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As últimas décadas foram marcadas por lutas pela igualdade de gênero. As mulheres conquistaram independência e vêm ocupando espaços que, antes, eram exclusivos dos homens. Nesse cenário, o empreendedorismo feminino traz importantes contribuições para a sociedade.
Cada vez mais empresárias atuam no mercado. Porém, o mundo dos negócios ainda impõe obstáculos extras a elas. Hoje vamos conversar sobre alguns desses desafios.
Qual o panorama atual do empreendedorismo feminino?
O empreendedorismo feminino pode ser entendido como os negócios idealizados ou administrados por mulheres. Esse movimento envolve tanto os empreendimentos fundados por elas como também a liderança feminina nas empresas, quando as mulheres ocupam cargos mais altos da hierarquia das organizações.
A atuação feminina no comando dos negócios vem crescendo a cada ano. Só para se ter uma ideia, o Brasil está entre os 10 países com o maior número de empreendedoras do mundo, segundo estudo Global Entrepreneurship Monitor. A pesquisa mostra ainda que mais da metade das brasileiras empreende no segmento de comércio de bens e serviços.
O incentivo à participação das mulheres na gestão das empresas, entretanto, não acontece à toa. Embora as pesquisas mostrem o avanço global do empreendedorismo feminino, os homens ainda são maioria na direção das companhias.
Logo, o movimento busca potencializar o protagonismo das mulheres no desenvolvimento da economia e aumentar a sua representatividade no universo dos negócios. O resultado é benéfico para toda a sociedade, com um mundo mais justo e com menos desigualdade de gênero.
Empreendedoras têm qualificação, mas faltam oportunidades
Existem aproximadamente 9,3 milhões de empreendedoras no Brasil, o que corresponde a 34% dos donos de um negócio no país. Os dados são do Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas).
A proporção ainda baixa tem relação com nossa realidade sociocultural. Durante muito tempo, acreditava-se que lugar de mulher era em casa, preparando a comida e cuidando dos filhos. Para se ter uma ideia, a esposa que quisesse trabalhar fora precisava da autorização do marido. Essa regra valeu até 1962 – praticamente ontem, em termos históricos.
Desestimuladas a empreender, elas tiveram que correr atrás da máquina. E conseguiram bastante num período curto. Segundo o Sebrae, hoje a quantidade de empresárias consideradas chefes de domicílio chega a 45%, superando o número de mulheres que dependem do dinheiro do cônjuge. Isso significa que elas assumiram o protagonismo em seus lares, pois provém a principal fonte de renda da família.
O empreendedorismo feminino também se caracteriza pela qualificação. As donas de negócio têm escolaridade maior (16%). Além disso, apresentam taxas de inadimplência mais baixas (3,7% para elas contra 4,2% para eles).
Apesar dos índices promissores, ainda existem barreiras. Uma delas é, justamente, monetária. As empreendedoras tomam empréstimos menores e honram os compromissos financeiros com mais frequência, mas pagam juros altos por isso. Calcula-se que a taxa seja 3,5% superior aos juros cobrados dos homens, considerando-se o dinheiro fornecido a proprietários de pequenos empreendimentos.
Outro empecilho está em estabelecer uma rede de apoio. Como o empresariado sempre foi dominado por representantes do gênero masculino, a presença de uma moça nesse ambiente costuma ser vista com desconfiança. É como se ela fosse incapaz de atuar de igual para igual. Sem credibilidade junto aos pares, as mulheres têm mais dificuldade em formar um networking sólido.
Por que o empreendedorismo feminino é tão importante para a sociedade?
A principal vantagem do estímulo ao empreendedorismo feminino é a diminuição da desigualdade de gênero. Numa sociedade em que homens e mulheres têm direitos iguais, espera-se que todos assumam tarefas equivalentes. Da mesma forma que o pai tem capacidade de trocar fralda e preparar a papinha do bebê, a mãe pode atuar no comércio de bens e serviços.
Quanto mais pessoas estiverem envolvidas com um negócio próprio, mais a economia cresce. E não é necessário tomar a frente de uma grande indústria para isso. Pode ser um salão de beleza nos fundos de casa ou a venda de produtos artesanais na feira do bairro. Movimentos desse tipo geram emprego, elevam a renda média e melhoram a qualidade de vida das famílias.
