Dia da Consciência Negra: memória, reflexão e identificação

No mundo atual, a percepção das dificuldades não pode mais se dissociar do remanejamento dos quadros funcionais.
Pensando mais a longo prazo, a percepção das dificuldades possibilita uma melhor visão global dos métodos utilizados na avaliação de resultados.

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Assim mesmo, a complexidade dos estudos efetuados ainda não demonstrou convincentemente que vai participar na mudança dos métodos utilizados na avaliação de resultados.





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No dia 20 de novembro, o Brasil celebra o Dia da Consciência Negra. Muito mais do que curtir o feriado, que se tornou nacional após aprovação de lei em 2023, precisamos aproveitar para refletir sobre a importância desta data e entender por que temos um dia dedicado à história da população negra.

A propósito, você sabia que pretos e pardos representam mais de 55% da população do nosso país? Sim, eles são maioria, apesar de terem sido marginalizados por séculos e de até hoje sofrerem as consequências da desigualdade racial no Brasil.

Neste artigo, vamos refletir sobre o Dia da Consciência Negra, mostrando por que é tão importante preservar a memória afro-brasileira e conscientizar a sociedade sobre ela. Acompanhe para conferir!

Por que temos um Dia da Consciência Negra?

Para entender a necessidade desse dia, vale prestar atenção à palavra “consciência”. Ela designa percepção ou compreensão de algo que acontece ao nosso redor, certo?

No caso da “consciência negra”, a ideia é perceber melhor esse grupo de pessoas. Embora pretos e pardos sejam maioria — totalizando 55,9% da população, segundo o IBGE —, por séculos foram marginalizados em nosso país e, até hoje, sofrem com o preconceito e a desigualdade racial.

O fenômeno é fruto de um processo histórico que começou com a escravidão. Aqui no Brasil, os negros foram submetidos a mais de 350 anos de violência e trabalhos forçados.

Mesmo com a implementação da Lei Áurea, que aboliu a escravatura em 1888, os problemas sociais continuaram. Sem posse de terras nem instrução formal, as famílias, agora libertas, enfrentaram muitos obstáculos para se inserir na sociedade.

Até meados do século XX, pessoas negras eram proibidas de frequentar alguns espaços, como clubes. O acesso à escola e ao trabalho também era dificultado, devido ao preconceito.

Desse modo, os descendentes dos escravizados demoraram mais tempo para subir na escala social. Por essas razões, hoje, boa parte da população negra vive em uma situação de maior vulnerabilidade socioeconômica, com menor acesso a bens e serviços básicos necessários ao bem-estar, como saúde, educação e moradia.

De acordo com o estudo Desigualdades Sociais por Cor ou Raça no Brasil, do IBGE, hoje, 34,5% da população preta e 38,4% da população parda do Brasil vive abaixo da linha da pobreza, dispondo de menos de 5,50 dólares por dia para viver. Entre os brancos, esse percentual é de 18,6%.

Portanto, o Dia da Consciência Negra existe para lembrarmos das consequências que a escravidão trouxe ao Brasil e preservarmos a memória afro-brasileira. Essa também é uma oportunidade de reforçar o combate ao racismo e refletir sobre o que se pode fazer para mudar esse cenário de desigualdade racial que assola o Brasil desde antes de sermos um país independente.

20 de novembro: Dia da Consciência Negra

A data escolhida para o Dia da Consciência Negra é uma homenagem a Zumbi dos Palmares, líder quilombola que lutava pela liberdade do povo negro. Ele foi assassinado numa emboscada em 20 de novembro de 1695.

A data escolhida para esse dia comemorativo é uma homenagem a Zumbi dos Palmares, líder quilombola que lutava pela liberdade do povo negro. Ele foi assassinado em uma emboscada, no dia 20 de novembro de 1695.

A partir da década de 1970, diversos coletivos surgiram ao redor do país para enaltecer a cultura negra e combater o racismo. Foi mais ou menos nessa época que se começou a discutir a instituição de um dia nacional sobre o tema.

Porém, ainda que a data já aparecesse no calendário escolar desde 2003, a oficialização ocorreu somente em 2011, com a Lei nº 12.519. O texto consagra 20 de novembro como o Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra.

O Dia da Consciência Negra é feriado?

Pela primeira vez na história do Brasil, o Dia da Consciência Negra, celebrado em 20 de novembro, é oficialmente um feriado nacional. Essa decisão é um marco importante na luta contra o racismo e na valorização da cultura e das contribuições do povo negro à nossa sociedade.

O feriado reforça a necessidade de reflexão e debate sobre a desigualdade racial e o racismo estrutural em nosso país. Ele não é apenas um dia de descanso, mas um momento para lembrar a resistência de líderes negros e honrar a trajetória de milhões de pessoas negras que enfrentaram e ainda enfrentam desafios históricos.

É importante, todavia, lembrar que a conscientização e o combate ao racismo não podem se limitar a uma única data. O feriado é um símbolo, mas a verdadeira mudança está em manter o debate vivo ao longo do ano, em todas as esferas da sociedade. Reconhecer os desafios da população negra é o primeiro passo para construir um país mais justo e igualitário.

