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Entre os pré-candidatos da esquerda em Belo Horizonte, a deputada federal Duda Salabert (PDT) é a única que bate o pé sem margem para negociações: vai disputar a prefeitura da cidade e se considera a pessoa mais bem posicionada para liderar uma frente progressista. E busca apoios no centro. Quem sabe, até na direita. O JOTA publica de segunda-feira (8/4) a sexta-feira desta semana (12/4) uma série de entrevistas com os pré-candidatos a prefeito de Belo Horizonte.
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Professora de história do ensino médio e primeira transexual eleita para a Câmara Municipal da capital mineira, logo com a maior votação da história para o cargo, Duda se tornou também a mulher mais votada da história de Minas Gerais para a Câmara dos Deputados em 2022.
Ela recebeu menos votos apenas que Nikolas Ferreira (PL), recordista nacional. E não se impressiona: diz que Belo Horizonte é uma cidade progressista e que, pela prefeitura, bateria Nikolas ou o pré-candidato bolsonarista, o deputado estadual Bruno Engler (PL). Atribui a votação do rival ao voto casado com Bolsonaro.
Para a prefeitura, o jogo seria outro. Duda aponta seu histórico na aprovação da lei municipal de dignidade menstrual e “projetos estruturantes” para de mobilidade urbana, meio-ambiente e educação. Diz que sua atuação a distingue, aos olhos dos eleitores, pelas bandeiras, coragem e imunidade a “conchavos”.
Sem padrinhos, conversa com o ex-prefeito Alexandre Kalil, com quem fez parceria em seus tempos de vereadora, e conta com o apoio do PDT, que segundo ela vê em sua candidatura uma rara chance de vencer em capital este ano.
Leia a entrevista com Duda Salabert, pré-candidata a prefeita de Belo Horizonte
A senhora é, de fato, pré-candidata à Prefeitura de BH ou há chance de uma composição com outras forças de esquerda?
Há duas questões importantes. Primeiro, o PDT decidiu que vai lançar a candidatura própria em Belo Horizonte e me convidou para que eu representasse o partido na eleição municipal deste ano. E um segundo ponto, importante também, é de que todas as pesquisas que foram até agora divulgadas colocam o meu nome em primeiro, segundo ou terceiro lugar. Ou seja, há um desejo do partido e da população de Belo Horizonte para que meu nome dispute as eleições municipais deste ano. Então, não há chance nenhuma, há uma chance zero de compor, de a gente retirar nossa candidatura para apoiar a outra.
Belo Horizonte é uma das cidades com o quadro, mais difuso, com maior número de candidatos, à esquerda, ao centro e até à direita. Já que a senhora diz que o PDT não vai retirar sua candidatura, a senhora tem negociado para buscar apoios à esquerda ou ao centro, à sua candidatura?
A gente tem dialogado com os partidos do nosso campo progressista, da esquerda, como também do centro. A gente está tentando articular uma grande frente progressista na cidade. Esses diálogos vêm acontecendo e a gente tem que aguardar as pesquisas que serão cruciais para que essas composições se formalizem ou não.
A senhora poderia falar algum dos partidos que a senhora está negociando?
Não se trata necessariamente a palavra negociação. A gente tem conversado para construir um programa de cidade e também uma possibilidade de unificação no primeiro ou no segundo turno. Então a gente já tem conversado com a Federação PSOL-Rede, já fizemos esse diálogo. Começamos também com o próprio PT, temos procurado para conversar. Não fizemos a conversa formal ainda, mas já nos procurou para conversa. Então são inicialmente esses partidos que a gente tem uma aproximação maior. Mas outros partidos, por uma questão estratégica não vou citar nomes, mas outros partidos de centro e também até mesmo de direita já nos procuraram para a gente fazer algumas conversas.
Com a candidatura do prefeito e com a dianteira da direita em várias pesquisas, essa dispersão da esquerda não faz com que o campo de esquerda corra o risco de ficar fora do segundo turno?
Não. Na verdade, em todas as pesquisas que surgiram até agora, o meu nome aparece como o nome que vai para o segundo turno. Então não teve nenhuma pesquisa até agora que o meu nome não apareceu como um cenário forte para o segundo turno. Então a gente tem certeza de que o ideal é que as candidaturas se unam. Mas se não o fizer em primeiro turno, façamos em segundo. Estou repetindo, todas as pesquisas que foram até agora divulgadas com nomes que de fato serão candidatos, o meu nome aparece em primeiro ou segundo lugar. Então não é um obstáculo, não.
