Juros compostos: como calcular e quais as vantagens de usar ao investir

Você sabia que o poder dos juros compostos pode multiplicar o seu dinheiro?

Muitas pessoas não sabem o que são juros compostos e muito menos como utilizá-los para investir de forma consciente e rentável.

Veja, neste texto, como é fundamental entender como eles agem na sua vida, para utilizá-los de forma positiva.

Boa leitura!

O que são juros compostos?

Juros compostos são a aplicação de juros sobre juros. Talvez você já tenha aprendido algo sobre juros compostos e matemática financeira na escola, mas você sabe utilizar esse conhecimento?

Provavelmente, a sua vida já seja impactada com os juros compostos, ainda que você não tenha se dado conta.

Por exemplo, você possui um empréstimo consignado, financiamento de carro/casa ou dinheiro aplicado na caderneta de poupança?

Todos esses exemplos são sujeitos à ação dos juros compostos.

O que são juros compostos (exemplo)

Veja como é simples entender o que são juros compostos com este exemplo prático:

Imagine que você emprestou R$ 1.000 para um amigo para ele devolver em 6 meses, e cobrou 10% ao mês de juros. Você não receberá apenas R$ 1.600 de volta (retorno de 60%).

No primeiro mês, o seu dinheiro aplicado será de R$ 1.100 com o primeiro rendimento. No segundo mês, os 10% vão incidir sobre o valor de R$ 1.100 e assim por diante.

Veja como será o rendimento no final do período:

MêsCapital aplicado com ação dos juros compostos (10% a.m.)Juros no mêsJuros acumulados0R$ 1000001ºR$ 1100R$ 100R$ 1002ºR$ 1210R$ 110R$ 2103ºR$ 1331R$ 121R$ 3314ºR$ 1464,10R$ 133,10R$ 464,105ºR$ 1626,24R$ 146,41R$ 610,516º R$ 1778,86R$ 161,05R$ 771,56

Percebeu como é simples?

Em vez de ganhar apenas R$ 100 por mês de juros, você receberá de acordo com o tempo aplicado. Graças aos juros compostos, você obteve R$ 171,56 a mais.

Qual a diferença entre juros simples e juros compostos?

Os juros simples não incidem sobre si mesmo, mas sobre o montante do valor principal.

Por exemplo, você empresta R$ 100 para um amigo com juros de 5% ao mês para devolver o dinheiro corrigido em seis meses.

Nesse caso, o valor a ser pago será de R$ 130. A rentabilidade foi de 5% por seis meses, totalizando 30%. O rendimento vai ocorrer apenas na data de vencimento.

No caso, se você fizer um investimento que pague juros mensalmente, provavelmente, esse ativo será de juros simples. Ou seja, os juros nunca incidem um sobre o outro.

Os juros simples são como uma árvore que dá frutos periodicamente. Você recolhe esse fruto e o consome.

Os juros compostos não são como árvores, mas sim como bezerros, que crescem e geram outros bezerros.

Você não consome os bezerros porque sabe que, no futuro, eles vão gerar ainda outros bezerros, multiplicando o seu patrimônio.

Assim, os juros compostos normalmente são pagos apenas no vencimento (no final) da aplicação.

Isso significa que os juros compostos têm o poder de transformar uma pequena quantia hoje em um grande montante com o passar dos anos.

Para que servem os juros compostos?

Os juros compostos são usados comumente no mercado para balizar empréstimos, financiamentos e alguns investimentos.

Nesta modalidade de correção, os juros cobrados sobre uma dívida ou para remunerar um investimento passam a incidir também sobre o valor dos juros acrescidos e não somente sobre o capital inicial.

Nesse sentido, ter uma dívida com juros compostos é uma péssima ideia, afinal, além de pagar juros pelo capital emprestado, você ainda terá que pagar juros sobre juros.

Já no caso dos investimentos, usar os juros compostos a seu favor é uma das melhores maneiras de fazer seu dinheiro render mais.

Onde é aplicado juros compostos?

Os juros compostos são utilizados em diferentes cálculos financeiros. Eles são aplicados tanto em multas que devem ser pagas por devedores, quanto no pagamento de rendimentos a investidores, por exemplo.

Dá para dizer que os juros sobre juros podem ser vistos em boa parte das contas e aplicações que temos no nosso dia a dia.

Desde a conta de energia elétrica, água e gás, até aos empréstimos e financiamentos, o atraso da quitação pode ser calculado com o método que acumula os juros.

Da mesma forma, diversos tipos de investimentos são remunerados tendo como base os juros compostos.

Títulos públicos e privados e outros ativos de renda fixa podem gerar ganhos substanciais através da fórmula de rendimento.

Veja em quais cálculos eles são utilizados em nosso dia a dia:

Juros compostos em contas e impostos

Uma das formas que os credores têm para desestimular atrasos no pagamento das dívidas é cobrando juros e multas, certo?