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Qual a importância da conscientização e da preservação da memória afro-brasileira?

Em entrevista ao portal Nós, a professora e historiadora Fernanda Thomaz disse uma frase que resume bem a importância da preservação e da conscientização sobre a história da população negra: “Preservar a memória é uma forma de lutar contra as injustiças do presente”. Isso, por si só, já justifica a existência do Dia da Consciência Negra, não é mesmo?

Apesar de o Brasil ser um país de maioria negra, pretos e pardos ainda veem seus direitos serem violados e decisões serem tomadas com base no racismo estrutural que sempre fez parte da nossa história. Alguns números que vamos trazer mais adiante vão te ajudar a entender melhor esse cenário.

Por isso, conhecer o passado de escravidão no país e entender o quanto, historicamente, negros sempre tiveram dificuldade de acesso a bens e serviços nos ajuda a compreender o cenário atual de desigualdade racial. E, mais importante do que isso, nos ajuda a entender qual é o papel de cada um nesse contexto e o que podemos fazer para que, pelo menos daqui para frente, a história seja diferente.

Desigualdade racial e desafios: números sobre a população negra

Para reforçarmos a importância do Dia da Consciência Negra e das discussões sobre racismo estrutural, listamos abaixo algumas estatísticas. Elas foram compiladas no Informe MIR – Monitoramento e avaliação, nº 3 – Edição Censo Demográfico 2022.

Quanto à proporção de residentes por cor ou raça, segundo o estudo, em 2022, 55,4% da população brasileira era negra. São mais de 110 milhões de brasileiros que se declaram negros (pretos ou pardos). 

Dentro dessa estatística, vale destacar que há uma representatividade com mais de 57 milhões de mulheres negras. Em termos geográficos, a região Norte tem a maior proporção de pessoas negras, com quase 76% da população se declarando preta ou parda, seguida da região Nordeste.

Trabalho e renda

  • Mesmo sendo maioria da força de trabalho (55,2%), pretos e pardos ocupam apenas 29,5% dos cargos de gerência nas empresas.
  • 34,5% dos pretos e 38,4% dos pardos vivem abaixo da linha da pobreza, sendo que 9% dos pretos e 11,4% dos pardos estão em situação de extrema pobreza, ganhando menos de US$ 1,90 por dia.
  • 43,4% dos trabalhadores pretos e 47% dos pardos atuam na informalidade, enquanto entre os brancos, esse índice é de 32,7%).
  • Pretos ganham em média R$ 1.764 por mês e pardos ganham em média R$ 1.733 por mês. Esses dados estão frente a um salário médio de R$ 3.099 dos brancos.
  • Com ensino superior completo, pessoas brancas ganham, em média, 50% a mais do que pessoas pretas e 40% a mais do que pessoas pardas.
  • Taxas de desocupação e subutilização são maiores entre pessoas pretas e pardas. Enquanto 16,5% das pessoas pretas e 16,2% das pessoas pardas estão em situação de desocupação, 11,3% das pessoas brancas encontram-se no mesmo cenário. Em relação à taxa de subutilização, temos 22,5% das pessoas brancas, 32% das pessoas pretas e 33,4% das pessoas pardas.
  • De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, divulgada pelo IBGE, a população branca apresentou taxa de desemprego de 5,9%, enquanto a de pretos (8,9%) e pardos (8,5%) superou a média nacional.
  • Pessoas negras ganham, em média, 14,25% a menos que os trabalhadores brancos com características semelhantes (Veja). 

Educação

  • A proporção de estudantes de 6 a 17 anos que ficaram sem aulas presenciais e não receberam atividades escolares durante os primeiros meses de pandemia foi de 13,5% para pretos e 15,2% para pardos. Entre os brancos, o índice foi de 6,8%.
  • De 2019 a 2021, a proporção de participantes brancos no Enem passou de 37,1% para 43,1%, enquanto de participantes pretos e pardos caiu de 12,2% e 45,8% para 11% e 40,8%, respectivamente.
  • Brancos estudam, em média, 10,8 anos e pretos ou pardos, 9,2 anos. Ou seja, 1,6 ano a menos. 
  • 61,8% dos brancos completaram, no mínimo, o ciclo básico educacional ante 48,3% de pretos ou pardos, uma diferença de 13,5 pontos percentuais (Veja). 

Violência

  • A taxa de homicídios entre pretos é de 21,9 a cada 100 mil habitantes, enquanto a de pardos é de 34,1. Entre os brancos, por sua vez, a taxa de homicídios é de 11,5 a cada 100 mil habitantes.
  • Entre homens de 15 a 29 anos — grupo mais atingido pela violência no país —, a taxa de homicídio foi 3,3 vezes maior entre prados e 2,3 vezes maior entre pretos, se compararmos com o índice entre os brancos.
  • 20,6% das pessoas pretas e 19,3% das pessoas pardas afirmaram ter sofrido violência física, psicológica ou sexual nos 12 meses anteriores à pesquisa. Entre os brancos, esse índice foi de 16,6%.
  • Negros foram 76,5% das vítimas de homicídio no Brasil em 2022 (Globo).
  • Mulheres pretas e pardas têm 1,7 vez mais de chance de serem mortas, em comparação às não negras. 

