Deixar o cigarro: uma decisão que tranforma vidas

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Respirar fundo e viver mais: descubra os benefícios de largar o cigarro através de um testemunho inspirador e a dica de especialista

O tabagismo é um doença que assola a vida de milhões de pessoas em todo o mundo, e para vencê-la é necessário travar uma luta contra o vício; em alguns casos, contar com a ajuda profissional das mais diversas áreas. Neste artigo, compartilhamos com você o testemunho da Carla Astuti, Missionária da Comunidade Canção Nova, casada e mãe de três filhos, que relata ter fumado cerca de 15 anos, e só conseguiu parar devido a uma gravidez aos 30 anos de idade, e também algumas dicas do Dr. Luiz Otávio, cardiologista, para ajudá-lo a trilhar esse mesmo caminho de libertação.

A jornada com o cigarro e a virada de chave para uma vida saudável

Como muitos jovens, Carla Astuti começou a fumar na adolescência, influenciada pelo círculo social. “Naquela época, todos fumavam na escola, era algo social. Nunca fui fumante compulsivo, mas consumia pelo menos meia carteira de cigarro por dia”, relembra. O hábito, que começou como algo da adolescência e apenas como um hábito para se socializar com os colegas, estendeu-se por cerca de 15 anos.

Crédito: abuzeid / GettyImages

A decisão de parar de fumar só veio quando, aos 30 anos, Carla engravidou da primeira filha. A preocupação com a saúde da bebê se tornou sua maior motivação para largar o cigarro.  Ela relata que, neste momento, percebeu que não queria isso para a sua filha, por isso decidiu dar um basta na situação.

Parar de fumar é uma decisão pessoal e precisa de determinação

Carla é categórica quando afirma: “Acredito que parar de fumar é uma decisão individual. É preciso ter um objetivo, uma causa forte para se manter firme e conseguir chegar ao objetivo. A vontade precisa vir de dentro. Busquei ajuda na fé, em orações, mas percebi que o desejo de parar precisava ser meu e não simplesmente por que as outras pessoas queriam que eu parasse. Deus nos dá o livre-arbítrio. Quando decidi que não queria mais fumar, com a graça de Deus, consegui”.

A missionária relata que, hoje, consegue perceber os malefícios que o cigarro traz à saúde, e que sentia os efeitos colaterais causados pelo vício, como a falta de fôlego, e uma menor resistência pulmonar. Atualmente, ela se sente incomodada com o cheiro do cigarro.

Doenças causadas pelo uso do cigarro

O Dr. Luis Otávio concorda com Carla quanto à importância de uma boa motivação. Ele reconhece que ela é crucial no processo de cessação do tabagismo, e ainda recomenda para que, se necessários, as pessoas não temam procurar ajuda profissional. “Busque ajuda profissional se necessário. Existem tratamentos e grupos de apoio que podem te auxiliar”.

O tabagismo é um fator de risco crucial para diversas doenças, incluindo as cardiovasculares como infarto, AVC (acidente vascular cerebral), aneurismas da aorta e insuficiência cardíaca. Problemas pulmonares como o DPOC (enfisema pulmonar), asma e pneumonia; os mais diversos tipos de câncer como o de pulmão, boca, laringe, estômago, fígado, pâncreas, reto e leucemia mielóide aguda. Outras doenças que também podem ser causadas por conta do tabagismo são as sinusites, infertilidade, disfunção erétil, úlcera péptica, osteoporose e perda de dentes.

Cigarros eletrônicos: uma falsa promessa de segurança

Apesar de frequentemente promovidos como alternativa mais segura, os cigarros eletrônicos também apresentam sérios riscos à saúde, especialmente cardiovascular e pulmonar. Contendo diversas substâncias químicas com efeitos ainda desconhecidos a longo prazo, seu uso tem aumentado entre os jovens que são influenciados por propagandas enganosas. Entidades médicas condenam o uso desses dispositivos e alertam para seus perigos.

Conforme aponta uma pesquisa da Vigilância Sanitária da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo em parceria com o Instituto do Coração (Incor) e o Laboratório de Toxicologia da Rede Premium de Equipamentos Multiusuários da FMUSP, a utilização de cigarros eletrônicos, popularmente conhecidos como vapes, causa níveis mais elevados de intoxicação do que os cigarro convencional.

