No mundo atual, a percepção das dificuldades não pode mais se dissociar do remanejamento dos quadros funcionais.
Pensando mais a longo prazo, a percepção das dificuldades possibilita uma melhor visão global dos métodos utilizados na avaliação de resultados.

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Assim mesmo, a complexidade dos estudos efetuados ainda não demonstrou convincentemente que vai participar na mudança dos métodos utilizados na avaliação de resultados.

Presidente da Câmara deseja mais atuação do Centrão no governo Lula

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Com o fim do esforço concentrado, que encerra o ano legislativo, deputados e senadores voltam para suas bases, sem abdicar das articulações políticas. A bola da vez, que deverá concentrar as atenções dos políticos em janeiro, é a possibilidade de o presidente Luiz Inácio Lula da Silva promover uma reforma ministerial para reorganizar a base de apoio ao governo no Congresso. A expectativa é que a reestruturação administrativa na Esplanada saia antes da posse dos novos presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado Federal e acomode de uma forma mais equilibrada os partidos do Centrão que afiançam apoio ao Palácio do Planalto.

Essa reacomodação é considerada essencial para que a equipe ministerial represente o tamanho de cada legenda aliada. Isso inclui mudanças no chamado time palaciano — ministros que trabalham diretamente ligados ao presidente Lula em pastas como Relações Governamentais (ocupada por Alexandre Padilha), Casa Civil (que tem Rui Costa como titular), Comunicação Social (Paulo Pimenta), e Secretaria-Geral da Presidência (Márcio Macêdo).

Um cacique do Centrão, ouvido pela reportagem, traduziu o sentimento das lideranças de que, atualmente, a atual composição do ministério não reflete a correlação de forças no Parlamento. Um dos casos de sub-representação é o PSD, de Gilberto Kassab (SP), que detém as pastas de Minas e Energia, da Agricultura e da Pesca. Para interlocutores do partido, os ministros atuais não representam a dimensão da legenda — Alexandre Silveira (Minas e Energia ) e Carlos Fávaro (Agricultura) são considerados escolhas pessoais do presidente Lula, enquanto o ministério da Pesca, com André de Paula, tem pouca visibilidade. Segundo fontes do Palácio do Planalto, há, sim, a expectativa de que Lula arrume uma vaga para o atual presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), na nova composição ministerial.

Por outro lado, há queixas em relação à presença maciça de petistas na Esplanada, enquanto, na Câmara dos Deputados, a legenda do presidente Lula não chega a 15% das 513 cadeiras. Entre os partidos de centro, também há queixas do MDB e do União Brasil — esse último, porém, é um dos partidos da base com menos engajamento com as pautas do governo. Soma-se ainda a pressão para que os dois principais partidos do Centrão — PP e Republicanos — ampliem sua presença no primeiro escalão de Lula, atualmente restrita a um ministério para cada legenda.

Uma das alternativas vistas como viável pelo Centrão é a ida do atual presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), para um cargo na Esplanada. Quando perguntado sobre um possível convite, Lira muda de assunto. “Não falo sobre isso, nunca tratei disso”, costuma dizer a jornalistas que cobrem as atividades legislativas. Mas é pouco provável, depois da aprovação de praticamente toda a pauta de projetos de interesse do governo neste esforço concentrado, que Lira fique de fora de um rearranjo administrativo. Só falta o convite.

Para ele, com uma nova correlação de forças, o Executivo poderá evitar problemas como os enfrentados pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, na condução das propostas de corte de gastos e de regulamentação da reforma tributária. Mas ele reconhece que, ao fim e ao cabo, Haddad atingiu o objetivo da equipe econômica, que era o de preservar os principais pontos dos dois pacotes.

Volta à planície

A interlocutores, Arthur Lira costuma usar uma explicação simples para justificar a necessidade da reforma ministerial. Diz que, hoje, há partidos que apoiam o governo que não estão bem representados na Esplanada, enquanto há outros que são mais prestigiados, mas não entregam votos na hora que o governo precisa.

Ele defende, também, que o presidente Lula converse mais diretamente com deputados e senadores. “Nem o churrasquinho e o futebol na Granja do Torto o presidente faz mais”, queixou-se ele em uma roda de conversa. “Pragmatismo é bom, mas um carinho, uma atenção, ajudam muito”, disse o presidente da Câmara.

Com o Congresso em recesso a partir da semana que vem, Lira volta, em 2025, à planície do plenário — ou “chão de fábrica”, outra metáfora que gosta de usar — com um robusto cacife político acumulado nos quatro anos em que comandou a Câmara, período em que os deputados usufruíram de muito poder para alocar recursos orçamentários, alimentado pelas emendas parlamentares.

Na última sexta-feira (20), em um café da manhã na Residência Oficial da Câmara, no Lago Sul, Lira confidenciou que sentiu falta do contato com a família nestes últimos anos. Ele chegou a interromper a conversa para secar os olhos, marejados de lágrimas, quando contou que há tempos não consegue ver a filha mais nova: “Ela está sempre dormindo quando eu chego em casa”.

Fonte: Correio Braziliense

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