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Na última quarta-feira (7/8), o Ministério da Justiça e Segurança Pública enviou ofícios ao Google e à Apple, solicitando que as big techs reforcem as barreiras de segurança nos aplicativos de e-mail para celular. Com este propósito, a pasta requereu que as empresas incluam barreiras de senha ou biometria (impressão digital ou Face ID) no acesso aos serviços de e-mail, com objetivo de combater golpes e fraudes nos casos de roubo ou furto de aparelhos.
Os serviços de email das empresas, o Gmail da Google e o Mail da Apple, não possuem camada de proteção exclusiva com senha e biometria. Em razão disso, com o aparelho desbloqueado, assaltantes podem recuperar senhas por meio do email, que podem resultar no acesso de dados pessoais e transações financeiras fraudulentas.
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O secretário-executivo do MJSP, Manoel Carlos de Almeida Neto, destacou que as quadrilhas especializadas, principalmente em centros urbanos, não estão interessadas somente na revenda dos aparelhos, mas também concentram seus esforços em recuperar senhas para ter acesso a aplicativos.
“Hoje, a primeira ação de um assaltante após o roubo é tentar encaminhar ao email da vítima um link de recuperação das senhas dos aplicativos bancários. Aí há uma lacuna de proteção, já que o e-mail não pede senha adicional ou biometria, como os aplicativos financeiros”, afirmou.
A iniciativa faz parte do programa Celular Seguro, que visa combater o roubo e o furto de aparelhos celulares no país. Neste mês, um grupo de trabalho começou a elaborar um protocolo nacional que orientará a atuação dos 11 estados participantes do projeto-piloto. O GT tem um prazo de 90 dias para elaborar o protocolo e deve ser expandido para os demais estados após o piloto.
Almeida Neto pontuou que um dos focos prioritários da iniciativa é proteger o cidadão “que tem no telefone móvel uma extensão de sua vida particular, financeira e social”. Para o secretário-executivo, o objetivo da pasta é ampliar o “leque de parcerias” com as empresas, citando reunião com o presidente de Relações Governamentais e Políticas Públicas da Google, Markham Erickson. Google, que levou a empresa a escolher o Brasil para o lançamento de uma nova tecnologia contra roubo ou furto de celulares.
Nesta semana, a big tech começou a liberar a função antirroubo, que usa inteligência artificial para bloquear a tela do celular se identificar que ele foi subtraído de forma brusca, utilizando um sensor que mede vibração e aceleração do aparelho.
Segundo o Anuário de Segurança Pública, em 2023 foram registrados mais de 937.294 ocorrências de roubo e furto de celular – 494.295 furtos e 442.999 roubos. Entre 2018 e 2023, o número de roubos teve redução de 21%, enquanto os furtos cresceram 13,7%. A Samsung, que usa o sistema operacional do Google, e a Apple, foram as marcas mais roubadas e furtadas. Elas correspondem a 37,5% e 25%, respectivamente, das ocorrências.