Laranja: furacão Milton deve prejudicar recuperação de pomares da Flórida

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Foto: Orlando Passos/Embrapa

Os pomares de laranja da Flórida, que estavam em fase de recuperação desde que foram atingidos pelo furacão Ian, em 2022, correm o risco de ver esses avanços revertidos, já que o furacão Milton deve ter trazido ventos com velocidade de mais de 200 km/h ao atingir a costa na madrugada desta quinta-feira (10). A enorme tempestade deve derrubar frutos da safra atual e pode causar danos às árvores, que levarão anos para serem substituídas.

“Este é um dos períodos mais difíceis que a indústria já enfrentou”, disse Matt Joyner, chefe da Florida Citrus Mutual, que representa entre 1,5 mil e 2 mil produtores de citros no estado.

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Os pomares, já bastante debilitados, estavam se recuperando de danos causados por doenças como o greening e uma série de furacões poderosos nos últimos anos.

Para o ano comercial 2023/24, que terminou em 31 de julho, o Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) informou que a produção total de laranjas foi de 17,96 milhões de caixas. Isso representa aumento de 14% em relação ao ano anterior, mas menos da metade da produção antes do Ian, que já era a mais baixa desde 1945.

Grandes tempestades têm atingido a Flórida com frequência, dando pouco tempo para os produtores respirarem. É difícil prever o quanto o Milton vai atrasar a produção no ano comercial 2024/25, mas os citricultores estão se preparando para o pior. A produção nos pomares de laranja da Flórida caiu cerca de 60% após o furacão Irma, em 2017, e o Ian, em 2022, disse Joyner.

O furacão Milton deve ter tocado o solo no coração da área de citros da Flórida. Quatro dos cinco principais condados produtores – Polk, DeSoto, Highlands e Hardee – estão no caminho dos piores ventos da tempestade, disse ontem o Centro Nacional de Furacões. Os cinco principais condados concentram 71% da produção de citros do estado, de acordo com um relatório do USDA em agosto.

A produção da Flórida também foi prejudicada pelo greening nos últimos 15 a 20 anos. A doença bacteriana retarda o crescimento das árvores e estraga os frutos. Não há cura conhecida, mas produtores de citros finalmente conseguiram implementar tratamentos que, no mínimo, retardam a proliferação da doença.

No caso de fortes tempestades, no entanto, não há muito que os produtores de citros possam fazer para proteger seus pomares. “Não podemos proteger as árvores do vento”, disse Joyner.

A temporada de furacões no Atlântico vai de junho a novembro, atingindo seu ponto mais alto em setembro e outubro – um momento vulnerável do ciclo de crescimento das laranjas. A colheita de laranjas precoces começa neste mês. Isso significa que as tempestades nesta época do ano tendem a derrubar frutos prontos das árvores.

Os contratos futuros de suco de laranja concentrado e congelado (FCOJ), que são negociados na Bolsa de Nova York (ICE Futures US), atingiram um recorde histórico de 506 centavos de dólar por libra-peso no fim de agosto.

A alta ocorreu após o Furacão Beryl, de categoria 5, ter se formado no fim de junho – o furacão mais forte a se formar tão cedo na temporada. As laranjas produzidas na Flórida são usadas principalmente na fabricação de suco. Fonte: Dow Jones Newswires.

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