Quando chegar a eleição, quais serão seus principais argumentos?
Primeiro: nós temos uma história de construção de políticas públicas substanciais na cidade. Por exemplo, a política de dignidade menstrual, que garantiu a distribuição gratuita de absorventes em todas as escolas municipais da cidade, foi construída por mim. Além disso, tivemos várias construções na área de direitos humanos que redundaram não só no fato de eu ter sido a pessoa mais votada da historia do parlamento municipal, mas também a deputada federal mais bem votada da história de Minas Gerais. Mas também, para além disso, nós temos projetos estruturante para questões de mobilidade urbana, meio-ambiente e também educação, que é o campo no qual eu sempre atuei , por ser professora. Então, as pessoas têm intenção de votar em mim pelas bandeiras que carregamos e, mais do que isso: porque sabem que nós temos coragem de colocar esse projeto pra ser executado e não temos conchavo nenhum com a máfia do ônibus, não temos conchavo nenhum com os setores fisiológicos da cidade. O que nós queremos é mudanças profundas e estruturais na capital. Eu fui eleita vereadora e deputada federal, primeiro, discutindo temas estruturantes, para o município e para o país, mas também fazendo uma campanha diferente, sem imprimir nenhum santinho, nenhum panfleto, nenhum adesivo, nada. Uma campanha lixo zero. Então, se eu for candidata à prefeitura, repetirei a mesma dinâmica, de mostrar que é possível chegar ao segundo turno e que é possível vencer uma eleição fazendo uma campanha respeitando os candidatos, a oposição; e, segundo, respeitando o meio ambiente; e terceiro, respeitando o cidadão, já que nós vamos propor questões estruturantes para a cidade. Não vai ser uma campanha que vai discutir temas meramente ideológicos. Vai ser uma campanha que vai buscar trazer alternativas para que Belo Horizonte possa voltar a crescer, gerando emprego, renda e respeitando o meio ambiente.
A senhora falou sobre a sua experiência na educação. Quais são as suas propostas para a educação de Belo Horizonte?
Primeiro, eu sou professora há 20 anos e nesses 20 anos, durante 15 anos eu dei aula naquela que é considerada a melhor escola do Brasil. E não há outro projeto para a educação que não seja valorizar os profissionais da educação. Então… eu tenha que tomar alguns cuidados na entrevista, para não soar como uma campanha antecipada. Mas o que eu posso dizer é que o que eu sempre carreguei como proposta principal na minha atuação política é a valorização dos profissionais da educação. Esse é o principal aspecto. E se um dia eu for prefeita da cidade, Belo Horizonte com certeza vai figurar entre as capitais que mais valorizam o profissional da educação.
E qual é o principal problema de Belo Horizonte que a senhora acha que precisa ser resolvido?
Bom, nós temos três grandes problemas. O primeiro é no que se refere à insegurança alimentar. Dados oficiais do próprio governo mostram que cerca de 13% das famílias de Belo Horizonte estão num grau de insegurança alimentar grave, o que significa crianças passando fome. Então, nós temos que criar uma política pública para combater a fome em Belo Horizonte, que é uma realidade, segundo dados oficiais do próprio governo. Um segundo ponto é moradia. A população em situação de rua em Belo Horizonte, nos últimos oito anos, aumentou 190%. E nós temos 20 imóveis abandonados ou vazios pra cada pessoa em situação de rua. O que mostra a urgência de, primeiro, fazer uma política habitacional séria na cidade, e segundo, essa política habitacional vir acompanhada por uma reforma urbana. E um terceiro ponto que eu acho sério, é o trânsito de Belo Horizonte. Belo Horizonte tem hoje o segundo pior trânsito do Brasil. E isso muito se deve ao fato de que os últimos prefeitos não construíram uma política de mobilidade urbana substancial para a cidade e, além disso, as últimas gestões tiveram diretamente escravas da máfia do busão. Esses três pontos eu citaria como pontos mais emergenciais.
