Eleitores sinalizam por renovação e preferem 2026 sem Lula e Bolsonaro, mostra pesquisa

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A maioria dos brasileiros, seis em cada dez (58%), acredita que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deveria indicar um sucessor em vez de disputar a reeleição em 2026, considerando que terá 81 anos. Apenas 21% defendem uma nova candidatura de Lula, apesar dele liderar todos os cenários simulados contra possíveis adversários em 2026. Os números fazem parte do estudo realizado pela consultoria de opinião Instituto França, divulgado nesta quinta-feira (14/11).

No Nordeste, seu reduto mais forte, o apoio à sua continuidade é mais expressivo, mas em outras regiões, especialmente no Sudeste e Centro-Oeste, cresce a preferência por uma nova liderança no campo político de Lula.

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Quando perguntados se o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), mesmo inelegível, deveria ser candidato ou indicar outro nome, 54% dos entrevistados acham que ele deveria indicar um sucessor, enquanto 15% acreditam que Bolsonaro deveria insistir em ser o candidato de qualquer forma.

Sem Lula e Bolsonaro

Na ausência de Lula e Bolsonaro nas urnas, os cenários são mais abertos e refletem um desejo por renovação entre os eleitores de ambos os espectros políticos.

Se Lula decidir não disputar a reeleição em 2026, Geraldo Alckmin é o nome preferido entre os eleitores que defendem a indicação de um sucessor, com 17,6% das intenções. Em seguida, aparecem Simone Tebet (11,1%) e Fernando Haddad (10,3%). Guilherme Boulos fica em quarto lugar com 3,4%, seguido por Paulo Pimenta (2,7%), Flávio Dino (2,4%), Rui Costa (2,1%), Camilo Santana (1,9%) e Márcio Macedo (1,2%). Uma parcela expressiva de 30,9% dos entrevistados não soube ou preferiu não indicar um nome.

Entre os nomes que Jair Bolsonaro deveria indicar como sucessor, Tarcísio de Freitas se destaca como o nome natural para ocupar o espaço de Bolsonaro, com 22,1% das menções. Em seguida, aparecem Pablo Marçal (11,4%), Michele Bolsonaro (9,3%) e Nikolas Ferreira (8,1%). Romeu Zema conta com 4,8% das preferências, seguido por Ronaldo Caiado (3,4%), Damares Alves (1,2%) e Flávio Bolsonaro (0,7%). Uma fatia de 32,5% dos eleitores não soube ou preferiu não indicar um nome.

Cenários estimulados

Em um cenário eleitoral simulado com uma direita fragmentada, Lula lidera com 28,9% das intenções de voto, seguido de Bolsonaro com 25,2%, destacando a polarização entre os dois. Em terceiro lugar, Pablo Marçal aparece com 7,4%, seguido por Ciro Gomes com 6,6%. Outros nomes incluem Romeu Zema e Sérgio Moro (ambos com 4%), Ratinho Jr. (1,9%) e Ronaldo Caiado (1,4%).

Em um cenário onde Lula é confrontado apenas à direita por Tarcísio de Freitas e Pablo Marçal, Lula amplia sua vantagem, alcançando 36,6% dos votos. Tarcísio de Freitas obtém 24,93%, enquanto Pablo Marçal registra 18,6%. Os votos em branco e nulos somam 11,5%, e os indecisos representam 8,4%.

Willian Franca, CEO da consultoria, destaca que, apesar do desejo de renovação entre os eleitores, os nomes de Lula e Bolsonaro ainda têm um forte recall e permanecem como referências centrais na percepção do eleitor, inclusive com alta capacidade de transferência de votos para eventuais sucessores. No entanto, a ascensão de uma nova figura, como Pablo Marçal, pode mudar essa dinâmica.

Isso pode acontecer, segundo França, porque Marçal tem o potencial de atrair votos de ambos os lados, tornando a disputa mais imprevisível. Esse cenário é semelhante ao que ocorreu nas eleições municipais de São Paulo, onde o crescimento de Marçal desestabilizou as expectativas tradicionais, resultando em uma competição mais aberta e acirrada até o final da apuração.

Sobre o levantamento

O Instituto França entrevistou, por telefone, 1.654 brasileiros com mais de 16 anos em todas as regiões do país, entre os dias 4 e 13 de novembro de 2024, com uma margem de erro de 2,4 pontos percentuais e um intervalo de confiança de 95%.

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