A oração de louvor: reconhecendo Deus por quem Ele é

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Oração de louvor: cultivando um coração grato

Dando continuidade às catequeses sobre a vida de oração para bem vivermos o ano santo convocado pelo Papa Francisco, meditaremos sobre a oração de louvor. O Catecismo nos ensina no §2639:

“O louvor é a forma de oração que mais imediatamente reconhece que Deus é Deus! Canta-O por Si próprio, glorifica-O, não tanto pelo que Ele faz, mas sobretudo porque ELE É. Participa da bem-aventurança dos corações puros que O amam na fé, antes de O verem na glória.”

Reconhecendo a essência divina

A oração de louvor é o reconhecimento da essência divina. É a prece de um coração puro, que reconhece a grandeza de Deus e O louva por tudo o que Ele é: amor, compaixão, misericórdia e bondade. Diferencia-se de outras formas de oração, como a súplica, intercessão e a ação de graças por benefícios recebidos, pois se concentra unicamente no louvor, no reconhecimento da bondade divina.

O exemplo de Jesus

Jesus, em sua vida terrena, exemplificou a oração de louvor, constantemente louvando a presença e a bondade do Pai. Essa prática se reflete nas orações eucarísticas da Santa Missa, como na do ofertório: “Bendito sejais, Senhor, Deus do universo, pelo pão que recebemos de vossa bondade, fruto da terra e do trabalho humano, que hoje vos apresentamos, para nós se vai tornar o pão da vida eterna.” Nela, bendizemos e louvamos a Deus por suas dádivas.

A prática do louvor

Louvar é ter um coração puro diante de Deus, reconhecendo Sua grandeza e amor. É a oração dos simples, que, diante das bondades e adversidades da vida, agradecem, louvam e reconhecem a presença divina. É o ato de acordar e agradecer a Deus pelo dom da vida, do ar que respiramos.

Leia mais:
.:Oração de ação de graças: vivendo em gratidão
.:Intercessão: a oração que nos aproxima do coração de Jesus
.:A oração de súplica: um diálogo com Deus
.:A oração de bênção: Imitando o amor de Deus pela criação

Música e louvor

Santo Agostinho afirma que “quem canta reza duas vezes”, conforme cita o Catecismo em seu §1156. Assim, incluir músicas de fé e louvor em nosso cotidiano nos permite experimentar a alegria de um coração que louva a Deus com os lábios, com o coração, com a mente e com a alma.

O exemplo de São Francisco

O Papa Francisco nos lembra o exemplo de São Francisco de Assis, que, mesmo diante do sofrimento e das adversidades, compôs o Cântico das Criaturas, louvando a Deus pela criação, pela oração e por toda a sua vida. A oração de louvor é a oração dos bem-aventurados, dos puros de coração, que reconhecem a essência divina, independente de Suas ações.

Superando o interesse

Muitas vezes, somos interesseiros, agradecendo a Deus apenas por Suas intervenções. Esquecemo-nos de louvá-Lo simplesmente por quem Ele é: bom para mim, para você e para com todos. A oração de louvor é o reconhecimento dessa bondade, desse amor incondicional.

Deus abençoe você. Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém.

 

Padre Bruno Otenio
Membro do clero da Diocese de Guarulhos. É formado em Filosofia pela UNIFAI-SP e bacharel em Teologia pela PUC-SP. Possui uma especialização em Logoterapia e Análise Existencial pelo Instituto Gewissen. Atualmente, é mestrando em Teologia Moral na Pontifícia Academia de Teologia Moral Alfonsiana em Roma na Itália, e faz pós-graduação em Psicologia Tomista pelo Instituto de Psicologia Tomista.

Transcrito e adaptado por Jonatas Passos

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