A importância do acesso a medicamentos para câncer de mama e de próstata

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Outubro Rosa e Novembro Azul são campanhas fundamentais para conscientização sobre a prevenção ao câncer de mama e de próstata, respectivamente. O câncer de mama é o tipo mais comum entre as mulheres e é a principal causa de morte por câncer entre a população feminina no Brasil. Já o câncer de próstata responde por 29% dos casos da doença em homens e é o segundo mais mortal para a população masculina.

Com a estimativa da Organização Mundial da Saúde (OMS) de aumento do número de casos de câncer nos próximos anos, é fundamental falar em prevenção – até porque, segundo a OMS, para cada R$ 1 investido em prevenção, outros R$ 4 deixam de ser gastos com tratamento. Além da prevenção, também é preciso discutir alternativas para reduzir os custos e democratizar o acesso ao tratamento.

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Medicamentos contra o câncer podem ter valores muito elevados, especialmente quando envolvem tecnologias inovadoras. De acordo com um estudo recente do Observatório de Oncologia, o tratamento para o câncer de mama HER-2 positivo no estágio IV, por exemplo, pode ultrapassar os R$ 230 mil, o que o torna inacessível para a maioria dos brasileiros, além de oneroso para planos de saúde e para o Sistema Único de Saúde (SUS).

Esse impacto financeiro pode ser reduzido significativamente com medicamentos genéricos, similares e biossimilares, que entram no mercado após a expiração da patente do produto de referência e têm a mesma qualidade, segurança e eficácia. Essas opções não beneficiam apenas os pacientes, mas também reduzem os gastos do SUS, contribuindo para um sistema de saúde mais sustentável e universal.

No caso do câncer de mama, há diferentes tratamentos, que variam de acordo com o estágio da doença e as características biológicas do tumor. Podemos citar como exemplo o Trastuzumabe, que é distribuído pelo SUS e indicado para câncer de mama HER-2 positivo, uma forma agressiva da doença. No início de 2018, quando ainda não havia biossimilares no mercado, o Ministério da Saúde pagou R$ 1.293,10 por cada ampola de 150mg do Trastuzumabe. Em 2024, o valor foi de R$ 238 por ampola de 150mg de um biossimilar do Trastuzumabe.

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Assim, quando analisamos os contratos de compra do medicamento pelo Ministério da Saúde, fica claro como os biossimilares permitem que o tratamento chegue a mais pacientes. Há outros exemplos que se encaixam no mesmo cenário, como o Tamoxifeno, usado na terapia hormonal para câncer de mama, o Anastrozol, para tratamento da doença em mulheres na pós-menopausa, o Bicalutamida e o Abiraterona, ambos indicados para pacientes com câncer de próstata em estágio avançado. Todos têm versões genéricas e similares amplamente comercializadas no país.

A economia que esses medicamentos proporcionam é de extrema importância, especialmente quando consideramos que o SUS gastou R$ 3,9 bilhões com pacientes com câncer em 2022, segundo o Observatório de Oncologia. Desse total, cerca de 77% (R$ 3 bilhões) foram destinados a tratamentos ambulatoriais, como quimioterapia, radioterapia e hormonioterapia. Ou seja: a maior parte dos gastos é com medicamentos. O valor médio de cada procedimento aumenta conforme o estágio em que a doença é diagnosticada, de acordo com o levantamento.

No caso do câncer de mama, por exemplo, o gasto médio com uma paciente em estadiamento 1 (início do tumor sem comprometimento linfático) foi de R$ 134,17. O valor saltou para R$ 809,56 no estadiamento 4 (estágio tardio, quando o câncer se espalhou para outros órgãos ou todo o corpo). Já o tratamento de quimioterapia para o câncer de próstata variou de R$ 326,58 no estadiamento 1 para R$ 474,02 no estadiamento 4. Os gastos seriam infinitamente maiores se não existissem os medicamentos genéricos, similares e biossimilares.

A conta é simples: quanto mais caro, menos pessoas têm acesso aos tratamentos e chances de cura. Por isso, nesses dois meses de conscientização sobre o câncer de mama e de próstata, é essencial que gestores da área de saúde, médicos e a sociedade em geral reconheçam a importância de apoiar e incentivar o uso de alternativas terapêuticas que ampliam o acesso a tratamentos essenciais, para garantir a qualidade de vida e o bem-estar dos pacientes.

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