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Os Millennials são constantemente taxados pela má atitude em “não querer trabalhar” ou pela falta de compromisso com o âmbito laboral. Muito diferente é a atitude de seus pais ou avós, pertencentes à geração Baby Boom (boomers), nascidos entre 1946 e 1964, os quais valorizavam quase incondicionalmente o trabalho e se esforçavam por ele. Mas o que aconteceu de lá para cá, a ponto de as gerações mais jovens terem perdido aos poucos essa “fé no trabalho”?
Cada geração possui seus valores e atitudes, que, por sua vez, são implicitamente moldados pelas condições sociais, econômicas e culturais de uma época. A geração Baby Boom, que explicita o termo “boom”, refere-se a uma geração que viveu sob uma forte taxa de crescimento econômico, junto a uma maior presença do Estado para regular os direitos trabalhistas.
Eles viviam épocas de estabilidade e prosperidade. Após 1980, e devido às crises petrolíferas, a economia mundial foi afetada e os países decidiram dar uma reviravolta; passaram a priorizar a estabilidade macroeconômica (bem como a regulação inflacionária) em detrimento dos direitos trabalhistas. Defendeu-se cada vez mais a ideia do Estado mínimo.
Mas as consequências dessas medidas são claras: aumento gradual da precarização no trabalho, menor poder de compra (como pode ser visto na classe média hoje em dia) e uma maior competitividade entre o indivíduo e o mundo global.
Não é à toa que muitos Millennials na atualidade tenham perdido parcialmente a sua “fé no trabalho”, devido à falta de perspectiva e à precarização no âmbito laboral, que, por sua vez, promove maior insegurança e instabilidade vital.