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A Transpetro, subsidiária de transportes e logística da Petrobras, retomará a construção de navios próprios em estaleiros brasileiros, afirmou nesta quinta-feira (4) o presidente da companhia, Sérgio Bacci, em sua primeira coletiva de imprensa após tomar posse na semana passada.
O executivo pontuou que um grupo de estudos foi criado para trabalhar por cerca de dois meses no levantamento de informações para a elaboração de um amplo e novo programa com essa finalidade, incluindo dados sobre demandas necessárias de navios, os estaleiros que podem atuar e os custos necessários.
Bacci frisou, no entanto, que o movimento não ocorrerá a qualquer preço e a qualquer prazo. Ressaltou ainda que a Controladoria Geral da União e o Tribunal de Contas da União (TCU) estarão envolvidos nesse programa de construção desde o início.
“Passei nos últimos 20 anos da minha vida falando sobre construção naval, a importância de construir navios… chego à Transpetro com essa missão de retomar a construção de navios em estaleiros brasileiros”, afirmou Bacci, que foi presidente do Sinaval, sindicato que representa a indústria naval no país.
No momento, não há navios em construção por encomenda da Transpetro.
Segundo o executivo, a Transpetro não será privatizada. “Vamos ampliar serviços, construir navios e buscar novos clientes”, destacou.
O executivo pontuou que a retomada do segmento naval é uma bandeira clara do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Além disso, disse que já esteve reunido com o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, que demonstrou o seu apoio ao futuro programa.
“O Brasil tem pressa, precisamos gerar emprego”, disse Bacci, pontuando no entanto que diversos parâmetros precisarão ser cumpridos para que as construções ocorram “sem problemas”.
“A gente aprendeu muito com a história”, adicionou, destacando que já esteve reunido com TCU e CGU e que também busca levantar quais os estaleiros que poderão participar de licitações, uma vez que diversos deles ficaram impedidos, após o escândalo de corrupção apontado pela operação Lava Jato no passado.
Bacci evitou dar detalhes sobre o programa que ainda será elaborado, mas ressaltou que contará com o Fundo da Marinha Mercante (FMM) e que vai se juntar em discussões com Petrobras e BNDES, sobre projetos que podem ser desenvolvidos.
O presidente da Transpetro frisou ainda que, para se consolidar, a indústria naval brasileira precisa de uma demanda de longo prazo, e que o país precisa construir um projeto de Estado e não de governo.
“O que a gente quer construir aqui na Transpetro é projeto de Estado”, frisou.
Na avaliação de Bacci, o governo retomará a discussão sobre a questão de conteúdo local das embarcações, e a companhia estará pronta para contribuir com sugestões de exigências que tornem possível o desenvolvimento do setor, a partir de aprendizados do passado.
Atualmente, a Transpetro conta com 26 navios de cabotagem de longo curso, que foram construídos a partir do Programa de Modernização e Expansão da frota (Promef) e outros 10 navios aliviadores afretados.
O último navio entregue à Transpetro via Promef foi em 2019.
Bacci frisou que a prioridade da Transpetro permanecerá sendo a Petrobras, mas que a companhia também poderá avaliar novos clientes.
Hoje, segundo o executivo, a empresa é superavitária, registrando 75% da receita com dutos e terminais e os demais 25% com transporte.
“A Transpetro não tem problema de caixa”, afirmou, ponderando que a empresa atuará com bastante critério nas aprovações de aporte de capital e controle de custos.
Dutos
Bacci afirmou que a companhia também criou um outro grupo de trabalho que está avaliando a atual malha de dutos e terminais para verificar se necessitam de investimentos para melhora de condições ou para ampliação da capacidade.
A empresa também planeja a realização de concursos públicos.
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