No mundo atual, a percepção das dificuldades não pode mais se dissociar do remanejamento dos quadros funcionais.
Pensando mais a longo prazo, a percepção das dificuldades possibilita uma melhor visão global dos métodos utilizados na avaliação de resultados.

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Assim mesmo, a complexidade dos estudos efetuados ainda não demonstrou convincentemente que vai participar na mudança dos métodos utilizados na avaliação de resultados.

Audiência pública do STF traz novo fôlego para discussão de vínculo empregatício

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As plataformas que intermedeiam o trabalho de motoristas e entregadores têm trabalho extra agora que foi encerrada a audiência pública no Supremo Tribunal Federal (STF) que tratou da discussão sobre vínculo empregatício. Até que o processo seja julgado, as empresas precisam levar mais informações aos demais integrantes do STF, já que o relator do processo que motivou a audiência — Luiz Edson Fachin — já indica o caminho que deve adotar no seu voto: a favor da existência do vínculo.

Desde que foi marcada a audiência, as plataformas já esperavam que não seria um ambiente fácil, ao contrário, esperavam um cenário hostil. E a mera escolha dos participantes da audiência já indicava isso para as empresas. Além disso, a convocação da audiência pública significava o adiamento de uma definição do STF sobre o tema — e quanto mais o tempo passa, mais desgaste e insegurança para as empresas.

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No segundo dia, a programação foi quase que inteiramente composta pela presença de professores e acadêmicos que foram praticamente unânimes ao entender que não se trata de trabalho autônomo, como as empresas defendem. Para professores e acadêmicos, trata-se de um trabalho precarizado, com jornadas extenuantes, riscos como de acidentes, roubos e morte e um controle excessivo das plataformas, na chamada subordinação algorítmica, no qual o aplicativo define quem pega as corridas e chega até controlar o número de frenagens dos carros, e aplica punições e sanções aos motoristas, que têm alto índice de desistência de corridas.

A avaliação depois de dois dias de manifestações é de que as empresas perderam um espaço que já tinha sido conquistado antes da audiência. O Projeto de Lei Complementar (PLP) 12/2024, apresentado pelo próprio governo Lula, partia do pressuposto de que não existe vínculo empregatício. A discussão, contudo, na audiência pública, dá a impressão de que se voltou à estaca zero.

Apesar disso, Fachin tem sido uma voz destoante nas chamadas reclamações que tratam de reconhecimento de vínculo empregatício. O impacto econômico de uma eventual decisão que reconheça o vínculo talvez tenha sido o principal trunfo das empresas e que pode ser levado em consideração no julgamento do Supremo. Poderia representar uma perda de R$ 33 bilhões no PIB e redução de R$ 2 bilhões em arrecadação, de acordo com estudo encomendado pela Associação Brasileira de Mobilidade e Tecnologia (Amobitec) e realizado pela consultoria Ecoa.

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