No mais, mulheres empreendedoras atingem a independência financeira. Essa é uma importante etapa para quebrar possíveis ciclos de violência. Muitas donas de casa ainda se submetem aos abusos dos parceiros simplesmente porque não têm meios de se sustentar. Assim, dependem dos homens para comer, ter uma casa e dar educação aos filhos – mesmo que o custo para isso seja negligenciar as próprias vontades.
Quais são os desafios do empreendedorismo feminino no Brasil?
A pandemia de Covid-19 atingiu mais as empreendedoras que os empreendedores homens. Uma pesquisa do Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) apontou que elas tiveram perda de 75% do faturamento mensal, enquanto eles registraram queda um pouco menor (71%).
A explicação, mais uma vez, pode estar na desigualdade de gênero. Durante a crise, as crianças estavam fora das escolas e os idosos requereram mais cuidados, já que eram considerados grupo de risco para a doença. Por uma questão cultural, a tarefa de tomar conta dos familiares recaiu principalmente sobre as mulheres.
Divididas entre os filhos, a casa e o trabalho, as gestoras de empresas não puderam se dedicar integralmente aos projetos profissionais. De fato, o tempo que elas empregam nos próprios negócios é, em média, 17% menor, se comparado às horas que os empresários do gênero masculino ficam à frente de seus empreendimentos.
Mas cabe destacar que essa situação não é nova. Além da disparidade nas responsabilidades domésticas, que sobrecarrega as mães, elas ainda enfrentam uma nítida desvantagem no mercado de trabalho.
Estudo da Fundação Getúlio Vargas (FGV), realizado em 2019, apontou que muitas trabalhadoras perdem o emprego após terem filhos. A pesquisa revelou que as demissões se acentuam logo depois do término da licença-maternidade. Ao fim de 24 meses, quase metade das mães trabalhadoras já foi dispensada, na maior parte das vezes sem justa causa.
A falta de empregabilidade é maior entre aquelas que têm nível de escolaridade mais baixo. E o motivo é previsível: muitos empregadores ainda acreditam que o cuidado com as crianças é exclusividade feminina. Sob essa mentalidade, a dedicação aos pequenos poderia entrar em conflito com as demandas da carreira.
O resultado é que há mulheres que empreendem não necessariamente por vocação, mas por necessidade. Com as portas do mercado de trabalho fechadas, a saída que elas encontram para sobreviver é inventar um negócio por conta própria.
Dicas para mulheres que querem empreender
Como vimos, empreendedorismo feminino é mais que mulheres abrindo empresas. Trata-se de uma ferramenta de transformação social. Se você também quer fazer parte dessa mudança, confira algumas sugestões de como começar:
1. Estude o mercado
Um novo negócio surge para satisfazer uma demanda de mercado. Dito de outra forma, você deve entender quais são as necessidades do público, isto é, quais serviços ou produtos estão faltando em sua região. Escolha uma área de seu interesse e invista!
Vale dar atenção especial aos setores de tecnologia e inovação, que são mais lucrativos. De acordo com números do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), as empresas lideradas por mulheres faturam menos. Uma explicação para esse fenômeno seria o investimento em áreas de baixo valor agregado, como alimentação ou moda e beleza.
2. Planeje o seu negócio
Agora é hora de organizar o orçamento. Antes de empreender, você deve prever os custos para adquirir materiais, instalar maquinário, contratar equipe, divulgar os serviços e fazer o que mais for preciso para entrar em operação. Lembre-se de pesquisar sobre impostos e enquadramento tributário.
3. Busque capacitação
Existem organizações que ajudam pequenas empreendedoras a tirar um projeto do papel. O próprio Sebrae oferece consultorias que dão ótimas dicas para quem está começando. Junto a isso, leia sobre administração, gestão de pessoas, marketing, finanças e vendas. Uma dona de negócio precisa entender um pouco de tudo isso para prosperar.
4. Faça networking
Sabe aquela história de que sozinhas vamos mais rápido, mas juntas vamos mais longe? Essa lógica se aplica perfeitamente ao empreendedorismo feminino.
É importante conhecer outras empresárias, em encontros presenciais ou em grupos pela internet, para fortalecer parcerias. Elas poderão se tornar fornecedoras, clientes ou até mesmo sócias.
