Inadimplência cresce e 73 milhões de pessoas não conseguem pagar as contas, mesmo com renda em alta e menos desemprego

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Os brasileiros estão cada vez mais endividados e, no mês de outubro, de acordo com uma pesquisa da Serasa Experian, 73 milhões e 100 mil consumidores não conseguiram pagar as contas. O índice de inadimplência cresceu pelo segundo mês consecutivo e representa o segundo maior da série histórica, perdendo apenas para o registrado no mês de abril deste ano – 73,4 milhões. Esse tipo de pesquisa começou a ser feito em 2016.

CONTRADIÇÃO: MENOS DESEMPREGO, MAIS DÍVIDAS

Os números retratam uma contradição no cenário político atual: o endividamento se mantém elevado mesmo com a queda brusca no índice de desemprego e na melhoria da renda.

A disparada dos preços de produtos, principalmente, que chegam à cozinha dos brasileiros, a elevada taxa básica de juros e a enxurrada de apostas nos jogos online podem ser apontados entre os principais fatores para os brasileiros deixarem de pagar as contas.

O economista da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), Fabio Bentes, considera que “Independente do indicador utilizado, sejam dívidas em atraso, seja a capacidade de pagamento, houve uma tendência de alta da inadimplência no curto prazo’’.

Outro dado que chama atenção: o índice de famílias com dívidas pendentes há mais de 90 dias avançou em outubro, se comparado com o mês de setembro, atingindo mais da metade (50,4%) do total de endividados. Segundo a CNC, esse é o maior resultado desde fevereiro de 2018.

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