PEC 6×1 tem pouca chance de aprovação, mas tema não deve desaparecer

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A eventual PEC liderada pela deputada Erika Hilton (PSOL-SP) para eliminar a jornada de trabalho 6×1 não possui chances significativas de avançar no Congresso, na avaliação do JOTA. Porém, a pressão nas redes sociais está crescendo e deve demandar alguma resposta política.

Essa não era uma pauta do Executivo, tanto que o ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, foi às redes sociais dizer que essa é uma questão para ser negociada em acordos coletivos e sindicatos. Porém, após as declarações, Marinho recebeu em torno de 98% de respostas negativas.

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A ala mais à esquerda do PT começou a aderir ao projeto, como Lindbergh Farias (PT-RJ) e até José Guimarães (PT-CE), que disse apoiar a ideia como deputado, não em seu papel de líder do Governo na Câmara. O deputado Reginaldo Lopes (PT-MG), na outra ala do partido, defendeu atrelar o tema a uma PEC de sua autoria, com redução de jornada de 44 horas para 40 e 36 horas.

O debate ganhou força nas redes nos últimos dias e se tornou o tema político que teve mais impacto nas redes nos últimos seis meses, com exceção das eleições municipais. A direita começou com movimentos muito fortes contrários à proposta no ambiente digital, apontando o risco de desemprego e de custos para as empresas, mas também começa a sentir que o tema ganha tração e merece atenção.

A própria configuração de forças no Congresso e a pressão das empresas torna pequena a chance de uma PEC sobre esse tema ser aprovada. O assunto, porém, não vai sumir e pode voltar com outra roupagem, seja pela direita, mirando custos trabalhistas, seja por iniciativas do próprio governo, que pode ver em uma pauta nascida da esquerda a chance de se reconectar com trabalhadores.

Nikolas Ferreira (PL-MG), embora tenha criticado a PEC por prever escala 4×3, falou sobre o sofrimento dos trabalhadores e defendeu mudanças, como contratação por 20 horas ou 40 horas, desoneração da folha de todos os setores ou incentivos fiscais para empresas que adotarem escalas menores.

Lula, que viu fracassarem suas tentativas de apelar a trabalhadores por aplicativo, ainda não se manifestou sobre o tema, ainda que tradicionalmente   tenha defendido jornadas menores. A PEC pode não ser o veículo que levará essa pauta adiante, mas é um assunto que entrou no radar dos políticos dos dois lados.

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