A senhora falou sobre moradia. Belo Horizonte, segundo o censo, teve uma redução de população. Uma das explicações dadas é o custo da moradia. Alguns pré-candidatos falaram sobre a necessidade de mudar o plano diretor, de incentivar construções. Outros falaram em ocupar o centro, retrofit. A senhora considera que a saída está em novas construções?
A saída não está, necessariamente nisso. Está, em ocupar mais esses imóveis. Na verdade, nós temos que defender o plano diretor de Belo Horizonte. E, infelizmente, esse plano vem sendo atacado não só pelo presidente da Câmara, Gabriel Azevedo (MDB), como também pelo prefeito Fuad Noman. Ambos atuaram juntos para atacar o plano diretor e, com isso, esvaziar a política, o fundo municipal que garantiria uma política robusta de habitação na cidade. Isso mostra que esses nomes estão a serviço das construtoras voltadas para a elite, e não para a população mais pobre, que é quem mais sofre com a falta de moradia. Então, defender o plano diretor é defender uma política habitacional séria da cidade. Mas, infelizmente, esse plano tem sido desmontado.
O prefeito, entre outras coisas, falou que está tomando iniciativas para que prédios ociosos no centro sejam ocupados. A senhora enxerga que isso não é verdade? Ou que não é prioridade, pelo menos?
Não é uma prioridade do prefeito. Nunca foi. Inclusive, quando o secretário de Política Habitacional do Governo Federal esteve aqui em Belo Horizonte, ele não foi recebido pelo prefeito Fuad Noman, mas por mim, que levei esse secretário a duas ocupações na cidade. E mostrei para ele alguns prédios. Prédios abandonados e vazios. E a urgência de fazer o chamado retrofit nesses espaços.
A senhora citou o seu desempenho eleitoral. Na eleição em que foi a pessoa mais votada em Belo Horizonte, a senhora teve 27% de votos a mais que Nikolas Ferreira, com quem a senhora teve vários choques. Já na eleição para a Câmara dos Deputados em 2022, ele teve seis vezes mais votos que a senhora. A que a senhora atribui esse movimento à direita de Belo Horizonte? E segundo: como vencer nessa polarização?
A gente não pode olhar a última eleição para deputado federa, sem considerar a série de eleições que antecedem essa. Então, na verdade, Belo Horizonte é uma capital progressista. Basta ver os últimos prefeitos. Nós tivemos aqui Célio de Castro, Patrus Ananias, Alexandre Kalil, Fernando Pimentel, entre outros. Então, Belo Horizonte tem no seu DNA o caráter progressista. E esse histórico está em sintonia com a minha pré-candidatura e possível candidatura. Basta ver que eu tenho figurado entre as três primeiras colocações em todas as pesquisas que foram até agora divulgadas. O fato de o deputado Nikolas ter tido uma votação maior que a minha se deve única e exclusivamente ao fato de que quem votou no Bolsonaro votou nele.
Ele teve 22% dos votos em Belo Horizonte. A senhora teve 7%, que também é um valor muito expressivo para proporcional…
Eu sou a deputada federal mais bem votada da história de Minas Gerais. Esse é o ponto. Então, há o que se dizer: ele é o deputado federal mais bem votado. Eu sou a deputada federal mais bem votada. E, além disso, há o que se dizer que estava num contexto em que eu não era a candidata do Bolsonaro e nem era a candidata do Lula. Eu fiz campanha sozinha aqui em Belo Horizonte e mesmo assim tive uma votação histórica e louvável. E se o Nikolas disputasse para a prefeitura, eu ganharia dele sem nenhum problema. Eu tenho a menor dúvida de que se vier Nikolas ou Bruno Engler para a prefeitura, que eu ganho as eleições deles. Porque eu confio nesse fato de que Belo Horizonte é uma cidade equilibrada, progressista e não propensa a extremismos. Na verdade, a última eleição foi algo pontual, ligado a questões da polarização nacional. Basicamente isso.
A senhora tem alguma coisa já mais estruturada, pensada para a saúde? O que é necessário melhorar na saúde de Belo Horizonte?
Eu acho que, primeiro, nós temos que entender e operar com um conceito que nunca foi utilizado na política pública de Belo Horizonte, que é o conceito de saúde única. Entendendo que as saúdes humana, animal e ambiental, sempre estão articuladas. E que negligenciar uma saúde impacta diretamente em outra. Então, por exemplo, o que a gente tem visto aqui em Belo Horizonte é um prefeito motosserra, com uma postura negacionista no ponto de vista climático, que tem cortado centenas de árvores por mês.
