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Indicado para presidir o Banco Central, o atual diretor de política monetária da autoridade monetária, Gabriel Galípolo, fez um discurso essencialmente político em sabatina na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), do Senado, nesta terça-feira (8/10). A tentativa é clara de garantir o cenário provável de aprovação do seu nome para a sucessão de Roberto Campos Neto.
Galípolo fez uma fala mais genérica, com ênfase na responsabilidade de “guardião da moeda”. Apontou que, ao ser escolhido pelo presidente Lula, recebeu garantia de liberdade de tomada de decisão e que as ações precisam mirar o “bem-estar do povo brasileiro”. E salientou que os senadores com quem conversou reforçaram a mensagem de liberdade.
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Seu discurso entrou em poucos detalhes técnicos, aparentemente guardando munição para os questionamentos dos senadores, que devem percorrer ao longo do dia.
O indicado para a presidência deu uma mensagem de otimismo sobre a evolução da economia brasileira nas últimas décadas e anos e colocou o país como um local de oportunidades para investimentos, especialmente na transição energética e redução de emissões.
Não se deteve nos meandros da gestão da política monetária do curto prazo e nem sobre o início do ciclo de alta dos juros. Mas falou bem do plano real e do sistema de metas de inflação, dos patamares dos núcleos de inflação em níveis equivalentes aos países desenvolvidos e defendeu o trabalho da autoridade monetária de “inequívoca persecução” da meta de inflação. E reforçou seu compromisso com o “mandato estabelecido no arcabouço institucional e legal” do Banco Central e com o papel da estabilidade monetária e financeira na construção da sociedade brasileira.
Na primeira rodada de perguntas, Galípolo afirmou que o momento de persistência na desancoragem das expectativas, com crescimento econômico surpreendendo para cima e câmbio pressionado, demandam prudência na política monetária. Disse também que o desenho da política fiscal, com maior caráter distributivo, afeta a demanda, mas apontou que algumas pessoas têm levantado que o fiscal está a caminho de redução de estímulos. E também reforçou que a autonomia do BC é para perseguir a meta que é definida pelo Executivo e que, na visão dele, o BC nem deveria participar da votação desse objetivo.