Replantio pode elevar em mais de 10% os custos na lavoura de soja 

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Foto: Divulgação Aprosoja-MT

O plantio da soja 2024/25 ainda caminha de forma mais lenta. A combinação de clima seco e altas temperaturas, especialmente no Brasil Central, retardam os trabalhos.

Esse cenário adverso exige estratégias agronômicas bem planejadas para minimizar riscos e evitar perdas expressivas de produtividade.

“Uma safra rentável começa com a escolha de sementes de qualidade e um ambiente manejado por decisões estratégicas, como a adaptação das práticas de semeadura e plantabilidade em condições de clima seco”, diz o pesquisador e engenheiro agrônomo Leonardo Furlani, da DigiFarmz.

A ameaça do replantio da soja

O replantio da soja pode acarretar um impacto financeiro superior a 10% nos custos da lavoura, reduzindo, ainda, a eficiência da operação, de acordo com o especialista.

Segundo ele, o fracionamento da área de plantio permite que uma parte da lavoura seja semeada mesmo com baixa umidade no solo, enquanto a outra é reservada para quando as chuvas chegarem.

Furlani alerta que adiar o plantio na expectativa de chuvas regulares pode fazer o produtor perder a janela ideal de semeadura e impactar na segunda safra, mas plantar “no pó” também pode comprometer o desenvolvimento das plantas.

“Dividir o plantio é uma estratégia, mas não há uma ‘receita de bolo’ e as decisões devem ser tomadas caso a caso, considerando as particularidades de cada área”, reforça o pesquisador.

Impacto dos incêndios

A falta de palha na superfície do solo, como nos casos das áreas atingidas pelos incêndios registrados, principalmente, em agosto e setembro, agrava o estresse térmico e prejudica a lavoura.

Furlani lembra que a palha contribui para a retenção de umidade e protege o solo da evaporação excessiva, essencial em anos com previsão de seca prolongada. “Para esta safra, já não há tempo de corrigir essa falha, mas é uma lição valiosa para as próximas temporadas”, ressalta.

O pesquisador resume: o fracionamento do plantio; a manutenção de boas práticas, como a cobertura do solo com palha; e, até em alguns casos, o uso de bioestimulantes são algumas das soluções que podem ser adotadas para reduzir os impactos negativos do clima e assegurar uma colheita mais rentável.

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