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O agronegócio brasileiro, pujante e desenvolvido, não está alijado dos desafios da modernidade. Afora os problemas já bem conhecidos dos produtores rurais e demais integrantes das cadeias produtiva, comercial e de distribuição agroindustriais, tais como logística deficiente, problemas tributários e entraves regulatórios, o setor agora enfrenta desafios significativos com o avanço da inteligência artificial generativa (IAG), um campo emergente que promete revolucionar todos os elos desse importante segmento da economia que é o agronegócio, desde a produção até a gestão agropecuária. E os desafios são muitos.
Um dos principais problemas para o setor diz respeito à adoção generalizada das tecnologias de IAG. Embora grandes empresas agropecuárias já estejam integrando essas inovações em suas estruturas físicas e no manejo, muitos pequenos e médios produtores ainda enfrentam barreiras, como o ainda alto custo de implementação das novas tecnologias e a falta de conhecimento técnico, não apenas para instalar como, principalmente, para gerir as inovações. Há uma necessidade urgente de contratação, capacitação e treinamento dos trabalhadores do setor, para que possam operar e, mais do que isso, contribuir para o desenvolvimento contínuo dessas novas tecnologias de forma eficiente.
Há, também, um sério problema relacionado à segurança de dados e à privacidade das informações que integram essas soluções. A implementação de IAG no agronegócio envolve a coleta e a análise de grandes volumes de dados e informações sensíveis, nas mais diferentes etapas de produção, o que levanta preocupações significativas sobre a segurança e a privacidade do material coletado e trabalhado.
O risco de vazamentos ou de uso indevido de dados é uma preocupação real, de forma que o setor precisa participar das discussões, especialmente em âmbito legislativo, e ajudar a desenvolver normas rigorosas e mecanismos de proteção para garantir a confiança e a segurança de todos os integrantes das cadeias agroindustriais.
As questões relativas à pauta do ESG e da ética no uso de instrumentos de inteligência artificial não ficam de fora do debate. O uso de elementos de IAG deve sempre estar alinhado com as melhores práticas de sustentabilidade. Há o desafio de garantir que as soluções de IAG não apenas aumentem a eficiência da produção, do manejo, do transporte e da comercialização, como também promovam práticas agropecuárias sustentáveis que preservem e protejam o meio ambiente.
No mais, questões éticas emergem sobre a dependência de uso de algoritmos para tomada de decisões que afetam a biodiversidade e os ecossistemas, um grande tópico a ser estudado e analisado com calma antes do efetivo uso intensivo de ferramentas de IAG no manejo florestal.
Um outro ponto relevante é o da integração da IAG com os sistemas agrícolas tradicionais, tópico que escancara os desafios técnicos e operacionais inerentes ao assunto. O agronegócio brasileiro é diversificado e abrange desde a agricultura de subsistência até a produção em larga escala, e a implementação de soluções de IAG, especialmente no contexto de pequenos e médios produtores e face aos desafios de conectividade no campo, ainda é um grande desafio para os players do segmento.
Para ser aplicável e replicável, as tecnologias devem ser adaptáveis ao contexto brasileiro e flexíveis para adoção em cenários e usuários distintos, a fim de atender às variadas necessidades dos produtores rurais brasileiros sem deslocar práticas tradicionais que são vitais para muitas comunidades rurais.
No âmbito político, os desafios também são hercúleos. É crucial o desenvolvimento de políticas públicas e regulamentações que acompanhem o ritmo da inovação tecnológica e que, principalmente, atendam às necessidades dos produtores rurais. De nada adianta as normas serem deficitárias, não atendendo às necessidades contemporâneas, ou serem “modernas demais”, isto é, serem tão modernas, mas tão modernas, que não possam ser devidamente implementadas para a realidade do campo brasileiro.
Copiar um modelo estrangeiro e querer implementá-lo no Brasil, por melhor e mais moderno que seja seu conteúdo, é o caminho para o fracasso. Nesse sentido, tanto o governo quanto o Parlamento e as entidades do setor devem desempenhar um papel ativo na proposição e formulação de leis que facilitem a integração da IAG no agronegócio, ao mesmo tempo em que asseguram a competição justa.
Por fim, é importante que o agronegócio brasileiro busque utilizar a IAG no sentido de aumentar sua competitividade no mercado global. O Brasil é um grande e poderoso produtor agropecuário e a briga com os concorrentes internacionais é dura. Nesse contexto, a IAG pode e deve ser utilizada para melhorar a qualidade e a aderência dos produtos exportados às necessidades dos nossos consumidores, otimizar a cadeia de suprimentos, reduzir os custos de produção e melhorar o processo de rastreabilidade da produção, quando o cliente assim demandar (e pagar por isso).
Os instrumentos de IAG podem, se bem utilizados, ser um importante vetor de valorização do agronegócio nacional, aliando cada vez mais a transparência das informações e a sustentabilidade da produção com as demandas dos clientes e as necessidades do planeta e dos produtores rurais brasileiros.
Assim, a IAG oferece um potencial significativo de transformação para o agronegócio nacional. Contudo, considerando as deficiências do país e as dificuldades inerentes à implantação de modelos de alta tecnologia em um contexto de um país grande, desigual e em desenvolvimento, os desafios que acompanham a implementação de soluções IAG são muito consideráveis.
Nossos maiores concorrentes são, no geral, países desenvolvidos que possuem vantagens competitivas tecnológicas muito relevantes em comparação ao contexto brasileiro. A abordagem para superar esses desafios deve ser holística, envolvendo os integrantes de todas as áreas e cadeias do setor e o Poder Público, a fim de que a implementação e o desenvolvimento do ambiente e das soluções de IAG no agronegócio favoreçam o desenvolvimento do setor e a geração de novas riquezas, oportunidades e mercados para o Brasil.