Prevenção, personalização e medicina familiar contra reajustes em planos coletivos

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O cenário do mercado de saúde suplementar no Brasil em 2024 apresenta desafios significativos, influenciados pelo aumento dos custos dos planos empresariais de saúde. Com um reajuste estimado em até 25% para o ano, esses custos impactam diretamente milhões de brasileiros e geram preocupação tanto para os usuários quanto para as operadoras. Nesse contexto, estratégias focadas na prevenção, no acompanhamento personalizado e na medicina familiar emergem como ferramentas essenciais para enfrentar os desafios, promover a sustentabilidade do setor e garantir os benefícios de saúde para o usuário final.

Essa elevação é impulsionada principalmente pela inflação médica, estimada em 14%, e pela frequência alarmante de sinistros, que chega a 88%. Além disso, os planos individuais e familiares enfrentam desafios adicionais devido à regulamentação rigorosa por parte da ANS e à falta de flexibilidade na definição de preços e reajustes.

Para enfrentar esses desafios, estratégias de prevenção têm se destacado como abordagem promissora, sendo essenciais para conter os aumentos dos custos e promover a sustentabilidade do setor. A prevenção não apenas ajuda a evitar o surgimento de doenças e complicações, mas também reduz a frequência de sinistros e os custos associados ao tratamento de condições médicas.

Os cuidados personalizados surgem também como um componente crucial para enfrentar os desafios crescentes relacionados aos custos dos planos de saúde. Diante do aumento dos custos e da complexidade das necessidades dos usuários, as operadoras estão reconhecendo a importância de oferecer um atendimento individualizado e centrado no paciente.

Por meio de programas e acompanhamento personalizado, as operadoras podem garantir que os usuários recebam o suporte necessário em todas as etapas de sua jornada de saúde, identificar precocemente problemas de saúde e intervir de maneira proativa para evitar complicações e custos adicionais.

Além disso, a implementação de modelos de atenção primária à saúde, como o “médico da família”, iniciativa inclusive do Plano Brasil Saúde, tem mostrado resultados positivos na redução de custos e na melhoria da qualidade do atendimento. A healthtech conta com uma expectativa de receita de lucro de quase R$ 120 milhões e uma projeção de salvar, ainda em 2024, 40 mil vidas.

Por fim, no mercado de saúde, segundo dados da Agência Brasil, 8 em cada 10 enfermeiros usam meios digitais para registrar dados sobre os pacientes. Em 2019, a proporção era de 5 em cada 10. Isso demonstra que a tecnologia desempenha um papel cada vez mais fundamental na busca por soluções inovadoras e eficazes para os desafios enfrentados pelo setor.

Diante do aumento dos custos dos planos de saúde e da necessidade de melhorar a qualidade dos serviços prestados, as operadoras estão recorrendo à tecnologia para otimizar processos, aumentar a eficiência e melhorar a experiência do usuário.

Ferramentas como análise de dados estão sendo amplamente utilizadas para uma análise mais detalhada dos padrões de utilização, oferecendo serviços de saúde mais acessíveis e convenientes, permitindo consultas remotas, monitoramento de saúde em tempo real e acesso a informações médicas e educacionais. Essas tecnologias não apenas melhoram o acesso aos cuidados de saúde, especialmente em áreas remotas, mas também ajudam a reduzir os custos operacionais e a aumentar a eficiência no gerenciamento de casos clínicos.

Aliás, investir em tecnologias de auditoria médica pode permitir uma administração mais eficiente dos planos de saúde, identificando padrões de utilização e detectando fraudes e desperdícios.

Essas são tentativas feitas pelo mercado para contornar os problemas causados por este possível reajuste. Uma coisa é fato: é preciso reformular o atual modelo de planos no Brasil, seja com inovações ou mudanças de perspectivas. Trata-se de um movimento que o mercado terá que fazer para oferecer serviços de qualidade por um preço acessível para o consumidor final, que necessita de atendimento adequado.

Por estes motivos, acreditamos em um sistema de saúde preventiva, que busca não apenas reduzir a necessidade de procedimentos desnecessários, mas também identificar e evitar desperdícios, oferecendo uma experiência mais eficiente e econômica para seus clientes e parceiros corporativos.

O reajuste proposto está muito acima da inflação, sendo algo exorbitante que necessita de reavaliação. No entanto, com sua aprovação, as operadoras terão que lidar com isso junto aos brasileiros que buscam por um plano de saúde de qualidade e que caiba no bolso.

É importante também considerar o impacto das mudanças legislativas, como o PL 7419/2006, que visa modificar a regulação dos planos de saúde no Brasil. A eventual aprovação desse projeto pode ter um impacto significativo no mercado, ampliando a cobertura para milhões de brasileiros e exigindo adaptações por parte das operadoras.

Em conclusão, enfrentar os desafios do mercado de saúde suplementar requer uma abordagem de prevenção, focada no paciente e em estratégias de gestão que reduzam a sinistralidade, combatam fraudes e desperdícios, e se adaptem às mudanças regulatórias. Somente assim as operadoras poderão garantir a sustentabilidade a longo prazo e oferecer serviços de alta qualidade a preços acessíveis para os beneficiários.

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