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Parece que a temperatura entre o prefeito de Chapecó, João Rodrigues (PSD), e o delegado-geral da Polícia Civil, Ulisses Gabriel, vai aumentar ainda mais. Nos próximos dias, Rodrigues irá a Brasília com um grupo de pessoas para apresentar uma denúncia formal contra Ulisses no Ministério da Justiça.
Segundo algumas fontes, uma reunião foi realizada durante o final de semana em Itapema. Além de Rodrigues, o encontro contou com a presença de prefeitos, vices, outras lideranças políticas e delegados. Ficou acertado durante a conversa que alguns documentos comprometedores contra o delegado-geral, segundo informado, serão apresentados na denúncia, que terá como base a acusação de perseguição política.
O teor não foi detalhado pelas fontes, mas me adiantaram que são processos, inquéritos, prints de conversas de WhatsApp e até mesmo pessoas dispostas a testemunhar. “Os documentos são fortes. É o uso da estrutura do Estado para perseguir adversários políticos do governo”, afirmou uma das fontes.
Ex-PSD, Ulisses Gabriel deixou o partido após descontentamentos e depois se aproximou do governador Jorginho Mello (PL), o que o levou a ser escolhido para o comando da Polícia Civil. Fontes, inclusive do Partido Liberal, dizem que ele pretende disputar mais uma vez a vaga de deputado estadual. Essa situação, somada à pré-candidatura de João Rodrigues ao Governo do Estado, poderia estar motivando algumas ações, segundo afirmam fontes pessedistas. Em nota enviada para a coluna no sábado, o delegado negou as acusações feitas por Rodrigues de perseguição, afirmando que a Polícia Civil tem autonomia para agir de forma técnica e imparcial.
Estilo Barrichello
Ponto negativo para a comunicação da Defesa Civil do Estado. A emissão do alerta de tempo severo por telecomunicação para a Grande Florianópolis ocorreu às 14h55 da quinta-feira (16), quando o caos já havia se instalado. As Defesas Civis locais trabalhavam, no início da tarde, com previsão de 70 milímetros de chuva acumulada, enquanto o volume efetivo chegou a 200 mm em algumas áreas. A mobilização da população é crucial nas crises. A previsão, portanto, aponta que a tecnologia em Santa Catarina precisa fazer frente às crises climáticas. Não há espaço para surpresas.
Solidariedade
Itapema recebeu o apoio de Eldorado do Sul, município do Rio Grande do Sul, após ter sido fortemente afetada pelas chuvas. A Câmara de Vereadores do município gaúcho destinou uma emenda de R$ 100 mil. A comitiva foi recebida pelo prefeito Alexandre Xepa (PL). Além disso, outros municípios também ofereceram apoio.
Trabalhando
O prefeito de São José, Orvino de Ávila (PSD), foi às ruas acompanhar in loco os locais atingidos pelas chuvas. Ele destacou que investimentos em infraestrutura reduziram os estragos, mas, mesmo assim, o município apresentou prejuízos. A gestão josefense impulsionou a construção de três novas avenidas e avançou com o projeto da Beira-Mar de Barreiros, um dos maiores investimentos que a cidade receberá em anos.
Ficará em Brasília
A possibilidade de o deputado federal Carlos Chiodini assumir a Secretaria de Estado da Agricultura foi vista como “uma piada” por lideranças do MDB. Presidente estadual dos emedebistas, Chiodini tem convites para ocupar espaços importantes em Brasília. Ele poderá assumir a relatoria da Comissão de Orçamento ou, até mesmo, uma das secretarias da mesa diretora da Câmara dos Deputados.
Confirmando?
A informação que dei em primeira mão na semana passada, de que o presidente do Detran, Kennedy Nunes, será o próximo secretário de Estado da Defesa Civil, começa a ganhar corpo. Kennedy acompanhou o governador Jorginho Mello (PL) a Balneário Camboriú para discutir o auxílio ao município e também a Camboriú.
Passou mal
O homem forte da gestão Juliana Pavan (PSD) em Balneário Camboriú, Leandro Índio, foi parar no hospital no sábado com suspeita de infarto. Ele passou por um cateterismo, após ser identificada uma pequena obstrução. Índio, que foi o coordenador de campanha, acumula a Casa Civil, a chefia de gabinete e a Secretaria de Comunicação. Ele deve ter alta ainda hoje.
Alarde?
O governador Jorginho Mello (PL) enfrenta um momento complicado em relação à comunicação. Durante reunião com a prefeita de Balneário Camboriú no final de semana, pediu para que Juliana Pavan (PSD) não fizesse alarde e parasse de pedir ajuda ao Rio Grande do Sul. Jorginho tentou minimizar a necessidade de cestas básicas ao ouvir o pedido de 200 unidades. Ele afirmou que havia apenas nove pessoas necessitando de ajuda, mas foi corrigido: eram 15, mais outras três, além de famílias que estavam alojadas em casas de parentes e amigos. O governo acabou enviando 56 cestas, 56 garrafas de água de 5 litros, entre outros itens. O custo foi de R$ 22.642,16. Do Rio Grande do Sul, o município recebeu 500 cestas básicas e 70 colchões. Pelo visto, para alguns municípios, a saída é apelar para outros estados.
Apoio
Camboriú também recebeu ajuda dos municípios de Mussum, no Rio Grande do Sul, Criciúma e Chapecó, que também apoiaram Balneário Camboriú. A força-tarefa de limpeza e desassoreamento, especialmente no Loteamento Jardim Europa, um dos bairros mais afetados, contou com a colaboração de prefeitos e equipes de outras cidades.