Os sites de redes sociais são uma excelente ferramenta para fazer networking. Talvez esteja na hora de atualizar aquele seu perfil no LinkedIn, ou mesmo recorrer a anúncios no Instagram para sua página comercial bombar, atingindo mais pessoas.
5. Procure uma linha de crédito
Se você não tem muito capital para investir, deve buscar uma linha de crédito compatível com seus ganhos. A Cresol oferece várias soluções financeiras para quem quer empreender com lucratividade.
Vamos crescer juntos? Então conheça nossas opções.
Como apoiar o empreendedorismo feminino? Veja ferramentas e recursos
O apoio de toda a sociedade ao empreendedorismo feminino é fundamental para que mais mulheres conquistem o protagonismo na administração das empresas e, assim, possam melhorar as suas vidas e das suas famílias.
Em um nível mais amplo, o incentivo acontece por meio de políticas públicas criadas pelos governos, com fomento à educação empreendedora, criação de rede de apoio às empresárias, simplificação de burocracias, entre outras ações.
As empresas também desempenham um papel importante no fortalecimento do empreendedorismo feminino. O suporte pode acontecer via parcerias com as empresárias e com mudanças na cultura organizacional, estabelecendo estratégias para que elas assumam mais cargos de liderança nas companhias.
As instituições financeiras são outro agente que pode se juntar a essa luta. A Cresol faz a sua parte para apoiar as empreendedoras. Entre as ações da cooperativa estão linhas de crédito com juros atrativos e possibilidade de investimento em diversos segmentos.
E você sabia que também pode incentivar o empreendedorismo feminino? Confira algumas práticas simples que ajudam a fortalecer o trabalho das empreendedoras:
- Adquira produtos ou serviços produzidos por mulheres;
- Divulgue o trabalho das empresárias para outras pessoas;
- Faça comentários construtivos e dê sugestões para agregar ao empreendimento;
- Compartilhe o cuidado com a casa e a família.
Com a cooperação de todos, podemos contribuir para que o empreendedorismo feminino se desenvolva ainda mais no país e no mundo.
Como está o empreendedorismo feminino no Brasil?
O empreendedorismo feminino vem avançando cada vez mais. Com a maior participação das mulheres na liderança dos negócios, a expectativa é de que novas oportunidades surjam por meio do incentivo dos cidadãos e de ações promovidas por instituições públicas e privadas.
Organizações como a Rede Mulher Empreendedora se dedicam à integração, à capacitação e à troca de experiência entre participantes de todo o país. Iniciativas desse tipo ajudam a empoderar o público, num movimento de emancipação que fortalece a busca pela equidade de gênero nos negócios.
Outras práticas que podem contribuir para abrir mais espaço para as empreendedoras incluem cursos de capacitação, criação de políticas públicas, estímulo ao desenvolvimento das carreiras femininas, processos de contratação mais inclusivos e, inclusive, a reflexão social sobre o tema.
Ao mesmo tempo, empresárias que já são protagonistas no comando das empresas acabam inspirando e abrindo caminho para que mais mulheres possam transformar suas vidas para melhor por meio do empreendedorismo.
Mas, como comentamos, os obstáculos que as mulheres precisam enfrentar na gestão das empresas e no mercado de trabalho são muitos. Ainda é preciso vencer o preconceito, a falta de confiança, a dupla jornada, a desigualdade salarial e tantos outros desafios.
Por essa razão, toda a sociedade precisa se mobilizar para ajudar a fortalecer a atuação feminina à frente dos negócios e colaborar para construir um panorama favorável e próspero para todos.
Junte-se à Cresol e apoie o empreendedorismo feminino
O empreendedorismo feminino promove benefícios para toda a sociedade. Além de ajudar a reduzir a desigualdade de gênero, a liderança das mulheres nas empresas colabora para tornar as organizações mais inovadoras, diversas, inclusivas e flexíveis, segundo dados reunidos pelo Sebrae.
Agora que você já sabe mais sobre o tema, que tal refletir como você pode apoiar o trabalho de empreendedoras? Aqui na Cresol acreditamos na transformação social baseada na cooperação.
Se você gostou do conteúdo e quer saber mais sobre o assunto, siga acompanhando o nosso blog. Sempre trazemos novidades sobre empreendedorismo, investimentos pessoais e educação financeira.
Conte conosco para auxiliar você no caminho da prosperidade! Obrigado pela companhia e até a próxima.
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