Os gargalos que limitam o crescimento do agronegócio

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O agronegócio brasileiro desempenha um papel crucial na economia do país, destacando-se como um dos principais setores exportadores e geradores de empregos.

Nos últimos anos, o Brasil consolidou-se como um líder global na produção de commodities agrícolas como soja, milho, carne bovina e café. Este crescimento robusto, no entanto, vem acompanhado de desafios significativos, especialmente no que tange à infraestrutura logística e na busca por profissionais especializados.

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Vale destacar que o Brasil é figura-chave em três questões globais: segurança alimentar, climática e energética. Com potencial para se posicionar como um centro de soluções globais, o país tem uma relevância significativa na luta contra a fome mundial. Em 2023, as exportações brasileiras do agronegócio bateram recorde, atingindo US$ 166,5 bilhões, representando um avanço de 64% em três anos – as exportações de produtos agrícolas somaram US$ 101 bilhões em 2020. 

Os desafios da infraestrutura logística no Brasil são diversos e complexos. O país enfrenta gargalos significativos em seus portos, rodovias, ferrovias, hidrovias e terminais, resultando em altos custos de transporte e perda de competitividade. Embora os produtores brasileiros tenham avançado consideravelmente em termos de competitividade na produção, graças à inovação, tecnologia, processos e eficiência operacional no campo, essas margens são frequentemente reduzidas pelos elevados custos logísticos.

Atualmente, a ineficiência logística pode levar a perdas consideráveis, desde a deterioração de produtos até atrasos na entrega. Além disso, o crescimento da produção agrícola está criando uma demanda crescente por capacidade de transporte, o que agrava ainda mais os desafios existentes.  

Um exemplo claro é o escoamento da produção de soja e milho, onde frequentemente se observa congestionamentos nos portos e nas rodovias durante a safra. Segundo levantamento da CNA, o custo do frete da soja no Brasil é cerca de 82% maior do que nos Estados Unidos e 46% maior do que na Argentina.  

Esses problemas não só afetam a competitividade do agronegócio brasileiro no mercado internacional, mas também impactam a inflação dos alimentos no mercado interno, resultando em produtos mais caros para o consumidor. Com 61% de toda a movimentação de carga no Brasil sendo realizada por estradas, a dependência dessa matriz predominantemente rodoviária contribui significativamente para os altos custos logísticos.  

Diante desse contexto, as perspectivas de crescimento para o setor agrícola indicam uma necessidade urgente de investimentos em infraestrutura para atender a demanda. Segundo dados da Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de Base (Abdib), o Brasil precisa, anualmente, investir R$ 242,4 bilhões, o equivalente a 2,26% do PIB, para dotar o país de uma infraestrutura de transportes e logística adequada nos quatro modais.

Mas as dificuldades do setor não se restringem à infraestrutura logística. O mercado está em busca de profissionais preparados e que consigam atender principalmente a agenda estruturante. Isto é, que sejam capazes de identificar e compreender com clareza onde a companhia deseja chegar, seus objetivos de longo prazo e traçar a estratégia que engloba investimentos, modais, armazenamento e escoamento, garantindo que a empresa alcance suas metas de crescimento de forma eficiente e sustentável. 

Diante desses desafios, o primeiro passo dos executivos nos projetos estruturantes é definir a estratégia ideal e desenhar um plano tático, analisando toda a logística e a cadeia de valor. Esse processo inclui avaliar quais recursos e investimentos serão necessários para atingir os volumes e metas pré-estabelecidos. 

A atuação vai desde a origem da produção até o escoamento nos portos, ou mesmo nas ferrovias, hidrovias ou rodovias. E abrange também a formalização de parcerias, como concessões público-privadas, fundamentais para viabilizar esses projetos. Portanto, a relação com o governo também é uma parte importante dessa agenda. 

Nesse cenário, a estratégia de capital e investimentos desempenha papel fundamental na execução desses projetos. Executivos com uma visão clara sobre como atrair e alocar investimentos para maximizar o impacto positivo na infraestrutura logística são essenciais para o sucesso do setor. 

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