Em falar…
Biguaçu foi um dos municípios com maior volume de chuva. A reclamação é que o governador Jorginho Mello (PL) sequer ligou para o prefeito Salmir da Silva (MDB). Na cidade, comenta-se que isso pode ser reflexo das eleições municipais vencidas por Salmir.
Roteiro
O deputado estadual Ivan Naatz (PL) esteve em agenda no Oeste. Além de tratar de pautas políticas, quando discutiu recursos e demandas, aproveitou para conversar com advogados sobre o Quinto Constitucional. Durante as conversas, anunciou o lançamento de seu terceiro livro jurídico: “Assédio Processual – O Abuso do Direito de Demandar”, marcado para o dia 18 de fevereiro na Assembleia Legislativa.
Troca na PM
Conforme informei com exclusividade na semana passada, o coronel Aurélio Pelozato deve ser substituído do comando da Polícia Militar. O provável novo comandante será o coronel Emerson Fernandes. Uma amostra do enfraquecimento de Pelozato ocorrerá em Balneário Camboriú. Segundo o apresentador da Rádio Menina, Adilson de Souza, o tenente-coronel Rafael Vicente assumirá o comando no lugar do major Márcio Favoretto. Vicente é odiado por Pelozato, que o tirou do comando em BC por ser muito próximo do coronel da reserva Araújo Gomes. Também virou piada no meio militar o fato de o vereador Renan Bolsonaro (PL) ter indicado o próximo comandante do batalhão.
Grades
A colocação de grades em frente ao Centro Administrativo do Governo do Estado chamou atenção. Há quem diga que o governo teme uma possível mobilização de policiais penais e agentes socioeducativos nos próximos dias.
Prestes a ferver!
Esse é o título de uma nota enviada para a coluna por fontes ligadas ao setor de Segurança Pública do Estado. O texto, que circula entre policiais militares, foi divulgado preservando as identidades das fontes para evitar represálias.
“Santa Catarina é o estado mais seguro do Brasil. Pelo menos, é o que ouvimos incessantemente em discursos e eventos. O governo atual repete essa frase como se fosse um troféu eterno. E, sim, os números confirmam a segurança. Mas aqui está uma verdade que não aparece nos gráficos: esses índices são fruto do esforço árduo e da valorização que as forças de segurança receberam nos governos anteriores. Agora, porém, há um problema crescente – um descontentamento que permeia todas as polícias, da base ao topo das carreiras.
Santa Catarina lidera em segurança, mas despenca em remuneração. O estado, que se vangloria como modelo para o Brasil, trata com descaso quem sustenta esse título, oferecendo salários de “segunda linha”. Nos últimos dois governos, os policiais, da base ao topo, estiveram entre os mais bem remunerados do país. Hoje, essa realidade ficou no passado, e a distância entre o discurso e a prática não passa despercebida.
O atual governo, que criticou seu antecessor e prometeu ser “parceirão” da categoria, parece ter esquecido o que significa parceria. O silêncio ensurdecedor sobre a reposição salarial fala mais do que qualquer palavra. E, enquanto isso, os cofres públicos acumulam quase R$ 20 bilhões, com uma arrecadação em ritmo recorde (subiu mais de 15% em 2024). Ainda assim, o que se fala nos bastidores (Fazenda e Administração) é uma reposição que não chega nem perto das dos governos anteriores, ou, pior, uma “reposição linear” que soa como um placebo para um setor que sempre recebeu – e merece – tratamento diferenciado. Detalhe: uma reposição em várias parcelas!
E aqui está o ponto crítico: as forças de segurança pública não são números numa planilha. São pessoas que enfrentam o crime, garantem a ordem e sustentam a tranquilidade que o governo tanto celebra. Quando essas pessoas se sentem desvalorizadas, os reflexos aparecem: desmotivação, piora nos índices e, inevitavelmente, consequências políticas.
Enquanto Santa Catarina permanece em silêncio, estados como Paraná dão exemplo. Sob comando do presidenciável Ratinho Júnior, as forças de segurança já receberam reposições robustas. Até o Rio Grande do Sul, mesmo com todas as dificuldades financeiras, avançou. Estados do Nordeste estão melhores que SC. Aqui, porém, parece que o governo acredita que o silêncio ou as migalhas parceladas resolverão tudo. Será que não percebe o caldeirão prestes a explodir? Ou escolhe ignorar que a segurança pública é o pilar que sustenta o estado mais seguro do Brasil?
A história mostra que a segurança pública tem voz e força política. Não é por acaso que sempre apoiou quem de fato a valorizou. O relógio está correndo, governador. As eleições de 2026 não estão tão distantes quanto parecem, e os profissionais que sustentam os índices que o governo tanto exalta já perceberam a distância entre as promessas e as ações. Parece que as secretarias da Fazenda e Administração querem testar os profissionais da segurança pública. Uma reposição pífia pode ser o que falta para o caldeirão ferver!
Se a promessa de valorização conquistou o apoio das forças de segurança, o descumprimento pode ser o divisor de águas que levará esses profissionais a buscar quem realmente os respeite. Segurança pública não é só uma base eleitoral; é a base da sociedade.
A panela de pressão está chiando! Ignorar isso agora pode custar caro. Falar que Santa Catarina é o estado mais seguro do Brasil é fácil. Difícil é sustentar isso sem reconhecer, de verdade, o trabalho árduo de quem está na linha de frente. Segurança pública de excelência exige respeito e remuneração justa. Ignorar isso é um risco que nenhum governo deveria correr – especialmente um que deseja continuar governando” – Policiais insatisfeitos com tanto descaso