A senhora não se refere apenas ao Stock Car?
Não só ao Stock Car. Belo Horizonte, infelizmente, nos últimos anos, tem batido recorde no corte de árvores. E, quando ele faz esse tipo de atitude, amplifica e aumenta a temperatura da cidade. E isso torna o ambiente propício para a propagação do mosquito da dengue, que se reproduz, sobretudo, em altas temperaturas. Então, nada adianta o prefeito investir muito em alguns aspectos da saúde humana e desconsiderar, por exemplo, a saúde animal. Em Belo Horizonte, anos atrás, morreram mais pessoas de leishmaniose do que de dengue. Não pegando este ano especificamente, mas outros anos anteriores. O que mostra a importância de tratar da saúde animal também. Então, nós vamos discutir a cidade com essa importância de interligar a saúde humana, animal e ambiental, que é o que a própria OMS defende. E ao articular essas três saúdes, nós podemos fazer uma outra concepção de política pública em Belo Horizonte.
Em relação ao desenvolvimento econômico da cidade, a senhora considera que Belo Horizonte está encontrando uma nova vocação econômica no turismo, nos serviços, ou que é preciso que a prefeitura aja para que outras áreas sejam também desenvolvidas?
Belo Horizonte tem um potencial para o turismo gastronômico ímpar e que é pouco explorado pelo prefeito e pela atual gestão. A gente poderia estar discutindo, por exemplo, valorizar os bares. Nós somos a capital nacional dos bares, e a gente percebe pouco incentivo da prefeitura para o setor de bares e restaurantes. Para além disso, nós temos o melhor espaguete do mundo, que é o espaguete do Bolão, nós temos a melhor empada do planeta, que é a empada de jiló, do Mercado Central, e nós percebemos que o prefeito não dá nenhum tipo de incentivo ou estímulo para nacionalizar essa gastronomia, para nacionalizar esse setor. Então, o setor de serviço, que é quem sustenta Belo Horizonte economicamente, foi alijado dos incentivos da capital. E se um dia eu tiver a sorte de ser prefeita de Belo Horizonte, nós vamos manter um íntimo diálogo com o setor de serviço, de bares e restaurantes, para poder mostrar que esse setor é fundamental, para o crescimento da cidade e sobretudo do turismo gastronômico.
A senhora participou ativamente do Carnaval de Belo Horizonte. O prefeito deu como exemplo de sucesso, que pode ser replicado, o próprio Carnaval. Ele não atribuiu esse sucesso diretamente à prefeitura. Disse isso após a inauguração de um centro de atendimento ao turista no Mercado das Flores, no Centro. Como a senhora vê essa posição dele, de que já está havendo um sucesso na nacionalização do turismo em Belo Horizonte?
Na verdade, o carnaval de Belo Horizonte se torna um dos maiores do Brasil, não devido a incentivos da prefeitura, e apoio da prefeitura. Se deu ao fato de que os blocos de Carnaval da capital se organizaram na última década, e a cada ano que passa, a gente torna esse Carnaval um dos carnavais mais bonitos do país. Somente nesse último ano, que é um ano eleitoral, nós tivemos essa briga entre o prefeito de Belo Horizonte e o governador de Minas, tentando disputar qual dos dois é o pai do Carnaval de BH. Sendo que, na verdade, o pai desse Carnaval é o próprio povo que construiu, na última década, esse Carnaval. Então, nós não podemos, olhar o Carnaval de hoje, descolado dos carnavais anteriores. Porque, a cada ano que passa, ele vai crescendo, devido à articulação e mobilização popular. E penso eu que a prefeitura ajudou, como o governo do estado, mas de forma tímida. Nós poderíamos incentivar esses blocos de Carnaval, para que eles se organizem o ano inteiro, e gerem renda o ano inteiro, por meio de eventos, por meio de produção, no caso das escolas de samba, no que se refere à produção de carros alegóricos e de fantasia. Ali, se você der um apoio para esses carnavalescos durante o ano, a economia vai girando durante o ano todo, gerando emprego, renda. Mas, infelizmente, a prefeitura e o governo do estado só lembram do Carnaval em fevereiro. E eu sou contrária a essa posição. Eu acho que nós temos que apoiar os carnavalescos, e os blocos de Carnaval, e as escolas de samba, durante o ano inteiro, porque elas têm o potencial de gerar economia na capital.
