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Em 2024, o mundo enfrenta um desafio eleitoral sem precedentes: metade da população mundial (cerca de 4 bilhões de cidadãos) vai às urnas. Países como Índia, México, Estados Unidos e Brasil chamam mais atenção pelo número de eleitores, mas é de Taiwan que vem um dos melhores exemplos de como lidar com um dos grandes desafios das eleições de hoje em dia: a desinformação.
Na semana em que a ex-ministra de Tecnologia Digital de Taiwan Audrey Tang desembarcou no Brasil para lançar seu novo livro, vale a pena entender como a ilha asiática despontou com uma política pública de combate à desinformação baseada na ciência.
O pleito em Taiwan foi em janeiro, e a ilha entrou no radar do mundo por abrir a temporada de eleições em 2024. Além de ser um dos países com maior adesão às redes sociais, com cerca de 90% da população usando pelo menos uma plataforma, segundo dados da consultoria GWI, Taiwan enfrenta desafios geopolíticos adicionais. Pesquisadores têm apontado uma campanha coordenada de desinformação liderada pela China, que acusa os EUA de interferirem na política interna do que considera uma província rebelde.
O que as autoridades de Taiwan fizeram? Há alguns anos, tal como se enfrentassem uma epidemia, eles colocaram de pé uma política pública que funciona como vacina contra a desinformação. O paralelo com a saúde é feito por especialistas que produzem evidência científica sobre o tema. Entre as medidas estão o que eles chamam de táticas de “prebunking”, que têm por objetivo ensinar as pessoas a reconhecer a desinformação e desconfiar de imprecisões antes que elas viralizem. Ao se deparar com notícias enganosas, entram em cena as ações de “debunking”, que funcionam como medidas pós-exposição.
No campo da prevenção, desde 2022 o governo divulgou vídeos com deep fakes da então ministra Audrey Tang explicando como é fácil produzir conteúdos enganosos com um simples celular. A mensagem foi repetida propositalmente nos dois anos que antecederam as eleições, já que a redundância é uma característica importante para que esse tipo de ação surta efeito e a população assimile as recomendações. Em entrevista recente, a ministra disse que o objetivo é instruir as pessoas a não confiar inicialmente em um vídeo sem verificar fontes confiáveis.
Outro meio foi integrar o chatbot Auntie Meiyu (“tia Meiyu”) ao aplicativo de mensagens mais usado do país – ele avisava grupos privados se textos e links enviados podiam conter algo questionável, fornecendo também informações verificadas. Iniciativa semelhante foi feita no Brasil pela agência de checagem Aos Fatos com a robô Fátima – um canal onde as pessoas podem procurar, sugerir e receber checagens e que usa inteligência artificial.
A prevenção ajuda, mas precisamos assumir que não vamos simplesmente acabar com a desinformação. Diante disso, é preciso agir consistentemente na redução de danos. Nesse campo, Taiwan fortaleceu organizações civis independentes, a exemplo de checadores de notícias, como o Credibility Coalition, e deu aos cidadãos ferramentas efetivas de colaboração.
Uma delas é o Co-Fact, sistema que permite às pessoas reportar potenciais golpes ou spam e usa inteligência artificial para gerar uma visão em tempo real das informações que estão se espalhando rapidamente – uma espécie de Waze de notícias suspeitas, em que todos se beneficiam do engajamento coletivo.
Há muito o que aprender com o trabalho desenvolvido por Tang em Taiwan. A principal lição talvez seja a ideia de que o combate à desinformação deve começar muito antes das eleições – e, mais importante, ter caráter contínuo. Sem isso, ficaremos restritos a forças-tarefas de efeito limitado, a cada dois anos, obedecendo ao calendário eleitoral. O exemplo da Ásia nos mostra que o combate à desinformação é parecido com campanhas de vacinação: embora não seja possível acabar de vez com a causa do problema, uma boa dose de educação efetiva e consistente é capaz de atenuar seus efeitos.