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A ideia do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), de formar uma candidatura de “consenso” para a sua sucessão parece ter se concretizado. Após menos de 48h desde o anúncio oficial do apoio de Lira e o lançamento formal do nome de Hugo Motta (Republicanos-PB), o bloco em torno do favorito já reúne 324 parlamentares, com apoios formais de Republicanos, PP, PL, Federação PT, PC do B e PV, MDB e Podemos. A desistência de Elmar Nascimento (União-BA) é tida como certa e parece pouco provável que Antonio Brito (PSD-BA), candidato do partido de Gilberto Kassab, consiga levar sua pretensão até o final.
O JOTA tinha antecipado em junho que Hugo Motta era visto como o nome capaz de unir todas as forças que gravitaram nos últimos anos em torno de Lira. E em setembro, após o presidente do Republicanos, Marcos Pereira, ter desistido e apontado o deputado paraibano como candidato do seu partido o JOTA destacou que a consolidação seria questão de tempo.
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Motta só virou candidato oficialmente na manhã de terça-feira (29/10), em evento realizado pelo seu partido. Antes da formalização, foi até a residência oficial da Câmara, onde Lira oficializou o apoio ao nome do deputado do Republicanos.
A partir daí, o parlamentar emendou uma sequência de reuniões com partidos que se transformou em uma corrida das legendas para quem lhe declararia apoio primeiro.
O ápice aconteceu na noite de quarta-feira, quando Motta estava reunido com o PT e o líder do PL, Altineu Côrtes, correu para a frente da sala para que a sigla de Jair Bolsonaro declarasse antes seu apoio. O líder do partido, Altineu Côrtes (PL-RJ) tomou o cuidado de pedir para os jornalistas virarem para o outro lado para evitar falar com um banner do PT ao fundo, registre-se. O anúncio improvisado do PL veio depois de uma “bronca” de Lira, após declaração anterior do partido de que teria adiado o anúncio de endosso a Motta.
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O apoio do partido de Lula sempre foi apontado pelo JOTA como decisivo para a disputa. O aval do presidente foi dado nesta quarta-feira e a bancada se reuniu com Motta na noite do mesmo dia apenas para discutir os termos da adesão — o partido deve ficar com a primeira-secretaria (que cuida da parte administrativa da Câmara) e a relatoria da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO). O PL de Bolsonaro terá a primeira vice-presidência. O MDB também já aderiu à candidatura, quase simultaneamente.
Na quarta-feira, o presidente do União Brasil, Antônio Rueda, almoçou com o candidato de Lira e tenta convencer Elmar a desistir da disputa. União e PSD têm feito reuniões internas para debater o cenário — Elmar afirmou que irá a São Paulo se reunir com Kassab. Uma fonte próxima de Hugo Motta e ligada às negociações do bloco afirmou ao JOTA que os dirigentes dos dois partidos já acenaram ao candidato do Republicanos e devem compor com o bloco.
As eleições internas da Casa, marcadas para 1º de fevereiro, tendem a ser pouco imprevisíveis. E o Centrão deve se unificar, mais ou menos tarde.