Essa é uma eleição em que muitos candidatos vão ter um padrinho, seja Lula ou Bolsonaro. E é possível que tenhamos o presidente da Câmara e o prefeito concorrendo. Como a senhora considera fazer uma campanha sem esses padrinhos e sem essas máquinas? E o governador Zema tem algum papel, alguma influência nessa disputa?
Primeiro, de trás para frente, eu acho que o governador Romeu Zema, tem um papel relevante nas eleições deste ano. Basta ver que a última pesquisa que foi divulgada agora mostrou que ele é mais bem avaliado na capital do que o presidente Lula. Então, ele é um nome sem dúvida relevante nessa eleição. Ele é um eleitor importante. Especificamente sobre a minha candidatura, a gente tem conversado com alguns outros nomes. Por exemplo, amanhã eu tenho um almoço com o ex-prefeito Alexandre Kalil, que também tem um papel relevante.
O ex-prefeito Kalil tem se mantido distante do prefeito Fuad. A senhora acha que é possível atraí-lo para a sua candidatura?
Eu acho que primeiro eu vou conversar com ele no sentido de troca de experiências para que ele me apresente alguns desafios e também alguns cenários sobre o que é a prefeitura de Belo Horizonte. Eu acho importante essa troca de experiência. E lógico que ele também é um nome relevante para essa eleição e quem sabe, futuramente a gente possa caminhar juntos. Eu tive um espaço muito grande quando ele era prefeito. A gente construiu muita coisa interessante em termos de política pública. Mas o fato dos padrinhos ou madrinhas políticas é algo importante, mas acredito que não é o mais importante numa eleição. Vamos lembrar que o governador Romeu Zema, por exemplo, foi eleito sem um grande padrinho político.
Sobre isso, a senhora, quando saiu do PSOL, reclamou de falta de prioridade, de estrutura. No PDT, a senhora sente que tem esse apoio, essa estrutura, e havendo esse apoio, é suficiente o PDT para fazer a campanha?
O PDT tem apoiado o nosso nome e pretende colocar a estrutura do partido nessa candidatura que vai assumir um protagonismo dentro do próprio partido. Nós vamos ser uma das poucas candidaturas em capital do PDT. Por isso, entraríamos e vamos entrar entre as candidaturas mais importantes do partido. E por isso que ele vai colocar estrutura para a gente poder ter fôlego e para poder vencer as eleições.
A senhora esteve na Câmara Municipal de Belo Horizonte e tem havido, nas últimas duas legislaturas, uma dificuldade de relacionamento com os prefeitos. Foram duas legislaturas de choque. Como a senhora pretenderia governar, provavelmente em minoria, com uma Câmara que tem se mostrado tão hostil e tão ciosa do seu próprio poder?
Eu acho que o primeiro aspecto é respeitar e entender o papel da Câmara Municipal de Vereadores. O legislativo é fundamental no processo de construção de uma política pública substancial para a cidade. O que eu vejo nessas brigas em legislaturas anteriores é que os prefeitos querem esvaziar o poder da Câmara e querem que a Câmara seja subalterna ao Poder Executivo. E isso é um grande erro. Nós temos o Poder Legislativo como um poder parceiro. E aí, nesse sentido, entendendo que somos poderes diferentes, nós devemos lidar juntos para melhorar a cidade. O que não pode acontecer é querer rebaixar a Câmara e os vereadores e desconsiderar o papel dela numa capital como Belo Horizonte. Eu acho que o erro, o motivo das brigas das legislaturas anteriores, é justamente esse: desconsiderar o papel e a relevância da Câmara Municipal, dos vereadores, na construção da política municipal.
E isso a senhora não vai aprender no almoço com o Kalil, não é?
[Risos.] Olha, quando eu fui vereadora, eu tive um espaço muito bom. Eu não posso reclamar dele. Mas eu reconheço que ele teve uma postura que eu não repetiria. Caso fosse prefeita, não repetiria a relação que ele teve com a Câmara Municipal de jeito nenhum.