Dessa maneira, a cobrança é calculada sobre o saldo devedor e, geralmente, tem a incidência dos juros sobre juros.

Ou seja, quanto mais o devedor demorar a quitar suas contas, maior será o valor acumulado a pagar.

Contas de luz, água, internet, telefone, condomínio e demais serviços são exemplos comuns.

Juros compostos em empréstimos e financiamentos

Instituições financeiras que fornecem empréstimos e financiamentos também cobram juros tendo como base o método que estamos tratando por aqui.

Então, o saldo final devido pelo tomador do crédito é encontrado utilizando juros sobre juros.

Juros compostos nos investimentos

Já quando o assunto são investimentos, a visão sobre os juros compostos muda.

Todos os produtos de renda fixa, como CDBs, LCIs e LCAs, usam os juros compostos para remunerar o investidor.

Nesse sentido, enquanto você não resgatar seu dinheiro, mesmo o valor do retorno vai estar rendendo juros.

Já no caso da renda variável também é possível usar os juros compostos a seu favor. Para isso, basta você aplicar os valores recebidos por meio de juros compostos em dividendos em novas ações.

Além disso, você também pode ganhar com a valorização das suas ações ou fundos de investimento, reinvestindo o dinheiro que ganhou com a diferença entre a compra e a venda para aumentar sua posição.

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Como usar os juros compostos nos investimentos?

Em qualquer aplicação financeira, precisamos observar prioritariamente:

Capital aplicado

Taxa de remuneração

Tempo de aplicação.

Quanto maior o capital investido, maior a alíquota de rendimentos e maior o tempo de investimento, maior será o valor recebido pelo investidor.

Isso acontece, é claro, pela influência dos juros compostos.

Quais investimentos têm juros compostos?

Títulos como CDBs, LCIs e LCAs, CRIs, CRAs e papéis do Tesouro Direto calculam sua rentabilidade acumulando o saldo investido e os juros já rendidos.

Geralmente, os ativos de renda fixa remuneram seus investidores com juros sobre juros.

A seguir, apresentamos os três principais tipos de investimentos que calculam dessa forma.

Tesouro Direto

Os títulos da dívida pública pagam rendimentos sobre o saldo e juros acumulados.

Tesouro IPCA, Selic e outros papéis remuneram de forma pré-fixada, pós-fixada ou híbrida.

LCI / LCA

As Letras de Crédito Imobiliário e do Agronegócio são outro tipo de renda fixa que pagam juros sobre juros.

Geralmente indexadas à taxa CDI, elas são isentas do Imposto de Renda (IR).

Além disso, têm a garantia do Fundo Garantidor de Créditos (FGC) até o limite de R$ 250 mil por CPF ou CNPJ, por conjunto de depósitos e investimentos em cada instituição ou conglomerado financeiro, limitado ao teto de R$ 1 milhão, a cada período de 4 anos, para garantias pagas para cada CPF ou CNPJ.

Para mais informações sobre o FGC, acesse o site http://www.fgc.org.br.

CDBs

Os Certificados de Depósitos Bancários são títulos de dívida privada.

Emitidos por bancos, os papéis assegurados pelo FGC remuneram de acordo com os juros compostos.

Vantagens de usar os juros compostos nos investimentos

Basicamente, podemos falar que o principal benefício de investir em ativos que rendem juros sobre juros é ter maiores rendimentos, comparando os resultados com outras rentabilidades.

Quando a aplicação remunera acumulando saldo e juros, o montante final será maior do que no cálculo de juros simples, por exemplo.

Além disso, em títulos de renda variável, o risco da aplicação pode reduzir a zero os ganhos do investidor.

Já no caso dos investimentos que utilizam os juros compostos para remunerar seus investidores, a tendência é que os ganhos cresçam de forma mais consolidada ao longo do tempo.

Como viver de juros compostos? 3 dicas

Para finalizar o tópico juros compostos e investimentos, vamos a 3 dicas rápidas e ótimas para você viver de juros compostos:

Primeiro de tudo, você precisa ser paciente com seus investimentos. O tempo só fará bem às aplicações que remuneram juros sobre juros, potencializando os resultados.

Em segundo lugar, seja consistente com os aportes. Ao manter a disciplina sobre os depósitos, o “bolo” só vai crescer e crescer.

Por fim, avalie cuidadosamente as taxas pagas pelos ativos. Afinal, quanto maiores forem as alíquotas de rendimentos, maiores serão os efeitos dos juros compostos sobre os investimentos.

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Qual a fórmula para calcular juros compostos?

Para calcular os juros compostos, você vai usar a seguinte fórmula:

M = C (1+i)t

Em que:

M = Montante final

C = Capital aplicado

i = Taxa fixa

t = Período de tempo.

