Mercado da soja: tendências e projeções para a semana

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Foto: Madson Maranhão/Seagro

De acordo com a análise da plataforma Grão Direto, o clima adverso no Brasil teve um papel fundamental no suporte às cotações da soja nesta semana. As chuvas, esperadas em bons volumes, devem chegar apenas na segunda quinzena de outubro, o que pode afetar a produção e o fornecimento do grão.

Outro fator que chamou a atenção do mercado foi a possibilidade de uma greve dos trabalhadores nos portos dos Estados Unidos. Se essa greve se confirmar, poderá impactar significativamente o transporte de mercadorias, adicionando incerteza ao setor.

As oscilações nos preços do petróleo também influenciaram o mercado de óleo da soja, enquanto as incertezas em relação ao escoamento do farelo marcaram a semana. Esses fatores resultaram em um fechamento positivo para a soja em Chicago, com o contrato para novembro de 2024 encerrando a US$10,66 o bushel, um aumento de 5,23%. No mercado físico brasileiro, o dólar atuou como contrapeso, encerrando com uma baixa de 1,63%, a R$5,43. O contrato com vencimento em março de 2025 também teve alta, fechando a US$10,96 o bushel, representando uma valorização de 4,88%.

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Projeções para os próximos dias

Foto: Mapa/divulgação

Para os próximos dias, as expectativas são de um aquecimento nas exportações norte-americanas. O Relatório de Vendas de Exportação revelou que, na semana encerrada em 19 de setembro, as vendas líquidas do grão totalizaram 1,60 milhões de toneladas, um aumento de cerca de 6% em relação à semana anterior, com a China sendo o principal destino, responsável por 869.700 toneladas.

A demanda deve aumentar nos próximos meses, à medida que vários países buscam suprir suas necessidades até o final do ano. Contudo, o atraso no plantio pode acarretar um possível atraso nas entregas nos portos, impactando os prêmios.

A temporada de furacões nos EUA continua em andamento, e o furacão Helene atingiu a Flórida na quinta-feira (26), sendo um dos mais fortes do ano. Esta região é crucial para a produção de petróleo e para o escoamento de commodities. Além disso, a situação dos trabalhadores nos portos ainda não foi resolvida, o que pode complicar o fluxo de mercadorias, considerando que esses portos movimentam mais da metade do comércio marítimo do país.

No Brasil, o cenário de importações é significativo. O país deve registrar a maior importação de soja em mais de 20 anos, impulsionada pela escassez de produto no mercado interno, em função da alta demanda de exportação, mesmo com uma safra menor. Até agora, o Brasil importou cerca de 800 mil toneladas, um aumento de 700% em comparação ao mesmo período do ano passado.

Na análise técnica, o contrato de novembro da soja em Chicago teve uma semana positiva, fechando próximo de US$10,65/bushel e superando a resistência importante de US$10,30/bushel. Caso a tendência de alta continue, os níveis de US$10,80, US$11,00 e US$11,30 poderão apresentar dificuldades para um rompimento.

Se a pressão vendedora se intensificar, os alvos de baixa podem ser US$10,30, US$10,15 e US$9,95. A CFTC reportou uma redução na pressão vendedora, com as posições líquidas de especuladores caindo de -134,6K contratos para -93,4K, indicando uma realização de lucros. Isso sugere que a próxima semana pode ser marcada pela continuidade das valorizações em Chicago, o que poderá impulsionar os preços no Brasil.

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