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Sem candidatos às prefeituras do Rio de Janeiro e São Paulo, o PT tenta liderar a esquerda em Belo Horizonte na eleição de 2024. Não é uma tarefa fácil. Pré-candidato do partido, o deputado federal Rogério Correia se impôs até agora no partido mas ainda não conseguiu atrair PSOL e PDT, que têm pré-candidatas próprias.
O JOTA publica de segunda-feira (8/4) a sexta-feira desta semana (12/4) uma série de entrevistas com os pré-candidatos a prefeito de Belo Horizonte. Nesta entrevista, Correia argumenta que a escolha de uma mulher como candidata não é uma questão central neste momento, diz que é capaz de unir a esquerda e vê sinais de enfraquecimento da direita na capital mineira. A cidade, que votou em Zema e Bolsonaro em 2022, teve uma sequência de prefeitos de esquerda dos anos 90 até 2016.
Nas falas e gestos, Correia acena primeiro à esquerda. Ele faz parte da corrente do PT que resistiu a apoiar a reeleição do prefeito Fuad Noman (PSD), o que seria uma repetição do papel de coadjuvante adotado em 2022. A aliança ao centro, cuja reedição era defendida pelo deputado federal Reginaldo Lopes (PT-MG), terminou na última eleição com vitórias da direita para o governo e o Senado, mas Lula conseguiu bater Bolsonaro no estado, por 0,4 ponto percentual.
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A entrevista ao JOTA foi concedida na sede da CUT em Belo Horizonte, depois de um encontro de quase três horas com intelectuais de esquerda e que contou com a presença do ex-prefeito Patrus Ananias, hoje deputado federal. Fechado para a imprensa, o encontro discutiu propostas para a cidade e como vencer o “debate de ideias” com a direita.
Na entrevista, o deputado defende que o caminho é se colar em Lula e atacar menos Bolsonaro e mais Zema, a quem acusa de covardia política. Para ele, a influência do atual governador de Minas Gerais é “pequena” em Belo Horizonte.
Leia a entrevista com Rogério Correia, pré-candidato do PT à Prefeitura de Belo Horizonte
BH tem um dos quadros de candidatos mais dispersos do país, e o senhor é o único pré-candidato do PT em capital dos três maiores estados. O senhor vê a chance de unificar a esquerda?
Acredito numa candidatura unificada deste campo. E acho que é viável fazer, estamos trabalhando para isso. Como você bem lembrou, é a única da nossa federação, dos três maiores estados. Em São Paulo, temos a federação do PSOL-Rede, que é o Boulos, na sua grande candidatura. No Rio de Janeiro, uma candidatura do PSD, uma frente mais ampla, para enfrentar o Bolsonaro, com o Eduardo Paes, que é o prefeito. Então, cabe a nós aqui, no nosso entendimento, vanguardear essa formação dessa frente mais ampla, especialmente com esses partidos: PDT, Psol-Rede, o nosso.
Com o PSB está mais avançado?
Acho que está avançado com todos, eu sou otimista.
O senhor considera realmente possível unir todos?
Espero, vamos trabalhar pra isso. Agora, pressão em relação a não ter candidatura [do PT], zero.
Mas houve essa pressão, eu conversei com alguns deputados do PT…
Alguns? Um, né? Sei até quem é [risos]. Mas não teve ninguém que colocou isso para fora. Foi aprovado por unanimidade do diretório municipal, no diretório estadual e diretório nacional. Pode ter alguma pessoa insatisfeita, etc. Que estivesse, não está mais. Mas não teve nenhuma pressão da direção, pelo contrário. Do presidente Lula, o maior incentivo. Ele se uniu com a gente, rápido, pediu que fosse candidato, incentivou a ser. A Gleisi Hoffmann esteve aqui logo no início, nós unificamos. Nós tínhamos três possibilidades pré-candidaturas, não foi uma disputa. Seria a Macaé Evaristo e a deputada Beatriz Cerqueira (ambas deputadas estaduais). Pra vc ter ideia, (Beatriz) é a minha dobradinha, de federal e estadual. E a Macaé, sem nenhuma divergência também. A Macaé é companheira minha. É porque nós estávamos vendo qual dos três tinha melhores condições. E as tarefas estão postas. No caso delas, elas estão com uma tarefa muito importante que é a oposição ao Zema. Eu, como deputado federal, vice-líder do governo Lula, é mais fácil tratar da relação do Lula com BH. Então, por causa disso, nós tivemos aí a solução rápida. E a partir daí, foi feita uma conversa com a Gleisi Hoffman, aqui, no município. Depois, fizemos o lançamento do PT, que tinha quase mil pessoas, e da federação, com mil e trezentas pessoas. Então, não tem pressão nenhuma.
