O inigualável leite materno: um alimento verdadeiramente completo!

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Campanha Agosto Dourado traz informações sobre o leite materno, os benefícios (inclusive de longo prazo) para os bebês e o quanto o aleitamento impacta na saúde das mães.

Qual é o alimento mais perfeito que existe?

É verdade que cada pessoa e profissional de nutrição trará uma resposta diferente a esta pergunta – porém, se há um alimento que chega muito próximo a um consenso sobre qualidade e ‘perfeição’, este é o leite materno.

No mínimo, ele é considerado o alimento mais saudável que há. Sozinho, é capaz de nutrir plenamente um bebê durante seus 06 primeiros meses – uma época de intenso crescimento, mudanças e aprendizados para o corpinho do bebê-, garantindo não apenas alimento, como também proteção de curta e longa duração.

E mais: o leite materno ensina o bebê a se proteger de ataques de microrganismos, ajuda a quebrar nutrientes da forma correta, fortalece-o contra diversas doenças e fornece proteção de longuíssimo prazo, tendo uma influência positiva que poderá ser sentida por toda a vida (literalmente!).

Como se não bastasse, o ato de amamentar ainda por cima traz uma série de benefícios também para as mães, como veremos a seguir.

 

O leite materno é um alimento verdadeiramente campeão da nutrição. Não à toa, ele é ‘homenageado’ ao longo de todo o mês de agosto, durante a campanha ‘Agosto dourado’ – esse ‘dourado’ é justamente uma alusão à qualidade impecável do alimento.

Ao longo do mês, campanhas nacionais e internacionais divulgam a importância do aleitamento materno e estimulam a prática, buscando orientar mães e sociedade sobre a importância desse ato de amor entre mãe e filho.

 

Venha conosco descobrir alguns fatos importantes sobre o aleitamento materno que talvez você ainda não conheça! Veremos, abaixo, o enorme impacto que ele possui para uma boa saúde.

 

Aleitamento Materno: o quanto o leite influencia na saúde?

 

Sistema Imunológico

O mundo está dominado por microrganismos, invisíveis a olho nu, porém presentes em todas as superfícies, internas e externas!, que podemos imaginar (por exemplo: em um adulto, estima-se que haja 30 trilhões de células humanas e 40 trilhões de microrganismos, entre vírus, bactérias e fungos, que convivem junto a nós!). Um bebê recém-chegado ao mundo ainda não entrou em contato com a maioria deles. Seu sistema imune está em fase de ‘aprendizado’. Quem melhor para ensiná-lo do que o sistema imune já experiente de sua própria mãe?

Um dos fatores mais interessantes do leite materno é fornecer proteção imunológica à criança. No leite, estão incluídos anticorpos maternos já ‘prontos para a ação’, que ensinam o sistema imunológico do bebê a lutar contra os microinvasores. Além disso, esses anticorpos auxiliam o bebê a identificar corretamente quais desses microrganismos são benéficos para a saúde e quais podem causar doenças. Ensinam, ainda, a identificar quais proteínas pertencem ao próprio corpo e quais são externas, o que pode prevenir uma série de doenças autoimunes.

Talvez por isso mesmo, bebês que foram amamentados têm chances muito menores de desenvolver diversas doenças ou problemas imunológicos quando comparados a bebês que não foram amamentados. Dentre eles, estão riscos reduzidos para:

Asma
Rinite alérgica
Diabetes tipo 1
Infecções de ouvido
Infecções respiratórias
Infecções no trato gastrointestinal.

“Crianças que foram amamentadas são menos suscetíveis a doenças crônicas e infecciosas”, segundo a OMS.

 

Saúde Gástrica e Peso

O leite materno parece ‘ensinar’, também, o nosso sistema digestório a funcionar corretamente.

Pesquisas indicam que bebês amamentados com o leite materno mostram uma saúde gastrointestinal fortificada, sofrendo menos de diarreias, problemas gástricos e vômitos. Isso é refletido, inclusive, em taxas menores de admissão em hospitais por causa desses problemas.