A pesquisa inicial constatou que os indicadores da presença da nicotina nos 200 fumantes de cigarros eletrônicos que participaram do estudo, são de três a seis vezes maior em relação aos usuários dos cigarros convencionais. A nicotina é a principal substância viciante presente em ambos os tipos de cigarro e atua no sistema nervoso central, levando à dependência.

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Fumante Passivo: um risco compartilhado

Estima-se que mais de um bilhão e trezentos milhões de pessoas no mundo sejam fumantes, expondo a si mesmas e aos que convivem com elas a uma série de riscos à saúde. O fumante passivo, indivíduo que convive com fumantes, também está exposto aos mesmos riscos à saúde, com um aumento médio de 20% na probabilidade de desenvolver as doenças relacionadas ao tabaco.

Além de afetar a vidas das pessoas aos redor, o tabagismo também impacta o meio ambiente. As guimbas de cigarro descartadas inadequadamente na natureza contribuem para a ocorrência de queimadas e poluição, representando um risco frequentemente ignorado, uma vez a fumaça, com todas as diversas substâncias quimicas dos cigarros tmabém são lançadas no ambiente.

Brasil é exemplo na luta contra o tabagismo

Devido às diversas campanhas de combate ao uso do cigarro e também de outras iniciativas realizadas por parte das gestões públicas, o Brasil obteve sucesso na redução do consumo de cigarros tradicionais através de medidas eficazes. Entre elas estão o aumento de impostos sobre o produto, a proibição da propaganda de cigarros, a proibição do fumo em locais fechados, a proibição da venda de cigarros a menores de idade e as permanentes campanhas de educação sobre os riscos do tabagismo.

Carla Astuti relata que, atualmente, depois de anos longe dos cigarros, experimenta diversos benefícios em seu organismo. “Tenho mais fôlego e minha resistência pulmonar melhorou muito. E o cheiro? Nem se compara!”.

Os benefícios de largar o cigarro

Deixar os cigarros de lado e colocar a saúde em primeiro lugar traz diversos benefícios à vida daqueles que dão este passo concreto. Conforme aponta a Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS), os efeitos podem ser sentidos no nosso organismo quase que de maneira imediata. Após 12 horas sem o consumo do cigarro, os níveis de monóxido de carbono no sangue voltam aos normal; depois de duas semanas, a circulação e a função pulmonar melhoram; entre um e nove meses, a tosse e a falta de ar reduzem, e a cerca de cinco a 15 anos os riscos de AVC e de doença cardíaca são igualados ao de uma pessoa não fumante.

Além disso, entre as inúmeras vantagens estão a redução drástica no risco de desenvolver doenças respiratórias, cardíacas de até mesmo os  variados tipos de câncer causados pelo usos do cigarro; além do mais, a pessoa pode experimentar uma maior disposição e energia para realizar as atividades do dia a dia, uma melhora também no paladar e olfato além da economia financeira.

Encontre seu motivo para parar de fumar e persista!

Carla reforça que para quem deseja largar o vício seu conselho é: “Encontre um motivo poderoso! Pense na sua saúde, na sua família, no seu futuro. Busque ajuda profissional se necessário, existem tratamentos e grupos de apoio que podem te auxiliar nessa jornada.
Lembre-se: a decisão de parar de fumar é sua, e os benefícios são para toda a vida!”

Doutor Luis Otavio segue no mesmo direcionamento e reconhece que parar de fumar pode ser um desafio, mas que, com determinação, apoio e fé é possível vencer o vício. Buscar ajuda médica, participar de grupos de apoio, conversar com amigos e familiares são alternativas interessantes.

Ele ainda salienta a importância da oração e de buscar a Deus nesse processo. “Peça a Deus com humildade: ‘Senhor, ajude-me, pois com minhas forças não consigo’. Faça um propósito! Tenha um aliado Poderoso.” De maneira surpreendente e sobrenatural, fortalecer a fé para enfrentar esse processo é uma atitude que só tem a contribuir, principalmente nos momentos de desânimo e fraqueza.

Lembre-se: você não está sozinho! Com esforço, apoio e fé, a liberdade do vício é possível. Busque ajuda, peça auxílio divino e celebre cada vitória em sua jornada para uma vida mais saudável e livre do tabaco.

 

Colunistas: Luiz Otávio de Avelar Francisco, cardiologista, católico, esposo e pai de três filhos. Belo Horizonte/MG

Carla Astuti, Missionária da Comunidade Canção Nova, casada e mãe de três filhos.

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