Tem especulações de que o PT poderia não ter candidato, em favor da aliança que houve em 2022 com o PSD. O senhor citou a candidatura do Paes no Rio de Janeiro, nessa perspectiva de derrotar o Ramagem, o candidato da direita lá. O senhor não enxerga que aqui é o mesmo quadro?
O prefeito aqui não foi eleito. Nunca participou de uma eleição. O prefeito era o Kalil. Nós apoiamos o Kalil nas últimas eleições. Apoiamos o PSD.
Para senador também apoiaram o PSD…
Também para senador. Eles têm candidato no Rio. Então, se alguém tem que abrir mão, é o PSD. Porque nas pesquisas a gente tem, pelo que nós temos visto, e presença na cidade, militância, etc. Nós estamos muito bem posicionados. Então, eu acho que respeitamos o direito do prefeito. Ele é prefeito e ele quer se candidatar. Mas digamos que, como diz o Lula, no segundo turno a gente traz o Fuad. Essa é a expectativa nossa.
Em relação à candidatura do PSOL-Rede e também em relação à avaliação que houve no PT, existe um argumento de que talvez fosse o momento de ter uma mulher prefeita de Belo Horizonte. Houve quem me dissesse: “uma mulher sempre é vice, mulher é sempre o apêndice”. O senhor considera que essa é uma questão central neste momento?
Não, acho que não é central. Tanto que, em São Paulo, Boulos é o candidato, e Marta é vice. Depende, não é? Tem que ter uma visão feminista. Sem sombra de dúvida, é a minha visão. Os companheiros aqui sabem muito bem disso, desde sempre, na minha militância.
O senhor citando essa questão feminista…
Eu acho que isso tem duas questões que serão centrais nesse momento. Uma, fundamental, é a derrota do Bolsonarismo. É em Belo Horizonte, nas capitais, que precisa ter uma derrota nacional do Bolsonaro de novo. Não podemos permitir que eles recuperem fôlego, porque o estrago foi muito grande. Então, isso unifica esse setores todos. E a segunda é a cidade, a ação da cidade. Uma cidade governada pela ultradireita — que não é conservadora, é reacionária— seria um desastre em Belo Horizonte, que tem uma diversidade tão grande.
O senhor está falando do deputado Bruno Engler [PL] ou também do senador Carlos Viana [Podemos]?
Todos os dois …Também do Carlos Viana.
E o senhor considera que existe chance de a direita se unir?
Bem, o Viana está procurando ainda se firmar em torno de um partido mais forte. Por enquanto, ele está com o Podemos, ele ainda tem que se viabilizar. O Engler tem o PL, que é o Bolsonaro raiz. Então, eles têm também um limite. Agora, a gente sabe que a bolha deles é grande, eles têm força eleitoral. Então, a derrota deles passa a ser importante para BH também. Significa que a cidade de Belo Horizonte é uma cidade muito diversificada. A cultura negra é muito grande. Aqui a gente tem favelas quase como o centro de Belo Horizonte. A gente tem uma diversidade cultural.
E como o senhor enxerga essa força da direita? Esteve reunido com o senhor há pouco o deputado Patrus Ananias, considerado por muitos o melhor prefeito que BH já teve. E o primeiro ano do governo Lula teve crescimento econômico acima do esperado, recompôs programas sociais. Mesmo assim, vemos a direita muito forte nas pesquisas. Por que o senhor acha que ainda é tão forte?
Eu acho que isso é um fenômeno mundial. O capitalismo chega em um determinado momento de crise e ele acaba criando na sociedade, nos setores amplos da sociedade, uma visão egoísta do mundo. Pensar em si, em sua família… isso acaba gerando uma massa de pessoas com um sentimento muito conservador, por vezes reacionário. Um fenômeno mundial, que aqui em Belo Horizonte vem perdendo força. Pra ter uma ideia, nós [Lula] ganhamos em Minas, mas nós perdemos as últimas três eleições presidenciais em BH. Para o Aécio Neves, a Dilma perdeu de 70% a 30%. Depois, para o Bolsonaro, nós perdemos de 70% a 30%, falo do segundo turno. E recuperamos terreno agora. Foi uma derrota apertada, de 55% a 45%. Nas pesquisas que nós temos, o Lula avançou. Hoje, eu diria que quem aprova ou rejeita o Lula está em torno de meio a meio na cidade. Então, nós temos recuperado força, e eu acho que vai recuperar mais. O bolsonarismo vai enfrentar essas eleições ou com o Bolsonaro preso, ou no canto do ringue, em julgamento no Supremo Tribunal Federal, com provas da Polícia Federal. Eu acho a tendência é que o bolsonarismo aumente o grau de radicalidade, mas diminua em força e potencial eleitoral. Mas é uma força que precisamos reconhecer.
