No mundo atual, a percepção das dificuldades não pode mais se dissociar do remanejamento dos quadros funcionais.
Pensando mais a longo prazo, a percepção das dificuldades possibilita uma melhor visão global dos métodos utilizados na avaliação de resultados.

pensamento do dia

Assim mesmo, a complexidade dos estudos efetuados ainda não demonstrou convincentemente que vai participar na mudança dos métodos utilizados na avaliação de resultados.

Flávio Dino libera parte das emendas para atender piso de saúde

Spread the love

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Flávio Dino, liberou nesta terça-feira (31/12) parte das emendas parlamentares de comissão para o cumprimento do piso do mínimo constitucional da saúde. A decisão atende a um pedido da Advocacia-Geral da União (AGU) que argumentou que o governo não poderia cumprir o piso de despesas da área se não houvesse a autorização para os gastos. A decisão, repleta de recados ao Congresso e ao Executivo, libera “tão somente o necessário” para o cumprimento do mínimo constitucional. Confira a decisão.

Com isso, foram liberados o pagamento de R$ 370 milhões de emendas de comissão destinadas à saúde pela Câmara e pelo Senado. Apesar de desbloquear o montante, Dino afirma que o fato “mostra uma preocupante dependência de gastos vinculados a emendas parlamentares, que – por sua configuração atual – não se articulam com ações planejadas nas instâncias de direção do SUS”. “Ao contrário, tem prevalecido nas emendas o caráter fragmentário, inclusive sem levar em conta indicadores sanitários objetivos, além dos terríveis casos de improbidade já identificados ou ainda em investigação”, completa.

Com notícias da Anvisa e da ANS, o JOTA PRO Saúde entrega previsibilidade e transparência para empresas do setor

No pedido, a AGU alegou que o cancelamento das emendas empenhadas faria com que o Executivo federal descumprisse o piso para Saúde de 2024. No documento, a AGU questionou sobre a possibilidade de execução de emendas após o dia 23 de dezembro, data em que o ministro determinou o bloqueio dos repasses. 

O ministro, porém, enfatizou que “qualquer empenho de ‘emenda de comissão’ que esteja neles [em ofícios enviados pela Câmara e pelo Senado] indicada, a princípio, é NULO, independentemente da data em que o empenho tenha ocorrido”.

Na segunda-feira (30/12), Dino havia determinado que a AGU demonstrasse que a quantia destinada via emendas era imprescindível para o cumprimento do mínimo constitucional em Saúde, estimado em torno de R$ 215 bilhões em 2024. Em resposta, a AGU apresentou um novo parecer técnico do Ministério da Saúde (MS), assinado pelo subsecretário de Planejamento e Orçamento, afirmando a necessidade do pagamento das emendas após o dia 23 de dezembro. Leia a manifestação na íntegra.

Assine gratuitamente a newsletter Últimas Notícias do JOTA e receba as principais notícias jurídicas e políticas diariamente no seu email

Segundo o documento do ministério, para garantir o cumprimento do mínimo constitucional, foi necessário o uso de crédito suplementar. Dessa quantia, estão previstos R$ 370 milhões via emendas de comissão, empenhadas após a data limite. Foram R$ 330 milhões indicados por parlamentares da Câmara dos Deputados e R$ 40,5 milhões pelo Senado Federal.

O parecer pontua que, pelas dificuldades nos processos administrativos, é improvável o alcance da totalidade do orçamento disponível, em especial às emendas impositivas, que dependem da indicação dos beneficiários pelos parlamentares e da “superação de eventuais impedimentos de ordem técnica”.

“Deste modo, mantida a determinação de cancelamento dos valores empenhados em emendas de comissão após 23/12, constata-se, portanto, a impossibilidade de alcance da aplicação mínima em saúde”, conclui a nota técnica do MS.

Conheça o JOTA PRO Poder, uma plataforma de monitoramento político e regulatório que oferece mais transparência e previsibilidade para empresas

Nesse sentido, o governo federal se comprometeu a cancelar “eventuais excessos” de gastos em relação ao piso constitucional caso sejam mantidos os empenhos das emendas de comissão para a Saúde. A manifestação da AGU também afirma que, para garantir a transparência da execução das emendas, será criada uma conta-corrente específica para as verbas, com posterior identificação dos parlamentares solicitantes.

“Reitera-se o pedido de que seja garantida a excepcional validade dos empenhos realizados até 23/12/2024 de emendas de comissão destinadas à saúde, exclusivamente e no limite orçamentário necessário para garantir o mínimo constitucional em saúde”, diz a solicitação.

Piso para Saúde

O parecer técnico do MS aponta que, do valor empenhado em 2024, R$ 215,9 bilhões, uma parte será abatida para a reposição de restos a pagar cancelados em outros anos. Desta forma, mesmo com a liberação das emendas de comissão após o dia 23, restariam cerca de R$ 2,1 bilhões para garantir o atendimento ao mínimo constitucional para a Saúde.

O MS afirma que prevê, para o dia 31 de dezembro, uma suplementação orçamentária de R$ 309 milhões, valor máximo permitido pela regra do arcabouço fiscal. Esta quantia dependerá do crédito suplementar, que conta com os R$ 370 milhões das emendas de comissão.

No domingo (29/12), Flávio Dino havia permitido a liberação de recursos de emendas parlamentares já depositados nos Fundos de Saúde até o dia 10 de janeiro de 2025.

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *