A Petrobras (PETR3, PETR4), que já foi a segunda maior pagadora de dividendos do mundo em 2022, teve uma redução significativa em 2023, deixando-a fora da lista das maiores pagadoras globais. O corte nos dividendos foi de aproximadamente US$ 10 bilhões (cerca de R$ 50 bilhões), o que impactou negativamente o Brasil, colocando-o na parte inferior da lista dos países com os maiores pagadores, após uma queda de 40% nas distribuições no ano passado.
Impacto na Economia Global
O corte nos pagamentos da Petrobras teve um efeito dominó no cenário global. A diminuição dos dividendos afetou o volume global, com grandes cortes realizados por apenas cinco empresas, incluindo BHP, Rio Tinto, Intel e AT&T, reduzindo a taxa de crescimento subjacente global em dois pontos percentuais.
No entanto, apesar dessas quedas, 86% das empresas em todo o mundo aumentaram ou mantiveram estáveis os dividendos em 2023, totalizando US$ 1,66 trilhão, um aumento de 5% em relação ao ano anterior.
Perspectivas Futuras
Para 2024, a expectativa é de um crescimento mais moderado, estimado em 4%, totalizando US$ 1,72 trilhão. O ritmo acelerado de crescimento dos dividendos nos Estados Unidos no quarto trimestre de 2023 é um bom presságio para o ano todo. Empresas japonesas também estão começando a devolver capital aos acionistas, o que indica um possível aumento nos pagamentos na Ásia, enquanto os dividendos na Europa permanecem sólidos.
Impacto na Petrobras e no Brasil
Para a Petrobras e o Brasil, no entanto, as perspectivas não são tão positivas. Recentemente, a petroleira anunciou que não fará pagamentos extraordinários juntamente com os pagamentos obrigatórios do quarto trimestre de 2023. A mudança no estatuto, que reduziu o percentual de distribuição do fluxo de caixa livre de 60% para 45%, sugere que a remuneração aos acionistas pela empresa deverá diminuir nos próximos trimestres.
Impacto na Economia Brasileira
A redução nos pagamentos da Petrobras teve um efeito direto na economia brasileira, afetando a posição geral do país no cenário global. A queda de 40% nas distribuições de dividendos em 2023 contribuiu para que o Brasil se tornasse o país mais fraco no índice global da Janus Henderson. Esse declínio nas distribuições também reflete o cenário mais amplo das empresas brasileiras, com a Vale (VALE3) também reduzindo seus pagamentos aos acionistas em cerca de US$ 1,2 bilhão (aproximadamente R$ 6 bilhões), e a Ambev (ABEV3) fazendo um corte menor.
Perspectivas para a Petrobras e o Brasil
O futuro próximo para a Petrobras e o Brasil permanece incerto em termos de distribuição de dividendos. A mudança no estatuto da empresa, reduzindo o percentual de distribuição do fluxo de caixa livre de 60% para 45%, sugere que a remuneração aos acionistas pela Petrobras deverá diminuir nos próximos trimestres. Isso pode ter impactos significativos na economia brasileira, afetando a confiança dos investidores e a saúde financeira das empresas listadas na bolsa de valores.
O corte nos dividendos da Petrobras e a consequente queda do Brasil no ranking global de “rentistas” destacam os desafios enfrentados pela economia brasileira. Embora o cenário global de distribuição de dividendos ainda mostre sinais de recuperação e crescimento em muitas regiões, o Brasil precisa lidar com questões internas que afetam sua capacidade de manter uma posição forte no mercado global. É essencial que as autoridades e as empresas brasileiras trabalhem juntas para abordar esses desafios e restaurar a confiança dos investidores.
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