Há outro ator que tem se posicionado cada vez mais à direita, o governador Zema. Em 22, ele ganhou em 1º turno, ganhou em Belo Horizonte, e, segundo as pesquisas, é mais popular que o prefeito Fuad e que o presidente Lula. Que papel o governador pode exercer nesta eleição em BH? No interior parece que vai ser um papel grande.
Pequeno aqui. Eu acho que ele não passa voto, ele não tem a cara de belo-horizontino. As pessoas não reconhecem ele como daqui. Não creio que ele vá conseguir transferir voto. Nem sei se ele vai ter candidato. Porque o Zema, do ponto de vista político, tem uma atitude covarde em relação ao partido dele [Novo]. Então, geralmente, ele lança alguém para perder e no segundo turno ele se alia a um bolsonarista. É isso que ele faz. Força mesmo ele não demonstra nenhuma. Olha os candidatos dele se tiveram voto. Ninguém teve voto. Quem teve foi [candidato] do Bolsonaro que ele, no segundo turno, adotou. Inclusive o Bolsonaro. Os candidatos dele sempre foram um desastre. Perderam todos. Todos os federais. Eu acho que a força dele realmente de transferência de voto é pequena. E vem tendo um desgaste grande. Pesquisas que nós temos já mostram o Zema bem mais enfraquecido. O Zema é uma figura pequena e se aproxima do empresariado muito mais pelo puxa-saquismo, covardia, do que como alguém que seja uma liderança.
Muitos diziam isso no começo de 2022. E o Zema foi lá e ganhou no primeiro turno.
Eu acho que na primeira eleição [2018], ele ganhou num vácuo. Tinha já um desgaste muito grande do PT, do PSDB, e era Pimentel e Anastasia. E ele surgiu naquele vácuo da não política. Não foi só ele. Teve o Witzel [no RJ] e outros. Ele se alinhou ao bolsonarismo logo no final do primeiro turno, pra poder ser eleito.
Mas agora ele ganhou de um político que era considerado loquaz, experiente, o ex-prefeito Alexandre Kalil [PSD].
Mas eu acho que ele teve uma polarização basicamente com o Kalil. Trabalhou no antipetismo, que ainda é muito forte e ainda na questão do anti-Lula, que era muito forte. E também com muito dinheiro que ele gastou com prefeitos. Principalmente dinheiro da tragédia criminosa de Brumadinho. Aí ele ganhou muitos prefeitos. Ele arrumou uma artimanha que ele conseguiu, graças ao Pimentel. Ele é ingrato. O Pimentel conseguiu uma liminar [do STF] no último mês do governo dele pra que não se pagasse a dívida. E o Zema no segundo mandato surfou nisso. Dizendo que pôs as contas em dia. Agora, caiu por terra esse argumento. A dívida cresceu de R$ 100 bilhões para R$ 160 bilhões. Endividou o Estado porque não pagava a dívida. E agora o [senador Rodrigo] Pacheco [PSD] está deixando isso claro. Sinceramente, aqui na eleição de Belo Horizonte, se tem alguém que eu não tenho o menor receio de conseguir alguma coisa é o Zema. Até porque, se você perguntar o que o estado já ajudou Belo Horizonte, nada. Ele quer fazer um rodoanel, ao invés de fazer o anel rodoviário, isso é um absurdo. Quer gastar um dinheirão para fazer aquele rodoanel, que a gente chama de rodominério, para ajudar as mineradoras a escoar os produtos delas. E a gente com pessoas morrendo, porque o anel rodoviário precisa de oito viadutos. Lula já mandou dinheiro para dois. A prefeitura, cá entre nós, é muito lenta para as coisas.
E qual sua aposta para chegar no segundo turno? Apoio do Lula?
