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O presidente da Argentina, Javier Milei, disse neste sábado (10) esperar que o Papa Francisco tenha condições de saúde para visitar a Argentina. De Roma, em entrevista a uma rádio argentina, ele também disse que espera ter um encontro “frutífero” com o pontífice na próxima segunda-feira (12).
“Acho que vamos ter um diálogo muito frutífero, assim como tivemos quando falamos por telefone”, disse o líder argentino à Rádio Mitre, em referência à ligação feita pelo Papa Francisco a ele após sua eleição como presidente do país. “Espero que tenhamos a possibilidade de que a saúde da Sua Santidade esteja em condições para que ele venha visitar os argentinos”.
Milei disse ainda ser “muito importante o apoio moral, principalmente em um país onde o catolicismo tem tanta firmeza”. “Ele é o chefe espiritual dos católicos, não é uma questão menor. Ele é o argentino mais importante da história, é um papa, não podemos perder essa perspectiva, isso não pode ficar preso em disputas ideológicas”, complementou.
Boa parte da entrevista foi dedicada por Milei a criticar governadores e deputados que não apoiaram o megaprojeto de lei apresentado pelo Executivo para desregular a economia. O presidente os qualificou de “traidores” “delinquentes” e “corruptos”.
Segundo Milei, foi “maravilhoso” que deputados da oposição, considerada dialoguista, tenham rejeitado artigos da lei. Com isso, o governismo devolveu o texto para comissões — estágio inicial do processo legislativo — porque expôs quem, segundo ele, vota a favor “dos privilégios da política”. “Por isso dei a ordem de retirar a lei, porque deixa em evidência os corruptos”, disse sobre a iniciativa, que levou o debate do megaprojeto à estaca zero.
Questionado pelos jornalistas sobre o conflito no país enquanto o papa fala na busca de consensos, Milei perguntou para o jornalista qual era o sexto dos dez mandamentos da Igreja Católica. O profissional respondeu “não roubar”, e ouviu do presidente: “Não acho que o papa espere que eu seja laxo com o roubo dos políticos”.
Apesar de já ter chamado o papa de “esquerdista asqueroso”, “imbecil” e “representante do maligno na terra”, Milei disse que pediu desculpas, recebeu uma ligação do pontífice após ser eleito presidente e enviou uma carta convidando o chefe do Vaticano para vir à Argentina.
Neste domingo (11), o presidente participa da cerimônia de canonização da primeira santa Argentina, a Mamá Antula, na Basílica de São Pedro. Na segunda, ele se reúne pela primeira vez com o Papa Francisco, no Vaticano.
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