Quando for substituir os valores da sua conta na fórmula de juros compostos, lembre que a taxa deverá ser escrita em sua forma decimal.

Por exemplo, se a taxa for de 10%, então, i será igual a 0,1.

Para achar o valor da taxa na forma decimal, basta dividir o valor por 100.

Além disso, a taxa de juros da dívida ou do investimento deve ter a mesma unidade de tempo.

Se você fizer uma aplicação de 15 meses, por exemplo, deve usar a taxa de juros mensal.

Fórmula dos juros compostos com aporte mensal

A fórmula de juros compostos com aporte mensal é um pouco mais complicada.

Nesse caso, o uso de uma ferramenta (como calculadora financeira, Excel ou mesmo uma calculadora de juros na internet) pode facilitar a sua vida.

Veja qual é a fórmula de juros compostos com aporte mensal:

Nesse caso:

FV =  valor futuro

PMT = valor dos aportes mensais

n = número de meses da aplicação

i = taxa fixa.

Assim, considere, por exemplo, que você aplique R$ 10 mil em um ativo de renda fixa que remunera a 5% ao ano.

Com o trabalho dos juros compostos, qual será o valor acumulado durante 5 anos de investimento com depósitos mensais de R$ 500?

Utilizando a fórmula dos aportes mensais, o investidor terá acumulado R$ 46.716,29 – sendo R$ 6.716,29 apenas em juros.

Qual a fórmula do Excel para juros compostos?

Vamos ver, agora, como calcular o juros compostos pelo Excel.

Em primeiro lugar, você deve informar o valor presente, a taxa e o número de períodos, cada um em uma célula.

Em seguida, na quarta célula você deve informar a seguinte fórmula:

“=JUROSCOMPOSTOS(taxa_juros, num_períodos, valor_inicial)”

Como calcular juros compostos na HP-12C?

Outra maneira de fazer o cálculo dos juros compostos de maneira simples é com uma calculadora financeira.

No nosso exemplo, vamos usar a HP 12c – se quiser, pode recorrer a um emulador online da HP 12c.

Veja um passo a passo para o cálculo, usando os mesmos valores do exemplo anterior.

O primeiro passo é clicar em f + fin para limpar o histórico de registro financeiro.

Depois, você deve inserir o valor inicial + CHS + PV. O botão CHS vai deixar o valor negativo, enquanto o pv é para informar que esse é o valor inicial.

O terceiro passo é inserir o valor da taxa de juros. Para isso, pressione o botão “i” e informe o valor.

No passo 4, você deve informar o prazo da aplicação. Para isso, clique no botão n e, em seguida, digite o número de períodos.

Em quinto lugar, aperte a tecla FV para fazer o cálculo.

Fim. Se você tiver feito tudo certo, ao clicar na tela FV, o valor final dos juros compostos aparecerá na sua tela. No nosso exemplo, o valor é de R$ 4.660,96.

Juros compostos: exercícios resolvidos

Para deixar tudo claro, vamos trazer um exercício usando um exemplo de juros compostos.

Imagine, por exemplo, que você fez um investimento com prazo de 30 meses no valor de R$ 10.000 e que paga 0,5% de juros ao mês.

Vamos ver qual será o retorno dessa aplicação?

Lembrando que a fórmula é M = C (1+i)t.

Usando a fórmula, temos o seguinte:

C = 10.000

i = 0,005

t = 30

Portanto:

M = 10.000 (1+0,005)30 = 11.613,82

Nesse caso, os juros do primeiro mês representam um rendimento de R$ 50, enquanto no 30° mês, o valor dos juros alcança R$ 57,78.

Se você deixar esses mesmos R$ 10 mil aplicados por 30 anos, ou 360 meses, o valor do resgate será de R$ 60.219,19, sendo que, no último mês, os juros vão pagar R$ 299,59 – cerca de seis vezes mais e quase 3% do valor da aplicação.

Conclusão

Como vimos no artigo, para ter um aliado nos juros compostos, você precisa ter paciência e organização.

Você não precisa entender e calcular cada percentual dos juros compostos. Afinal, ao tornar-se cliente Rico, basta clicar em um investimento para poder simular o seu rendimento total.

Então, o mais importante é saber deixar os juros compostos trabalharem.

No começo, o dinheiro vai parecer parado ou que está rendendo pouco. Mas, conforme os meses passarem, você vai notar o capital aumentando.

O ideal ao investir a médio e longo prazo é aplicar e “esquecer” do dinheiro. Ele deve ficar aplicado até o dia de vencimento do título.

Por isso, é muito importante possuir uma saúde financeira e controle de gastos efetivo para poder aplicar com tranquilidade. Não significa que você precisa deixar de cumprir com os seus outros objetivos de vida.

Invista em conhecimento e conte com a Rico.

Obrigado por ler até aqui!

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