Sim. Isso é fundamental.
E proposta? O que o senhor acha que pode ser diferente? O que o senhor pode dizer, além do apoio do Lula?
Vou ouvir Belo Horizonte. Vou ouvir BH.
O senhor me desculpe, deputado, mas isso é genérico…
Não, eu vou ouvir o que a população, o que a cidade está necessitando no seguinte aspecto: a prefeitura hoje não houve a população. Eles acabaram com as regionais. Eu vou concretizar. As regionais eram instrumentos que eram secretarias, eram nove regionais.
Uma espécie de subprefeitura?
É. A prefeitura não tem nada, ela centraliza tudo, é uma burocracia ali na [avenida] Afonso Pena, 1212. A prefeitura não tem tentáculos, ela não tem condições de estar ouvindo, de estar participando, de estar perto do povo. Nós vamos colocar a prefeitura perto do povo, por isso que eu falo em ouvir. Não é ouvir para fazer programa, é ouvir para ela participar. Nós vamos criar os territórios da cidadania em Belo Horizonte. Em especial na periferia. São aquelas experiências que o governo Lula teve, somente no segundo mandato, onde todas as políticas públicas precisam estar implementadas nas regiões que têm índice de desenvolvimento humano menor. Então ali vai ter controle social, eleição de representantes, e ali se discute. Cresce. Está toda a criança em tempo integral? Não. Então tem que estar. O que faz? Vamos fazer um governo muito participativo, para além do orçamento participativo.
Na Câmara Municipal, o PT tem dois vereadores. Veio diminuindo. O que está sendo feito para conseguir uma bancada melhor da esquerda? E como trabalhar com uma Câmara que talvez não vá mudar tanto e tem se mostrado complicada para os últimos prefeitos, incluindo a família Aro e o presidente da Câmara?
Eu acho que o PT, primeiro, vai alterar um pouco a correlação de forças. Dizer pra vc que temos a expectativa de alterá-la completamente, não vou. Mas nós vamos alterar bem. Eu acho que tanto o PT, como a federação nossa, mas também a federação do PSOL-Rede e PDT, PSB… Não vamos ter condições de crescer. A média histórica nossa era de seis ou cinco. Nós já tivemos nove. Mas é uma média de seis. Teve uma queda muito grande nessa crise do PT. Então, eu acho que pelo menos seis nós vamos ter. Nós vamos ter uma relação um pouco melhor. Segundo, a atuação da prefeitura: vereadores que têm um posicionamento mais de centro, podem se aproximar da gente. Depende de como é que a gente trata isso. O presidente Lula é um expert nisso. Eu fui vereador aqui dez anos, deputado estadual 16 anos. Federal, já estou há seis. A gente quer ter uma proximidade.
O senhor teve uma escalada de votos. Toda eleição cresceu.
Agora vou crescer mais. Então, eu acho que isso nos dá uma experiência de trato com o Legislativo. Um tratar com respeito. Um debate. E o que for justo, o que for de lei, de emendas parlamentares, vamos fazer o quê? O que é dentro da moralidade e da ética.
O comando da Câmara Municipal diz que foi dele a iniciativa do subsídio para os ônibus. A prefeitura diz que foi dela. Por que o senhor tem sido crítico desse subsídio de R$ 500 milhões?
É o aumento do transporte: R$ 500 milhões e ainda aumenta! Tem que olhar esse contrato direitinho. Vamos abrir esse contrato. Se você olhar esse contrato direito, R$ 500 milhões ainda aumenta a passagem. Tem gente que fala, nós vamos estudar isso, que é viável até uma tarifa zero.
É a promessa do presidente da Câmara, Gabriel Azevedo [MDB].
É, vamos examinar direito. Mas é uma hipótese, desde que você altere a legislação federal, e também prometer tarifas…
A deputada federal Luíza Erundina [PSOL-SP] está com um projeto de um sistema único de transporte. É isso?
Não, eu falo também do vale-transporte. Porque hoje, como é legislação trabalhista, é o direito do trabalhador ter o vale. Mas se você permitir que esse recurso vá para um fundo, você pode dizer que os empresários, ao invés de pagar para o trabalhador, eles colocam no fundo. O trabalhador não vai pagar o transporte porque é zero. [Tem um projeto] do Jimar Tatto [PT-SP]. Isso é, pode viabilizar sim. Agora, não pode ter subsídio, tirando da educação, da saúde, e de outros setores essenciais.