CONFIRA ESSAS EMPRESAS
SEGURO PARA MOTORISTA DE APP
COMECE HOJE MESMO
CLASSIFICADOS
ABRIR O CATÁLOGO DE MÁQUINAS
TUDO SOBRE SEGURO DE VIDAS
ALUGUEL TEMPORADA GUARAPARI PRAIA DO MORRO ES
O IMÓVEL É UMA COBERTURA NA PRAIA DO MORRO ES LINK A BAIXO VALOR DA DIÁRIA 500R$
NÚMERO DE DIÁRIAS MINIMO 3
QUERO SABER + / CONTATO DO IMÓVEL
QUERO SABER SOBRE O CAVALO COMO COMPRAR
O melhor da web
GANHE DINHEIRO NO AIRBNB
DRA LARISSA
CONFIRA O CANAL
CONFERIR PERFIL NO LinkedIn
CONFERIR
Em parte por influência do meu pai, cuja formação incluiu um mestrado em Economia Agrária pela Universidade Federal de Viçosa (MG), um dos meus temas de estudo preferido sempre foi a economia aplicada ao Direito, Law and Economics como dizem os americanos.
Cheguei a fazer diversas matérias eletivas na Faculdade de Economia e alguns dos assuntos que me interessavam enormemente eram a Teoria dos Jogos e a Teoria dos Contratos. Foi lendo textos sobre essas teorias que me deparei com um tópico que mudou minha carreira e que pode mudar a carreira dos estudantes de Direito e dos jovens advogados: a Teoria dos Sinais.
Inicialmente discutida por Michael Spence, professor da New York University e da Stanford University, e Prêmio Nobel de Economia de 2001, a Teoria dos Sinais fala que, tendo em vista a assimetria de informações (quando uma parte tem certo conhecimento que outra não tem), os agentes podem emitir sinais para transmitir conhecimento que tenham para a outra parte buscando a redução dessa assimetria. Esses sinais têm formatos diversos, sendo opcional ao emissor como ou quando ele irá fazer essa transmissão.
Conheça o JOTA PRO Poder, uma plataforma de monitoramento político e regulatório que oferece mais transparência e previsibilidade para empresas
Essa teoria tem aplicação em variados campos da vida humana, incluindo negociação de contratos, mercado financeiro, recursos humanos e até mesmo relações afetivas (um like no Instagram, por exemplo, pode representar, intencionalmente, um sentimento mais romântico).
Dentre suas aplicações, o que mais interessa à nossa discussão sobre a Teoria dos Sinais é o artigo Job Market Signalling, de autoria do professor Michael Spence, publicado pela Oxford University Press, em 1973. Nele, o professor destaca que a contratação de um profissional seria análoga à aquisição de um bilhete de loteria, visto que não se tem certeza do resultado do processo (podendo ser um bom ou mau profissional).
Sendo assim, em função da assimetria de informações entre o candidato e o potencial empregador, resta ao primeiro sinalizar ao segundo a sua qualidade profissional no momento do processo seletivo.
Existem sinais fracos de qualidade profissional, que seriam aqueles que podem ser facilmente adquiridos pelos candidatos bons ou ruins (se vestir de forma adequada na entrevista, por exemplo), e sinais fortes de qualidade profissional, que teriam um custo maior de aquisição pelos candidatos, sendo a educação o principal deles (education credentials).
Os sinais não garantem o sucesso da contratação, visto que um candidato com educação menos qualificada, por exemplo, pode, ao final, ser um melhor profissional em relação a um candidato com melhor qualificação.
Entretanto, o valor da qualificação educacional advém da percepção de que a melhor qualificação tem correlação direta com a maior habilidade técnica, o que seria de difícil obtenção pelos candidatos ruins. Isso faz com que o sinal (educação qualificada) modifique o comportamento do potencial empregador, resultando em maior probabilidade de contratação desse candidato ou mesmo uma oferta salarial de maior valor.
Foi em função do estudo da Teoria dos Sinais no mercado de trabalho que se chegou ao fenômeno do Sheepskin Effect (efeito pele de cordeiro, em português). Na economia aplicada, o Sheepskin Effect observa que as pessoas com diploma acadêmico completo, em regra, ganham uma renda maior do que as pessoas com conhecimento equivalente, mas sem diploma.
E por qual motivo isso interessa aos estudantes de Direito ou aos jovens advogados? Em função da Teoria dos Sinais e do Sheepskin Effect, desde estudante na faculdade de Direito eu percebi que a construção de um currículo interessante seria chave para a minha empregabilidade profissional. Ademais, observei também que a profissão da advocacia é provavelmente o meio profissional não acadêmico que mais expõe o currículo ao mercado e que isso seria impactado por esses conceitos econômicos.
Assine gratuitamente a newsletter Últimas Notícias do JOTA e receba as principais notícias jurídicas e políticas diariamente no seu email
Basta fazermos questionamentos simples: quantas vezes você vai ao médico por ano e quantos desses médicos você conhece o currículo ou pediu informações sobre o currículo antes da consulta? Você já fez alguma obra em casa ou comprou um imóvel e alguma vez pediu o currículo do engenheiro envolvido?
Na advocacia, contudo, a exposição do currículo é quase unanimidade. Praticamente todos os sites de escritórios trazem essa informação (não conheço um que não traga). Quanto mais sofisticado o escritório e mais especializado o mercado, mais detalhes de currículo são expostos.
As propostas para clientes muito comumente trazem o currículo como forma de demonstrar qualificação profissional e adequação do advogado à demanda do cliente. Esse marketing ostensivo do currículo maximiza a aplicação da Teoria dos Sinais na advocacia, sendo esta aplicável não somente à empregabilidade profissional, mas à sua capacidade de gerar clientes, tornando o bom currículo um dos segredos para a geração de negócios.
Foi por esse motivo, além do interesse acadêmico obviamente, que construí de forma estratégica o meu currículo, sempre pensando em como sinalizar aos meus potenciais empregadores e ao mercado, a qualificação técnica diferenciada em relação aos demais candidatos ou concorrentes, maximizando minhas chances de sucesso.
A construção de um currículo sólido, que no meu caso incluiu, principalmente, o mestrado na Universidade de São Paulo (USP), LLM em Stanford (EUA), e aprovações no Bar de New York e no Exame de Solicitors da Inglaterra, leva décadas e, na minha visão pessoal, não termina até a aposentadoria.
Mesmo depois de mais de 23 anos de profissão, tenho um doutorado em Energia na USP em andamento e considero fazer Visiting Scholar no exterior e ainda um MBA. Se eu tenho energia depois dos 46 anos de idade para tanto, por que você, lendo esse artigo, não teria?! Portanto, diante da constatação inquestionável da aplicação da Teoria dos Sinais na advocacia, pergunto aos estudantes de Direito e aos jovens advogados: o que você faria hoje pelo seu currículo para maximizar suas chances de sucesso no futuro?