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Nos últimos anos, o Brasil experimentou um crescimento na capacidade de geração de energia que superou o aumento da sua demanda, resultando em uma sobreoferta de energia. Essa situação pressionou os preços de energia e gerou grandes preocupações sobre a viabilidade de novos projetos.
Contudo, a expansão do mercado livre de energia tem impulsionado a adoção de tecnologias inovadoras no setor elétrico brasileiro. Soluções como sistemas de armazenamento de energia, redes inteligentes e fontes renováveis estão se tornando mais comuns, promovendo eficiência e sustentabilidade.
A abertura do mercado livre para consumidores de baixa tensão será em 2025 uma ferramenta importante para o protagonismo do consumidor de energia ser realmente colocado no centro das decisões, uma vez que a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) está conduzindo um projeto piloto para avaliar a abertura do mercado livre para consumidores de baixa tensão.
Conheça o monitoramento nos Três Poderes sobre os principais assuntos do setor de energia feito pela solução corporativa do JOTA PRO Energia
O projeto envolverá 3.150 unidades consumidoras e analisará a reação dos consumidores a diferentes modalidades de contratação de energia – o que permitirá sem dúvida nenhuma a liberdade de escolha do consumidor na aquisição da melhor fonte de energia com o melhor preço.
Além disso, há discussões em andamento sobre a implementação de um projeto de lei visando a abertura total do mercado livre de energia, permitindo que todos os consumidores, incluindo os de baixa tensão, possam escolher seus fornecedores de energia. A expectativa é que o PL seja encaminhado ao Congresso a partir de fevereiro de 2025.
Programado para acontecer também em 2025, o Leilão de Reserva de Capacidade (na forma de potência), com foco na contratação de sistemas de armazenamento por baterias, marca um passo significativo para a modernização e a sustentabilidade do setor elétrico brasileiro. Essa iniciativa reflete o alinhamento estratégico do Brasil com as metas globais de transição energética, ao mesmo tempo em que prepara a matriz elétrica para os desafios das próximas décadas.
Os impactos e os benefícios esperados estão na possibilidade de armazenar energia solar e eólica em períodos de baixa demanda reduz os desperdícios e melhora a eficiência do sistema e o uso das baterias poder minimizar as oscilações do sistema, proporcionando maior estabilidade ao sistema elétrico.
A flexibilidade operativa e locacional dos sistemas de armazenamento, justamente por poderem ser instalados estrategicamente em regiões com maior necessidade de suporte energético levará a uma resposta instantânea desses sistemas – que visará melhorar a capacidade de lidar com variações na oferta e demanda de energia.
É urgente então que o governo federal, estadual e municipal venham a incentivar a ampliação de fontes renováveis com a inclusão de baterias, o que permitirá não apenas o aumento da participação de fontes renováveis intermitentes (como solar e eólica) na matriz elétrica, promovendo maior sustentabilidade – como também os avanços tecnológicos e competitividade, com a contratação de baterias de grande porte que irá estimular o desenvolvimento tecnológico local, atraindo investimentos e empresas especializadas no setor, uma vez que esses sistemas ajudam a atender a novos perfis de consumo, incluindo o aumento da eletrificação em diferentes setores.
A contribuição para a transição energética: através da integração de sistemas de armazenamento reforça o compromisso do Brasil com a redução de emissões e o uso de fontes limpas, que atendem inclusive aos objetivos do Acordo de Paris.
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Apesar da implantação de sistemas de armazenamento ainda possuir custos altos, o que pode impactar as tarifas ou exigir subsídios, a regulação e a normatização serão fundamentais para a criação de um marco regulatório claro para o funcionamento desses sistemas, inclusive em relação à remuneração pelo armazenamento e disponibilização de energia.
Assim, quando os sistemas contratados no leilão de 2025 entrarem em operação, espera-se que o Brasil tenha uma matriz elétrica mais resiliente e preparada para a integração de volumes ainda maiores de energia renovável. Essa evolução ajudará o país a manter sua competitividade energética em nível global, além de fortalecer a sustentabilidade ambiental e econômica do setor.
O setor de energia em 2025 deverá enfrentar desafios relacionados à sobreoferta, ao mesmo tempo em que se beneficiará da adoção de novas tecnologias e da abertura do mercado livre para consumidores de baixa tensão, promovendo maior competitividade e eficiência no mercado energético brasileiro.