PCdoB vai ao STF contra a concessão de cemitérios em São Paulo

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O Partido Comunista do Brasil (PCdoB) ajuizou nesta segunda-feira (18/11) uma ação no Supremo Tribunal Federal (STF) para contestar a concessão da gestão de cemitérios e crematórios municipais de São Paulo à iniciativa privada. Na ADPF 1.196, o partido argumenta que a privatização resultou em aumentos abusivos dos preços dos serviços funerários.

O PCdoB pede a declaração de inconstitucionalidade do artigo 1º da Lei 17.180/2019, e do artigo 9, inciso VI, da Lei 16.703/2017, que disciplinam as concessões de cemitérios e crematórios públicos no âmbito do Plano Municipal de Desestatização (PMD). A legenda sustenta que a Lei Orgânica do Município de São Paulo define a gestão do serviços funerários e cemiteriais como “típicos serviços municipais”. Leia a íntegra da petição inicial.

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Para o partido, as normas violam o direito à dignidade humana ao permitir a exploração comercial de pessoas em momentos de fragilidade emocional.

“A privatização dos serviços funerários e cemiteriais, tem levado a exploração comercial desenfreada, pelas empresas que receberam a concessão do Poder Municipal, nos piores momentos da vida das pessoas que perdem seus entes queridos. Preços extorsivos dão a tônica do que tem sido o calvário de quem precisa sepultar um familiar, um amigo, sobretudo para os mais pobres, que na prática não tem acesso aos serviços destinados a pessoas de baixa renda”, afirmou na petição.

A sigla solicitou liminar para suspender a eficácia dos dispositivos e as manifestações da Procuradoria-Geral da República (PGR) e da Prefeitura de São Paulo sobre os serviços prestados pelas quatro empresas que administram os cemitérios: Consolare, Cortel SP, Grupo Maya e Velar SP. O caso será relatado no STF pelo ministro Flávio Dino.

Em 2023, 22 cemitérios e um crematório de São Paulo passaram a ser geridos por essas quatro empresas. As concessões durarão 25 anos e os serviços devem ser  fiscalizados pela SP Regula. Na última semana, vereadores da Câmara Municipal de São Paulo (CMSP) defenderam a extinção dos contratos de concessão, após uma série de relatos de preços abusivos e negligência nos serviços funerários. Foram convocados pela CMSP, o diretor-presidente da SP Regula, João Manoel da Costa Neto, e representantes de duas empresas para se explicarem sobre as denúncias.

Segundo um levantamento do Sindicato dos Servidores Municipais de São Paulo (Sindsep), os preços para a realização de funerais chegaram a triplicar em metade dos cemitérios paulistas após a concessão. Antes da privatização, o custo total de um pacote de para enterro de uma pessoa era de R$ 428,04, na categoria popular; R$ 863, na padrão e R$ 1.507,32, na luxo. Após a concessão, os valores passaram para R$ 1.494,14; R$ 3.408,05; e R$ 5.737,25, respectivamente.

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