Área dedicada ao feijão diminui 45,5% em menos de cinco décadas

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Foto: Pixabay

A área plantada com feijão tem sofrido queda significativa ao longo dos últimos anos no Brasil, perdendo lugar para culturas mais rentáveis, como a soja.

De acordo com a série histórica da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), entre a safra 1976/77 e a 2023/24, as lavouras dedicadas ao grão caíram de 1.582 milhão para 861 mil hectares, redução de 45,5% em 47 anos.

No entanto, mesmo com menos área, a produção da leguminosa mais presente no prato do brasileiro se manteve praticamente estável. Isso porque, no mesmo perído, a produtividade saltou 85%, partindo de 591 kg/ha para 1.094 kg/ha.

Tal resultado provém do emprego de tecnologia no campo. Exemplo disso é a irrigação por gotejamento, que tem como princípio o aprimoramento do uso da terra e dos recursos hídricos.

“A fertirrigação é capaz de fornecer nutrientes diretamente na raiz da planta, aproveitando cerca de 90% da água utilizada e otimizando o uso de fertilizantes. Isso tem sido essencial para melhorar a produtividade do feijão, especialmente em áreas onde a terra cultivada está diminuindo”, afirma o especialista agronômico da Netafim, Warlen Pires.

Produtividade do feijão

Foto: Divulgação Netafim

No Brasil, a agricultura empresarial responde por 76,9% da produção total de feijão, de acordo com a Embrapa. Já a agricultura familiar atende ao restante, focada, especialmente, na produção de feijão verde e preto, com 55,6% e 41,8% de participação, respectivamente.

Segundo Pires, no Nordeste, onde a agricultura familiar é predominante, a produtividade da leguminosa atinge uma média de 480 kg/ha, enquanto no Centro-Oeste atinge média de 2.178 kg/ha e no Sudeste, chega a 1.795 kg/ha.

De acordo com ele, além do aumento de produtividade, a irrigação por gotejamento também ajuda a reduzir custos de produção.

“Com o uso da irrigação por gotejamento subterrâneo, é possível evitar doenças que prosperam em microclimas úmidos, o que reduz a necessidade de defensivos agrícolas”. Ele dá o exemplo de um produtor de Paraúna, Goiás, que alcançou média de 60 sacas por hectare e, de quebra, economizou na aplicação de fungicidas.

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