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O conflito entre Israel e Palestina é um dos mais duradouros e complexos da história contemporânea, tendo suas raízes ligadas a uma história milenar, marcada por disputas territoriais, religiosas e políticas.
Fique conosco para entender os principais impactos sociais e humanitários, além das perspectivas para esse conflito.
Israel e Palestina: raízes do conflito na região
Para compreender a natureza do conflito entre Israel e Palestina, é preciso retornar ao passado. A região foi palco de inúmeras civilizações antigas, cada uma deixando sua marca no território.
O começo dos confrontos foi ao final do século XIX e início do século XX, quando uma onda de nacionalismo surgiu no mundo árabe, coincidindo com o sionismo judaico, que buscava criar uma pátria para os judeus na Palestina.
Essas aspirações levaram a um conflito de interesses entre as comunidades judaica e árabe na Palestina intensificado pela ocupação britânica do território após a Primeira Guerra Mundial.
Principalmente quando políticos britânicos divulgaram a Declaração de Balfour, no qual prometiam criar um “lar nacional” para o povo judeu na região da Palestina, levando cerca de 100 mil imigrantes para lá.
A criação do Estado de Israel em 1948 pela ONU (Organização das Nações Unidas), após o fim da Segunda Guerra e do Nazismo, marcou o início de um conflito que se estendeu por décadas até os dias atuais.
Os principais confrontos e acordos até 2023
Desde a fundação de Israel, a região testemunhou uma série de conflitos armados, culminando nas guerras árabe-israelenses de 1948, 1967 e 1973, que alteraram as fronteiras e as relações entre os países vizinhos.
As Intifadas palestinas, em 1987 e em 2000 — quando houve a criação do Hamas —, foram rebeliões populares da luta palestina pela autodeterminação, enquanto os acordos de Oslo, assinados na década de 1990, visavam estabelecer um caminho para a paz.
Em 2003, George W. Bush propôs o “Oriente Médio: O Roteiro para a Paz”, que apresentava a solução para criar os dois estados, o que não foi aceito.
Então, ao longo dos anos seguintes houve inúmeros confrontos entre o Hamas e Israel, resultando em ciclos de violência, como durante a Operação Chumbo Fundido (2008) e a Operação Margem Protetora (2014), com a morte de 2.200 palestinos civis nesta última.
A situação se tornou mais complexa com o reconhecimento de Jerusalém como capital de Israel pelos Estados Unidos em 2017 e a abertura da embaixada americana na cidade em 2018, levando a protestos violentos.
Tudo se intensificou a partir de 2021. Desde então, a guerra entre Israel e a Palestina tem visto surtos de violência, com tensões devido a expulsões de famílias palestinas e disputas territoriais.
A violência continuou aumentando até que, em outubro de 2023, o Hamas em Gaza atacou Israel de surpresa com homens armados e foguetes. Os militares de Israel, em contrapartida, fizeram ataques aéreos contra a região.
A partir dessa situação, apesar dos esforços diplomáticos e das negociações de paz, o conflito atinge níveis de violência não vistos em décadas, com mortes de militantes e civis, destacando a profundidade das divisões na região.
Impacto social e humanitário: vida cotidiana sob conflito
O conflito entre Israel e Palestina alterou todo o cenário político da região e do mundo e também teve um grande impacto sobre a vida das pessoas, principalmente para aquelas que moram em áreas como a Faixa de Gaza.
É fato que o dia a dia da guerra é marcado por uma série de desafios, como o deslocamento forçado, a perda de familiares e a vida diária em condições precárias.
Uma das consequências mais visíveis do conflito é o deslocamento massivo de pessoas, tanto dentro dos territórios palestinos como para além das fronteiras.
Gerações de palestinos têm sido forçadas a deixar suas casas e comunidades em busca de segurança e refúgio. Segundo a ONU, cerca de 1,9 milhão de pessoas foram deslocadas internamente em Gaza após outubro e mais de 6 milhões de refugiados palestinos vivem, principalmente, em países vizinhos.
Essa situação cria uma realidade de instabilidade para milhões de pessoas, que muitas vezes não conseguem acessar serviços básicos, como educação e saúde.
Além disso, o conflito também causa um grande número de perdas humanas, com civis pegos no fogo cruzado entre as partes em conflito. Em janeiro de 2024, a guerra completou 100 dias, chegando a 24 mil mortos.
De toda forma, um dos aspectos mais preocupantes é a crise humanitária em Gaza, onde as condições de vida são precárias devido ao bloqueio israelense e aos frequentes confrontos armados.
Os moradores enfrentam uma escassez severa de alimentos, água e medicamentos, com infraestruturas básicas, como hospitais e escolas, frequentemente destruídas e sem condições de funcionamento.
Influência internacional: o papel da comunidade global
O conflito entre Israel e Palestina é uma questão de interesse internacional, com diversas nações e organizações acompanhando e influenciando no seu desdobramento.
Entre os atores principais, os Estados Unidos têm historicamente um papel de aliado de Israel, oferecendo apoio político, militar e econômico ao longo das últimas décadas.
A influência desse país sobre o conflito é evidente em várias ocasiões, desde o reconhecimento de Jerusalém como capital de Israel até o plano de paz proposto pela administração Trump em 2020.
Conhecido como “Acordo do Século”, ele foi recebido com ceticismo por líderes palestinos e outros atores internacionais, devido às suas disposições controversas, como a anexação de partes da Cisjordânia por Israel e a rejeição do direito de retorno dos refugiados palestinos.
Perspectivas atuais: o cenário em 2024 e possíveis caminhos
Em 2024, o conflito entre Israel e Palestina continua a desafiar toda a comunidade global. Os acontecimentos mais recentes na região destacam novas tensões e a dificuldade em avançar em direção a uma solução justa para ambas as partes.
Com a falta de progresso nas negociações de paz, a polarização política continua a complicar ainda mais o panorama.
Durante a votação no Conselho de Segurança da ONU, os Estados Unidos vetaram os três pedidos de cessar-fogo apresentados.
Por outro lado, a União Europeia (UE) tem defendido em seu plano de paz a criação de dois estados como a melhor maneira de resolver o conflito, entre outros pontos presentes no documento.
Em março de 2024, foi aprovada neste mesmo conselho uma resolução inédita de “cessar-fogo imediato” em Gaza. Nesse momento, os Estados Unidos mudaram de posição e se abstiveram. Já em abril, vetaram o reconhecimento de Estado Palestino como membro pleno da ONU.
Enquanto isso, o conflito se intensifica e a ONU tenta conciliar suas ações com os direitos humanos e a justiça internacional na região, prestando assistência de emergência aos civis no terreno.
Cerca de 17 mil funcionários apoiam ações em Gaza e na Cisjordânia. Além disso, centenas de pessoas trabalham para outras agências da ONU na região.
Apesar dos obstáculos, há uma crescente conscientização global sobre a necessidade de justiça e igualdade para todas as partes envolvidas, que também está modelando o discurso em torno do conflito.
Contribuição da Cresol para um mundo mais justo e solidário
Aqui, vimos as origens do conflito entre Israel e Palestina e seus principais pontos, até o cenário em 2024. A Cresol reconhece a importância de abordar questões globais, trazendo informações atualizadas para você.
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