Moradia e propriedade

  • 20,8% das pessoas pardas e 19,7% das pessoas pretas que vivem em domicílios próprios não possuem documentação da propriedade. Entre os brancos, esse índice é de 10,1%.
  • Quatro em cada 10 moradias do país têm alguma inadequação básica, sendo que o problema atinge majoritariamente a população negra (Agência Brasil).
  • Pretos e pardos representam apenas 19% dos proprietários de grandes estabelecimentos agropecuários no país.
  • Negros totalizaram 66,3% das mais de 1,5 milhão de pessoas atingidas por despejos entre 2022 e 2024 (Campanha Nacional Despejo Zero). 

Participação e gestão

  • Apesar de representarem 47,5% da população em 2020, pardos representaram apenas 30% dos prefeitos eleitos no país naquele ano. Os brancos, por sua vez, representavam 42,8% da população e ocuparam 67,1% dos cargos de chefe do executivo municipal.
  • Mulheres pretas tiveram a menor participação entre os prefeitos eleitos. Foram apenas 10 prefeitas em um total de 5.502 chefes do executivo municipal eleitos em 2020.

A influência do Dia da Consciência Negra no Enem 2024 

O Dia da Consciência Negra ganhou ainda mais destaque este ano ao ser tema da redação do Enem 2024. Na oportunidade, foi solicitado aos estudantes para dissertar sobre os Desafios para a valorização da herança africana no Brasil.

Essa escolha reforça a importância de refletirmos sobre o impacto da luta contra o racismo e o legado da população negra em nossa sociedade. Mais do que uma prova, o Enem é um espaço para provocar discussões relevantes e incentivar a formação de cidadãos mais conscientes.

Em sala de aula, esse é um chamado para aprofundar o estudo sobre a história afro-brasileira, suas contribuições culturais, sociais e econômicas, além dos desafios enfrentados até hoje. É também uma oportunidade de entender a importância da educação antirracista como ferramenta essencial para combater preconceitos e construir um futuro mais igualitário.

Incluir a história e o legado afro-brasileiro no ambiente escolar vai muito além do Enem: é reconhecer a riqueza cultural que forma o Brasil e incentivar o respeito às diferenças. É aprender com o passado para criar um presente mais justo.

Sugestões para refletir sobre o assunto

A reflexão sobre o racismo e a história afro-brasileira não precisa (nem deve) acontecer apenas em momentos específicos, como o Dia da Consciência Negra. Para aprofundar o conhecimento e incentivar a educação contínua, livros, filmes e documentários são ferramentas poderosas.

Livros para começar:

  • “Pequeno Manual Antirracista” – Djamila Ribeiro: com uma linguagem acessível, Djamila oferece passos práticos para entender o racismo e como combatê-lo no dia a dia. É uma leitura rápida, mas extremamente impactante.
  • “Olhos D’Água” – Conceição Evaristo: em uma coletânea de contos, Conceição narra histórias emocionantes que trazem a experiência da população negra em cenários diversos, com muita sensibilidade e força.

Documentários que ensinam e inspiram:

  • “AmarElo – É Tudo Pra Ontem” – Emicida: um mergulho na história da cultura negra no Brasil, explorando resistência, arte e identidade por meio da música e do legado de grandes figuras históricas.
  • “13ª Emenda” – Ava DuVernay: esse documentário internacional revela as conexões entre o racismo e o sistema carcerário, sendo uma aula sobre como a desigualdade racial se perpetua.

Filmes que deixam uma marca:

  • Pantera Negra” – Ryan Coogler: muito além de um filme de super-herói, é um marco cultural que celebra a ancestralidade e o poder da representatividade negra.
  • “Que Horas Ela Volta?” – Anna Muylaert: embora trate de desigualdade social no geral, traz reflexões importantes sobre como questões de raça e classe se entrelaçam no Brasil.

Além dessas obras, participe de rodas de conversa, busque ouvir histórias de quem viveu experiências marcantes e valorize as vozes que têm muito a ensinar. Lembre-se: aprender sobre racismo e história afro-brasileira é um compromisso contínuo que beneficia a todos e contribui para uma sociedade mais justa. 

Apoie a luta contra a desigualdade racial 

Nós acreditamos que o desenvolvimento social e econômico do país passa pela luta contra a desigualdade racial. Esse tema, portanto, não poderia deixar de ser tão relevante para a Cresol, uma das maiores cooperativas financeiras do país.

Pensando nas necessidades e anseios dessa população que carrega uma história tão rica, a Cresol oferece recursos que transformam vidas. A facilidade ao acesso e a conscientização sobre gestão financeira são as nossas ferramentas para promover a qualidade de vida e o empoderamento de negócios de pessoas negras

Acesse nosso site ou visite nossas agências: esperamos por você!

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