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As campanhas que acontecem no Setembro Amarelo são excelentes oportunidades para conversarmos sobre a depressão profunda. Mas é importante lembrar que a doença não escolhe data para acontecer. Sendo assim, é fundamental se informar sobre ela e ter atenção ao longo do ano inteiro.
Os quadros de depressão podem acometer pessoas de todas as idades. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a estimativa é de que mais de 300 milhões de pessoas convivam com esse transtorno no mundo. Ele causa incapacidade e afeta de forma significativa a qualidade de vida, principalmente quando ocorre o estágio mais grave da doença, sobre o que falaremos neste artigo.
Continue lendo para entender o que é considerado depressão profunda. Veja os sintomas da depressão, outros tipos da doença e como é feito o tratamento.
O que pode ser considerada “depressão profunda”?
A depressão é uma doença que se manifesta em intensidades diferentes. Assim, temos os estágios mais leves, passando pelos moderados até aqueles mais graves. A depressão profunda é justamente a manifestação severa do quadro depressivo.
Não se trata de um tipo diferente de depressão, mas de uma classificação atribuída à intensidade dos sintomas e à persistência deles. A preocupação está no fato de que essa manifestação mais severa acarreta um comprometimento significativo da qualidade de vida da pessoa.
Isso porque nos estágios iniciais existem os pensamentos negativos, a sensação de desânimo e as oscilações de humor. Porém, a pessoa ainda consegue realizar as suas tarefas e atividades do dia a dia, e se encontra em condições de socializar.
Mas sem o devido tratamento a tendência é de que os sintomas evoluam, alcançando níveis mais avançados, ou seja, desencadeando a depressão profunda. Nesse estágio é mais difícil a pessoa procurar por ajuda profissional. Para ela, a vida parece não fazer mais sentido e não há perspectiva de melhora.
Dados sobre depressão
Como você viu na introdução, a depressão é uma doença que afeta milhões de pessoas. Em nível mundial, uma em cada oito convive com algum tipo de transtorno mental, mas a ansiedade e a depressão são os quadros mais comuns, representando cerca de 60% de todos os casos.
O Brasil está em uma posição de destaque, afinal, na América Latina, é o país com a maior prevalência de quadros de depressão. Considerando as Américas, o nosso país está em segundo lugar. Um estudo epidemiológico revelou que a prevalência dessa doença ao longo da vida dos brasileiros está em cerca de 15,5%.
Por isso, mais uma vez alertamos para a importância de conhecer a doença e não se concentrar apenas nas campanhas do Setembro Amarelo, mas ter atenção aos sintomas durante um ano inteiro. Assim é possível buscar tratamento nos estágios iniciais e evitar que o quadro evolua para uma depressão profunda.
Quais são os sintomas da depressão?
Como dito, identificar os sintomas é fundamental para tratar o quadro depressivo, evitando que ele evolua para a depressão profunda. Lembrando que, em todos os estágios da doença, as manifestações são as mesmas, mudando, principalmente, a intensidade e a prevalência delas.
Os sintomas clássicos de depressão costumam ser:
desânimo;
apatia;
baixa autoestima;
insônia;
procrastinação;
medo constante;
insegurança;
angústia;
irritabilidade;
dificuldade de concentração;
distúrbios alimentares;
pessimismo;
pensamentos negativos;
questionamentos sobre a própria existência;
tristeza profunda e sem motivo aparente;
desinteresse por atividades rotineiras e prazerosas;
sentimento de culpa;
pensamentos suicidas.
Para uma pessoa com depressão, gradativamente, a vida começa a não ter mais sentido. Existe o desânimo e a fadiga, a pessoa não consegue encontrar mais um motivo para continuar seguindo. Assim, ela pode se isolar de tudo e de todos, mas não consegue se livrar desse sentimento de tristeza incapacitante, pois não sabe o que está causando isso. Essa sensação de culpa e de inutilidade acaba intensificando o problema.
Quais tipos de depressão existem?
Embora a depressão profunda não seja uma variação da doença, é importante lembrar que existem tipos diferentes. Veja, a seguir, alguns deles.
Transtorno depressivo maior
Também é chamado de depressão unipolar. Esse é o tipo mais conhecido e que costuma acontecer com uma frequência maior. A pessoa tem um sentimento de melancolia, perde o prazer por tudo que antes a deixava feliz. Seu humor fica entristecido e deprimido, há melancolia e sofrimento, principalmente, se não houver o devido tratamento.
Depressão sazonal
Geralmente, é difícil diagnosticar a depressão sazonal porque ela acontece em determinados períodos, o que costuma estar relacionado às estações do ano. É um quadro depressivo que ocorre em especial nos países mais frios, quando os dias ficam curtos. Mas também pode ocorrer em festas de final de ano, como o Natal, quando as pessoas podem se sentir sozinhas.
Distimia
Trata-se de um quadro depressivo mais leve, já que os sintomas acontecem com menos intensidade. Por isso, a pessoa com distimia é capaz de trabalhar, manter uma vida social e realizar outras atividades do seu dia a dia. Mas ainda assim acontece o desânimo, a tristeza e a baixa autoestima.
Não se trata apenas de uma tristeza passageira, pois esse tipo de depressão costuma ser mais longo. A pessoa sofre com os sintomas por cerca de dois anos, pelo menos. Além dos que citamos, também podem ocorrer alterações no apetite e no sono, irritabilidade, pessimismo e falta de energia.
A dificuldade do diagnóstico está no fato de que, por ser um quadro depressivo mais longo, pode ser associado à personalidade do indivíduo. Ele acaba se achando mal-humorado ou pessimista.
Depressão pós-parto
Como o nome indica, afeta as mulheres quando estão na fase do puerpério. Porém, também pode acontecer de a depressão pós-parto se manifestar durante a gravidez. O corpo da mulher passa por muitas alterações devido à gestação, e o quadro depressivo pode acontecer devido a uma mudança muito grande na produção de hormônios.
Como é o tratamento para depressão?
O tratamento envolve diferentes abordagens, inclusive quando se trata de um quadro de depressão profunda. Costumam ser indicados, por exemplo, terapia cognitivo-comportamental, psicoterapia interpessoal e ativação comportamental.
Os medicamentos antidepressivos também são muito importantes. Afinal, estamos falando de uma doença que provoca alterações químicas no cérebro. Por isso, a medicação vem como um suporte importante para auxiliar nesse reequilíbrio, de modo que a pessoa consiga aproveitar da melhor forma as demais abordagens.
Também são recomendadas medidas que auxiliam a aumentar a sensação de bem-estar, como a prática de exercícios físicos, a realização de atividades que tragam prazer, como yoga, dança e arte terapia. Também, uma alimentação mais nutritiva e equilibrada.
Em determinados casos, pode ser preciso recorrer à internação para que a pessoa tenha uma atenção mais próxima e intensa, recebendo apoio e amparo de uma equipe multidisciplinar de especialistas para conseguir superar a fase mais severa da doença.
O ideal seria reconhecer os sintomas depressivos nos estágios iniciais para evitar um quadro de depressão profunda. De toda forma, é possível tratar também essa manifestação mais severa da doença. Por isso, independentemente do estágio em que o transtorno se encontra, é fundamental procurar a ajuda de especialistas para iniciar o tratamento o quanto antes.
Você conhece alguém que está com depressão e precisa de ajuda, ou você mesmo está enfrentando essa doença? Nós podemos ajudar. Entre em contato e conheça o trabalho realizado pelo Hospital Santa Mônica.
O post Depressão profunda: como lidar com essa questão? apareceu primeiro em Hospital Santa Mônica.