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A divulgação de um laudo falso para tentar ligar Guilherme Boulos (PSol) ao uso de drogas colocou de novo o influenciador Pablo Marçal (PRTB) no centro das atenções nas redes sociais e grupos de Whatsapp, desta vez de forma mais negativa.
A última “onda” da campanha, na véspera da eleição, tem o potencial de ajudar a definir posições no empate triplo dos dois com Ricardo Nunes (MDB), no momento em que o prefeito aparecia em trajetória descendente.
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Para Marçal, que subiu nos últimos levantamentos, o impulso final, nas manchete dos jornais e no topo das buscas, o coloca no lugar de destaque que buscou ao longo da campanha, mas a reação digital tem sido mais parecida com a que seguiu à cadeirada (quando ele estagnou) do que a que sucedeu ao soco de um assessor no marqueteiro de Nunes (quando voltou a subir).
Após meia hora de júbilo entre apoiadores na noite de sexta, energizados pela apresentação da “prova” prometida desde o primeiro debate, as redes e grupos passaram a divulgar dúvidas sobre a veracidade do laudo. Foram poucos os defensores habituais de Marçal que questionaram o documento, mas o volume de posts de apoio começou a cair rapidamente. Nos grupos bolsonaristas, alguns eleitores de Nunes tomaram a rara iniciativa de rebater a maioria pró-Marçal, ao mesmo tempo que nas redes abertas Silas Malafaia secundava o pedido de prisão feito por Boulos.
Quando, ainda na noite de sexta, o Instagram derrubou a publicação de Marçal, perfis de grandes apoiadores, como o do vereador Rubinho Nunes (União), apagaram a reprodução do laudo por iniciativa própria. Nas horas seguintes, perfis alinhados fizeram o mesmo e, pela manhã, entraram em modo defensivo.
O perfil humorístico de direita Joaquim Teixeira, que faz campanha aberta por Marçal, passou a argumentar que o momento é de não questionar e pediu “dignidade” para quem duvidar do laudo de “ficar quieto e esperar uma conclusão”. Este foi o espírito de muitos apoiadores desde a manhã de sábado.
Por outro lado, perfis de direita não alinhados a Marçal começaram a divulgar, em especial nos grupos, o risco de o candidato do PRTB ser cassado, dando a prefeitura para Boulos.
Ao atacar Boulos, Marçal mirava também o prefeito, para mostrar à direita ser o mais forte no embate com os “comunistas”. Mas o apoio mais direto de Bolsonaro a Nunes em uma live na noite de sexta também deu força à minoria de defensores do prefeito nos grupos, onde os posts pró-Marçal, embora ainda majoritários, surgem em volume menor que ao longo da última semana.
Para o prefeito, que fraquejava nas pesquisas, nunca encontrou uma voz nas redes e nem criou uma base digital engajada, a última onda de Marçal e o apoio de Bolsonaro, ainda que envergonhado e tardio, são movimentos bem-vindos no momento em que ele não conta mais com o holofote do horário eleitoral.
Já Marçal espera o resultado da sua última onda enquanto corre pelas ruas da cidade, desde a noite de sexta, uma ultramaratona que divulga nas redes alternadamente como demonstração de força ou sacrifício, esperando chegar em primeiro lugar.