A influência poderá ser percebida, também, no longo prazo: crianças e adolescentes que receberam leite materno quando eram bebês são menos propensos a ter sobrepeso e obesidade, o que parece indicar que o leite ajuda o organismo em formação a processar corretamente os nutrientes dos alimentos ingeridos.

Estudos mostram que jovens que foram amamentados possuem resultados melhores em testes cognitivos, tendo melhor performance na escola do que as crianças que não foram amamentadas. Há evidências até mesmo de que a amamentação contribui para melhores salários na vida adulta!.

 

Energia

Pode parecer incrível imaginar que apenas 01 alimento é capaz de fornecer 100% da energia da qual necessitamos. Mas é verdade: durante nossos 06 primeiros meses, o leite materno não só fornece toda a energia que o bebê precisa, como também todos os nutrientes. É o alimento ideal para os pequenos.

Dos 06 aos 12 meses – uma das primeiras fases de ‘estirão’ dos bebês -, o leite materno ainda fornece cerca de 50% da energia que esse corpinho em evolução necessita. Aos 02 anos, a energia do leite representa aproximadamente 30% das necessidades diárias, devendo ser complementado com outros alimentos sólidos e líquidos.

 

Saúde das Mães

Faz sentido pensar que o bebê, consumidor direto do leite materno, seja o maior beneficiário do aleitamento materno. Mas diversos estudos apontaram que a própria mãe também tem muito a ganhar com esse ato de carinho.

O ato de amamentar é correlacionado à redução, nas mães, dos riscos de desenvolvimento de câncer de ovário e de mama no futuro (saiba detalhes abaixo). Quanto mais tempo a amamentação for conduzida, menores serão esses riscos.

Há evidências, também, de que mães que amamentaram seus filhos possuem uma proteção adicional contra diversos problemas de saúde que poderiam surgir muitos anos após o nascimento do filho, entre eles:

diabetes tipo 2
pressão alta
esclerose múltipla
obesidade
osteoporose

 

No curto prazo, amamentar pode ser considerado até mesmo um ato ‘contraceptivo’ complementar, ajudando a espaçar uma gravidez de outra. Enquanto amamenta, o corpo materno produz hormônios que dificultam uma nova gravidez (interrompendo a ovulação), naturalmente ajudando o corpo a ‘concentrar as energias’ no bebê que acabou de nascer.

 

PROTEÇÃO CONTRA O CÂNCER DE MAMA

O câncer de mama é um dos tipos de câncer com maior incidência entre as mulheres, gerando muita preocupação, especialmente conforme se envelhece. É sempre bom saber que existe algum fator que ajuda a reduzir a chance de ele aparecer. Diversos estudos mostraram que a amamentação pode ser um deles.

Em 2022, uma análise detalhada de quase 50 estudos científicos, conduzidos em 30 países, mostrou que, para cada parto, havia uma redução de 7% nos riscos do surgimento de câncer de mama no futuro. Exemplificando: mulheres que tiveram filhos duas vezes ao longo da vida têm riscos 14% menores para esse tipo de câncer. Além disso, para cada 12 meses amamentando, pode-se somar uma redução adicional de 4.3% nos riscos. Os resultados foram iguais não importava o país analisado, o nível socioeconômico das mães, sua idade, grupo étnico ou idade que tinham quando o primeiro filho nasceu.

 

Um mês para valorizar o alimento ‘Medalha de Ouro’ em nutrição, o leite materno!

No mundo moderno, nem sempre é fácil conciliar o cuidado com o bebê e a rotina diária. Muitas mães ainda não recebem orientação para tirar suas dúvidas sobre amamentação, ou então não possuem o tempo adequado para esse ato em meio às necessidades de trabalho e cuidados com a família. Afinal, a amamentação é tão importante, tão fundamental, que deve ser conduzida em um ambiente de calma, de serenidade e paz. Nem sempre isso é possível.

