontrados em papelarias ou na internet e devem conter informações como CPF/CNPJ do contratante, valor do serviço, descontos de impostos e assinaturas necessárias.
9. Quais os benefícios do RPA para profissionais autônomos?
O RPA permite que profissionais autônomos emitam um documento oficial de prestação de serviço mesmo sem CNPJ. No entanto, em situações mais longas, considerar opções como MEI pode ser vantajoso, oferecendo benefícios previdenciários e tributários
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