Segundo a Organização Mundial da Saúde e a UNICEF, hoje, no mundo, 48% dos bebês são exclusivamente amamentados com o leite materno em seus 06 primeiros meses. A meta é chegar aos 50% até o ano que vem! Isso poderia representar, segundo as entidades, salvar mais de 820 mil vidas todos os anos, evitando problemas de saúde e de desnutrição nos pequenos.

A campanha “Agosto dourado” busca conscientizar toda a sociedade sobre o papel importantíssimo do aleitamento para a saúde das crianças, ensinando como cada um pode colaborar para criar um ambiente mais propício a esse ato. Há muitas maneiras de ajudar:

 

fomentando hábitos e atitudes que valorizes as mulheres e a amamentação
criando um ambiente (seja em casa, seja no trabalho) que estimule o aleitamento
respeitando a autonomia das mães e seu direito de amamentar quando quiserem
tendo solidariedade e espírito de grupo para que essa ação de amor ocorra.

Todos podem ajudar as crianças e ter um futuro mais saudável.

Além dos enormes benefícios para a saúde das crianças, vale reforçar as mensagens sobre o quão importante é amamentar também para as mães! Afinal, amamentação é sinônimo de proteção e de mais saúde – mas isso muitas mães ainda não sabem.

Uma pesquisa realizada nos EUA mostrou que, em 2021, apenas 24% das pessoas sabiam que mães que amamentaram têm chances menores de desenvolver câncer de mama. Um número ainda menor – cerca de 15% – sabia da correlação entre amamentar e riscos reduzidos de pressão alta e de diabetes tipo 2. Isso é importante porque esses três problemas de saúde mencionados são alguns dos mais comuns e perigosos para a saúde da mulher. Já imaginou quantos deles poderiam ser prevenidos com um pouquinho mais de conhecimento?

Neste mês especial, vamos valorizar uma das relações mais bonitas – e saudáveis! – entre mãe e filho. O leite materno é um alimento muito especial, e deve realmente ser ovacionado com uma “medalha dourada” nas modalidades nutrição e saúde!

 

Para saber mais:

Matéria suplementar do Blog do Hospital Vera Cruz sobre os benefícios do aleitamento materno: https://blog.hospitalveracruz.com.br/maternidade/aleitamento-materno-quais-sao-os-beneficios-para-os-bebes-e-para-as-mamaes/
Sobre o impacto de longo prazo, inclusive cognitivo, do aleitamento:

The Lancet Breastfeeding Series papers: Breastfeeding in the 21st century: epidemiology, mechanisms, and lifelong effect. Victora, Cesar G et al. The Lancet , Volume 387 , Issue 10017 , 475 – 490.
Why invest, and what it will take to improve breastfeeding practices? Rollins, Nigel C et al. The Lancet , Volume 387 , Issue 10017 , 491 – 504

Metanálise sobre câncer de mama e amamentação: Collaborative Group on Hormonal Factors in Breast Cancer. Breast cancer and breastfeeding: collaborative reanalysis of individual data from 47 epidemiological studies in 30 countries, including 50302 women with breast cancer and 96973 women without the disease. Lancet Lond Engl. 2002;360:187‐
Pesquisa nos EUA sobre percepções do aleitamento materno: Ellen O. Boundy, Jennifer M. Nelson, Ruowei Li. Public Belief in the Maternal Health Benefits of Breastfeeding. United States, 2018 and 2021. Disclosures Prev Chronic Dis. 2023;20(8):E75.
Mensagem conjunta da OMS e UNICEF sobre campanha neste mês de agosto: Statement by Catherine Russell (UNICEF Executive Director) and Tedros Adhanom Ghebreyesus (WHO Director-General). On World Breastfeeding Week, UNICEF and WHO call for equal access to breastfeeding support.

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